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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

domingo, 28 de novembro de 2010

SAMSON AND DELILAH (Sansão e Dalila)


Nazarita do hebraico nezir נזיר da raiz nazar נזר "consagrado", "separado", dentro da Torá é o termo que designa uma pessoa que se consagra a Deus por um tempo determinado. Segundo a Bíblia, a marca mais comum da separação desta pessoa que podia ser um homem ou uma mulher, era o uso do cabelo não cortado e da abstinência ao consumo de vinho ou qualquer outro alimento feito de uva.
O nazarita podia também ser um escravo.

O voto nazarita foi institucionalizado e regulamentado na Torá no Livro de Números 6:1-21. Em virtude desta consagração, o nazarita devia abster-se de tomar certos alimentos e bebidas fermentadas; de cortar o cabelo e de tocar em cadáveres, além de não comer carne em muitas circunstâncias, (romanos 14.21), mostra uma carta de Paulo, nazarita no seu tempo. Estas exigências particulares parecem traduzir os seguintes princípios: manter-se mentalmente íntegro, "abster-se de vinho e de bebida fermentada" e em sujeição a Deus, simbolizado pelo não cortar o cabelo e manter-se criteriosamente puro e não tocar em cadáveres.

Sansão, cujo nome significava "homem do sol", era um nazarita dotado de uma extraordinária força, de acordo com a sua descrição na bíblia hebraica, filho de Manoá, nascido de mãe estéril, era um dos juízes bíblicos cuja história está descrita no Livro dos Juízes  (13-16) e no Novo Testamento  (Hebreus 11,32) e que liderou os israelitas contra os filisteus. Ele era da tribo de Dã e foi o décimo terceiro juiz de Israel, sucedendo a Abdon.

A Bíblia relata que Sansão foi juiz do povo de Israel por vinte anos (Juízes 16:31), aproximadamente de 1177 a.C. a 1157 a.C., sendo o antecessor de Eli. Distinguia-se por ser portador de uma força sobre-humana que, segundo a Bíblia, era-lhe concedida pelo Espírito do Senhor enquanto se mantivesse obediente ao senhor dos Exércitos. Conta-se que Deus (Jeová) terá chamado Sansão para libertar o povo de Israel que vivia oprimido pelos Filisteus.

Sansão subjugava facilmente os seus inimigos e produzia feitos inalcançáveis por homens comuns, como rasgar um leão ao meio, enfrentar um exército inteiro e matar uma multidão de filisteus. Estes, que tinham um medo enorme da força do nazareno, tentavam sem sucesso prender Sansão. Os governantes filisteus, sabendo da paixão de Sansão pela filisteia Dalila, aliciaram a jovem, com 1100 moedas de prata, a descobrir a origem da força invencível de Sansão. Dalila amava Sansão, mas este amor era inferior ao que sentia pelo seu povo filisteu. Com o seu grande poder de sedução, Dalila tentou não só desvendar de Sansão o segredo da sua força, como também arranjar uma forma para que ele fosse dominado pelos filisteus.

Primeiramente, Sansão disse-lhe que ficaria vulnerável como qualquer outro homem, se o amarrassem com sete fibras novas de arco que não tivessem sido secas. Dalila atou Sansão com as sete fibras, durante o sono mas, quando os Filisteus chegaram para o levar, ele arrancou as fibras sem dificuldade. À segunda tentativa de Dalila, Sansão disse-lhe que seria facilmente dominado se fosse amarrado por cordas novas, mas também destas se libertou, sem custo, quando chegaram os Filisteus.

A terceira versão de Sansão foi tão falsa como as duas anteriores, pois quando Dalila teceu as sete madeixas do cabelo de Sansão com uma rede e as apertou com um gancho, durante o sono de Sansão, este voltou a libertar-se facilmente. Foi então que Dalila, não se sabe através de que artes, conseguiu saber o segredo da força de Sansão. Este disse-lhe que, se os seus cabelos fossem cortados, a sua força abandoná-lo-ia e ficaria fraco como uma criança. Sansão adormeceu no colo de Dalila e esta, suavemente, cortou-lhe os caracóis dos cabelos.
Dagon
Acordado pela chegada dos Filisteus, Sansão acreditava ainda ter força, mas foi rapidamente dominado pelos soldados, que lhe perfuraram os olhos e o prenderam com algemas de bronze.  Sansão foi exposto e humilhado, publicamente, no caminho do templo de Dagon, onde foi amarrado aos dois pilares que sustentavam o enorme edifício. A população juntou-se aos milhares para ver a derrota de Sansão e este, num último esforço, pediu a Deus que lhe devolvesse a força, por instantes. Foi, então, que Sansão, heroicamente, fez ruir os pilares, causando a destruição do templo e, consequentemente, a morte dos Filisteus, de Dalila e dele próprio Sansão.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

BAAL UM DEUS E UM DEMÓNIO


Baal em hebraico “בַּעַל” é uma palavra semítica que significa Senhor, Lorde, Marido ou Dono “Dom”. Esta palavra em Hebraico é cognada de outra em acádico, Bel, com o mesmo significado. A forma feminina de Baal é Baalath, o masculino plural é Baalin, e Balaoth no feminino plural. Esta palavra não tinha conotação exclusivamente religiosa, podendo ser empregue em relações de pai e filhos, por exemplo, não sendo obrigatória uma separação hierárquica.

A determinada altura na história dos antigos habitantes da zona da Mesopotâmia começou a existir uma confusão relativa à identificação dos deuses. Cada lugar adorava uma mesma divindade, mas com um nome diferente e isto tudo fomentou a dificuldade de hoje se identificar a diferença entre os deuses; o baal introduzido em Israel pelo Rei Acabe foi Baal-Melkart. Haviam outros como Baal-Zebube, o nome Belzebu, usado frequentemente no Novo Testamento para definir o príncipe dos demónios, nada mais é do que uma pronúncia mais fácil do mesmo nome.

Mais tarde Baal deu origem a Beliel o qual vem grandemente referido até no novo testamento. Este personagem teve a sua origem muito anteriormente, como o príncipe do mundo, epíteto que lhe garantia uma superioridade em relação aos outros componentes da divindade desta época. Este Deus era conhecido também por Enki - O Senhor da Terra.
Enlil era o Deus sumério do ar, senhor das tempestades, dos ventos, do raio e do travão e outras manifestações naturais ligadas à atmosfera; acima de tudo, era considerado o conector entre o Céu e a Terra e, ao mesmo tempo, o responsável pelo seu distanciamento.

Na Bíblia faz-se referência a Baal que poderia ser um epíteto de Hadad ou Adad que era uma divindade cananeia e suméria. Um deus da fertilidade.
Este Deus Adad dos sumérios viria a ser o Deus Sin dos acádios mais tarde, pai da bíblica Astarte dos filisteus e do seu irmão Camos ou Camoesh. Ambos também fizeram parte da mitologia Suméria e Acádia, como Ishtar e Shamash.

Segundo Zecharia Sitchin, -autoridade na escrita cuneiforme- Baal, Deus dos cananeus, era Shamash na Suméria, filho de Nannar-Sin, Deus de Ur, que em Canaã era El.
Em Canaã, os Hebreus viram no Deus Baal uma ameaça especial. No Livro dos Juízes da Bíblia Hebraica, o hebreu Gideão destrói os altares de Baal e a árvore sagrada pertencente aos Madianitas.
Mais tarde, o profeta Elias, no século IX a.C., condenou o Rei Acabe por adorar Baal.
Rei Acabe

terça-feira, 23 de novembro de 2010

OS DESCENDENTES DOS SUMÉRIOS: BABILÓNIA


Babilónia foi a capital da antiga Suméria e Acádia, no sul da Mesopotâmia, hoje no moderno Iraque, localiza-se aproximadamente a 80 km a sul de Bagdá. O nome Babil ou Babilu, em babilónico, significa "Porta de Deus". O Império da Babilónia, que teve um papel significativo na história da Mesopotâmia, foi provavelmente fundado em 1950 a.C. O povo babilónico era muito avançado para a sua época, demonstrando grandes conhecimentos, em arquitectura, agricultura e direito. Iniciou a sua era de império sob o amorita Hamurabi, por volta de 1730 a.C., e manteve-se assim por pouco mais de mil anos. Hamurabi foi o primeiro rei conhecido a codificar leis, utilizando no caso, a escrita cuneiforme, escrevendo as suas leis em tábuas de barro cozido, o que preservou muitos destes textos até ao presente. A partir daí, descobriu-se que a cultura babilónica influenciou em muitos aspectos a cultura moderna, como a divisão do dia em 24 horas, da hora em 60 minutos e daí por diante.

Entre todos os seus soberanos, o mais famoso, foi Hamurabi  (1792 a 1750 a.C.). O mais antigo e completo código de leis que a história regista foi da sua realização. Hamurabi também nomeou governadores, unificou a língua, a religião e fundiu todos os mitos populares num único livro: a Epopeia de Marduk, que era lido em todas as festas do seu reino. Também cercou a sua capital, fortificando-a. Ele criou o Código de Hamurabi, cujas leis, em resumo, seguem um mesmo princípio:  “Dente por dente, olho por olho”. Vejamos algumas das suas leis:

-Se um médico fizer uma larga incisão com uma faca de operações e matar o paciente, as suas mãos deverão ser cortadas;
-Se um médico fizer uma larga incisão no escravo de um homem livre, e matá-lo, ele deverá substituir o escravo por outro;
-Se um médico fizer curar um osso quebrado do corpo humano, o paciente deverá pagar ao médico cinco shekels;
-Se um construtor construir uma casa para outrem, e não fizer a casa bem-feita, e se a casa cair e matar o seu dono, então o construtor será condenado à morte;
-Se morrer o filho do dono da casa, o filho do construtor deverá ser condenado à morte.
A expansão do Império iniciou-se por volta de 1800 a.C., logo, o rei Hamurabi unificou toda a região que ia da Assíria no norte, à Caldéia no sul. A partir dessa unificação, surgiu o Primeiro Império Babilónico.

O Segundo Império Babilónico ou Império neo-babilónico é a denominação para uma época de 626 a.C. a 539 a.C., dominada pelo governo de Nabucodonosor II, e outros até à conquista da Babilónia pelo Império Aqueménida.
Assurbanípal reinou de c. 668 a 627 a.C. foi o rei que mandou criar a biblioteca de tábuas de barro, escritas em linguagem cuneiforme, que, tendo muitas delas sido preservadas até aos dias de hoje, permitiu aos arqueólogos descobrirem muitos aspectos da vida política, militar e intelectual dessa grande civilização.
A "Biblioteca Real" de Assurbanípal consiste em milhares de tabuinhas de barro e fragmentos contendo textos de vários tipos, inscrições reais, crónicas, mitologia, religião, contratos, cartas reais, decretos, documentos administrativos, entre outros, datando do sétimo século a.C. Este tesouro arqueológico foi encontrado em Kuyunjik, onde ficava Nínive, capital da Assíria.

Liderados por Nabucodonosor II (reinado de 604 a.C. a 562 a.C) também mandou construir os Jardins Suspensos da Babilónia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os babilónios destruíram Jerusalém em 607 a.C., levando os judeus ao exílio babilónico. O rei persa Ciro, o Grande, conquistou a Babilónia em 539 a.C., anexando a cidade e libertando os judeus do seu exílio.
Durante o seu segundo império, Marduk foi considerado o maior deus nacional. Porém em todos os períodos sempre se acreditou em milhares de demónios invisíveis que espalhavam o mal e cegavam os homens. As suas características gerais eram:
Politeísmo; desprezo pela vida além-túmulo; crença em génios, demónios, heróis, adivinhações e magia; sacrifício de crianças e práticas de orgias sexuais.
Para eles, os génios bons, ajudavam os deuses contra os malignos demónios, contra enfermidades e a morte. Os seres mortais viviam à procura de saber a vontade dos deuses, manifestada em sonhos, eclipses e o movimento dos astros. E deram origem à astrologia.

A base da economia era a agricultura. A construção de canais era controlada pelo Estado. Utilizavam arado semeador, a carroça de rodas e a grade. A sua situação geográfica não lhes era propícia, pois eram escassas as suas matérias-primas, o que favoreceu os empreendimentos mercantis. As caravanas de mercadores saíam para vender as suas mercadorias e iam em busca de marfim na Índia, cobre no Chipre e estanho no Cáucaso.
As transições comerciais eram feitas à base de troca, e, em alguns casos, usavam-se barras de ouro ou de prata.
Tanto o regime dos assírios quanto a dos caldeus era a monarquia absoluta. O poder estava centralizado nas mãos do rei, que também era o chefe militar, administrador, legislador supremo, sacerdote máximo e supervisor do comércio. A sociedade era hierárquica na seguinte sequência: o rei, nobres, sacerdotes estudantes em ciências, comerciantes, pequenos proprietários e escravos.

A Babilónia tornou-se a maior cidade caldaica cujo termo vem de "Caldeia", a parte sul e mais fértil da Mesopotâmia, onde se localizava o Império, região do Sul da Babilónia (actual Sul do Iraque), frequentemente mencionada no Antigo Testamento. Em rigor, situa-se na área contígua ao golfo Pérsico, entre o deserto da Arábia e o delta do rio Eufrates.
O prestígio dos reinados de Nabucodonosor II (605-562 a. C.) e de Nabodinus (556-539 a. C.) foi tal, que a Caldeia tornou-se sinónimo de Babilónia, graças ao seu extraordinário desenvolvimento no comércio. Após a sua morte, o Império Caldeu declinou cuja principal causa foi a corrupção. O Império tendo-se tornado sede de grandes riquezas e refinamentos, tornou os seus governantes, sedentos de ainda mais luxo, fazendo-os esquecerem a sua unidade, o que fez relaxarem as suas defesas.
Em 539 a.C. Ciro II da Pérsia aproveitou-se da situação da cidade e atacou-a, conquistando-a.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A CIVILIZAÇÃO SUMÉRIA


São o mais antigo povo da Mesopotâmia. De facto, ainda no VI milénio a.C., devido talvez à concorrência de factores climáticos vários, dá-se a ocupação dos vales do Tigre e do Eufrates pelos povos de Sumer, talvez oriundos dos confins da Arábia ou até da Ásia, o que ainda está por precisar. Alguns historiadores aludem à Índia ou à Ásia Central como regiões de origem, o que parece improvável.

Os Sumérios deram assim o nome à região por eles povoada na Baixa Mesopotâmia - a Suméria -, onde fundaram autênticas cidades, como Lagash, Uruk, Ur, Eridu, Larsa, etc. Estão na origem da civilização babilónica, sem contudo terem, provavelmente, qualquer similitude étnica com os povos daquela região do Eufrates. Os Sumérios eram um povo de curiosas feições corporais: braquicéfalos (crânio grande e arredondado), de estatura mediana, nariz proeminente, com lábios e maçãs do rosto acentuados. Rapavam o corpo todo, mesmo a cabeça, usando quotidianamente uma só veste, entre a cintura e os joelhos. Alguns autores alegam que eram negros, o que até agora não se provou cientificamente.

Quando a História deles dá notícia, já eram de facto uma civilização, destacando-se por serem um povo inteligente, com grandes capacidades de organização e de comércio, baseados em contabilidades apuradas. São o resultado de uma mesclagem entre indivíduos de etnia caucasiana e nativos mesopotâmicos, facto atestado em certos traços idiomáticos, de religião e de cerâmica, e visível nos vestígios arqueológicos. Foram submetidos, após lutas internas e rivalidades entre cidades, pelos rei dos Acádios, Sargon, cerca do século XXIV a.C., cujo povo era oriundo da região de Acad, com origem semita (povos do deserto da Arábia, descendentes de Sem, filho de Noé, segundo a lenda, tal como os Hebreus e os Árabes). O país de Acad situava-se junto ao Eufrates. Os seus habitantes assimilaram a cultura dos Sumérios, por eles submetidos, mas impuseram a língua acádica.

São os pioneiros na Mesopotâmia do cultivo das terras de forma continuada e tecnicamente elaborada, através dos regadios, do uso de espécies rentáveis, da pecuária. A economia era próspera, em parte devido ao aumento das áreas de regadio (apesar do clima seco e agreste, intermeado por inundações, uma das quais na origem do Dilúvio), o que proporcionava uma maior produção. As suas técnicas agrícolas foram, como as da escrita e outras, transmitidas aos Acádios, perdurando depois, diluídas, noutras civilizações mesopotâmicas.

A organização social e política dos Sumérios assentava na cidade-estado, de limites indefinidos e tipicamente expansionista, em moldes diferentes daquilo que apareceria mais tarde na Grécia Clássica, por exemplo. Algumas delas formaram autênticos impérios, ainda que efémeros, como Ur.

A autoridade máxima era o rei sacerdote ou patesi . Não é um rei Deus, como os faraós egípcios, antes um príncipe guerreiro e administrador, gerindo uma estrutura centralizada e regional, uma monarquia militar, à qual se subordinavam os dignitários religiosos. A religião baseava-se numa tríade de deuses: An, deus do céu, Enlil, da atmosfera, e uma Grande Mãe, com vários nomes, com variantes em cada cidade.


Na literatura tiveram igualmente destaque. Foram os Sumérios os primeiros a utilizarem um tipo de escrita. Cultivaram o género épico religioso que mais tarde influenciou outras literaturas nacionais, como a dos Babilónios, cujo expoente máximo, a Epopeia de Gilgamesh, tem as suas origens na Suméria. A língua era aglutinante, sem afinidades conhecidas na região. Também se conhecem narrações do Dilúvio (depois narrado na Bíblia), hinos e compilações de leis - o célebre código de Hamurábi, babilónio, encontra as suas origens na Suméria. São conhecidos desenvolvimentos nas ciências, principalmente nas matemáticas (sistema sexagesimal) e até na astronomia. Cultivavam também a música.


A sua escrita era cuneiforme, com cerca de 400-500 signos silábicos, tendo sido usada durante cerca de um milénio. Esses signos eram primeiramente desenhos de objectos reais, animais, acções, símbolos - portanto, ideográfica -, tendo depois evoluído para combinações de elementos em forma de cunha, donde lhe advém o nome. Esta escrita influenciaria muitas línguas do Médio Oriente.

Na arquitectura, destacam-se os zigurates, monumentos religiosos (templos ou santuários) próprios da civilização suméria, bem como planos urbanísticos com ruas estreitas, habitações pequenas e templos diversos. Os Sumérios trabalhavam também, com perícia e técnica, os metais, preciosos ou não, e as pedras, mesmo as mais duras, tendo atingido níveis brilhantes na escultura.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A ORIGEM DA ESCRITA


Para estudarmos o fenómeno doas origens da civilização, na Ilha de Creta, nela os dados apresentam-se mais abundantes e o progresso é contínuo: vê-se o homem avançar, desde os primeiros tempos até uma época em que já mora nos esplêndidos palácios de Cnosso e Festo e navega pelos mares, negoceia, funda colónias e inventa artifícios de beleza comparáveis aos nossos tempos mas, devido ao facto de só agora terem começado a serem decifradas as escritas pré-helénicas, cumprirá recordar que o conhecimento da organização política desses povos se baseia em simples conjecturas.

Não se pode dar um “texto” completo. As referências são de poemas posteriores em que se notam sobrevivências de um passado muito antigo. O homem, como indivíduo, o génio, o herói, o monarca, o chefe de Estado, não surgiram diferenciados.

Minos era apenas um nome, como Teseu, Dédalo, Ariadne. Esta circunstância é devida também à falta de textos. Quem sabe as surpresas que surgirão quando se chegar a ler e a compreender integralmente os hieróglifos Cretenses.

Acredita-se que a escrita fonética começou a surgir por volta do ano 3.500 a.C., a partir da escrita cuneiforme dos sumérios, a qual misturava elementos de carácter fonéticos e pictográficos.

Ainda não se sabe com certeza absoluta, porém, a primeira escrita apareceu na região entre os rios Tigres e Eufrates, na Mesopotâmia, locais onde surgiram as primeiras civilizações urbanas, cidades de Lagash, Umma, Nippur, Ur e Uruk, entre o sexto e o primeiro milênio AC.

Estas civilizações estavam formadas por pequenas comunidades sob a autoridade de um soberano e ante a necessidade de controlo administrativo; surgem os primeiros registos da escrita que foram os registos contáveis relacionados com as quantidades de sacos de grãos ou cabeças de gado. Este tipo de contas estava reservado a um grupo privilegiado: os escribas, que ocupavam também importantes cargos sacerdotais. Esses registos contáveis realizavam-se sobre tábuas de argila, que uma vez escritas eram secas ao sol.
Utilizavam para escrever, objectos de metal, osso e marfim, largos e pontiagudos em uma das extremidades e de outra, plano, em forma de paleta com a finalidade de poder cancelar o texto, alisando o material arranhado ou errado.
Em princípio, as tábuas só serviram para registos contáveis, posteriormente foram utilizadas para inscrições votivas, comemorativas, narrações históricas, relatos épicos, exemplo disso são as estrelas babilónicas e o código de Hammurabi e o poema de Gilgamesh, estes elaborados com material muito mais duradouro.

Essas informações chegaram até nós, em virtude do descobrimento da biblioteca de Ebla (cidade próxima a Ugarit), que constava de duas salas. Uma onde se encontravam os documentos administrativos, legais, históricos e religiosos e outra onde se encontravam os documentos económicos. As tábuas estavam guardadas em cestos e caixas de madeira ordenadas com inscrições para poderem ser localizadas.
O mais extraordinário das primeiras escritas é que elas puderam adaptar-se às outras línguas: suméria, acádia, hitita e persa. Assim, entre o terceiro e primeiro milénio AC., a escrita cuneiforme estendeu-se até ao sul da Palestina e norte da Arménia, sem esta extensão teria sido impossível decifrá-la.
Os hieróglifos foram usados durante um período de 3500 anos para escrever a antiga língua do povo egípcio.

Existem inscrições desde antes de 3000 a.C. até 394 d.C., data aparente da última inscrição hieroglífica, numa parede no templo de Ilha de File.
Constituíam uma escrita monumental e religiosa, pois eram usados nas paredes dos templos, túmulos, etc. Existem poucas evidências de outras utilizações.

Durante os mais de três milénios em que foram usados, os egípcios inventaram cerca de 6900 sinais. Um texto escrito nas épocas dinásticas não continha mais do que 700 sinais, mas no final desta civilização já eram usados milhares de hieróglifos, o que complicava muito a leitura, sendo isso mais um dos factores que tornavam impraticável o seu uso e levaram ao seu desaparecimento.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O ANTIGO EGIPTO

UMA DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES


Faraó era o título atribuído aos reis com estatuto de deuses no Antigo Egipto. Tem a sua origem imediata do latim tardio Pharao-onis, por sua vez do grego Φαραώ e este do hebraico Parōh, termo de origem egípcia que significava propriamente "casa elevada", indicando inicialmente o palácio real. O termo, na realidade, não era muito utilizado pelos próprios egípcios. No entanto, devido à inclusão deste título na Bíblia, mais especificamente no livro do "Êxodo", os historiadores modernos adoptaram o vocábulo e generalizaram-no.

A imagem que o grande público tem, geralmente, dos faraós, vem, em grande parte, daquela que nos é dada pelas grandes produções cinematográficas de Hollywood, os chamados filmes bíblicos dos anos cinquenta do século XX, onde o Faraó aparece como um monarca todo-poderoso que governa de modo absoluto, rodeado de uma corte de servos e obrigando uma multidão de escravos a construir monumentos em sua honra, como nos filmes Land of the Pharaohs “A Terra dos Faraós de Howard Hawks de 1955 ou em The Ten Commandments "Os Dez Mandamentos" de Cecil B. DeMille de 1956.

Mas, ainda que muitos dos faraós tenham sido, sem dúvida, déspotas a ideia da monarquia absoluta tem aqui os seus primórdios. A verdade é que este termo abrange uma grande variedade de governantes, de índoles e interesses diversos. Em cerca de três mil anos de tradição faraónica, passaram pelo trono do Egipto homens e algumas mulheres com aspirações bem diferentes.

Desde os misteriosos construtores das pirâmides de Gizé, ao poeta místico Akhenaton, passando pelo lendário Ramsés II, encontramos toda uma diversidade de indivíduos que, no seu conjunto, governaram uma das primeiras civilizações da humanidade.
É difícil de determinar datas precisas na história dos faraós, já que os testemunhos desta época são escassos, além de virem numa época em que a própria história estava nos seus primórdios, isto é, a escrita ainda estava nos seus inícios.

A tradição egípcia apresenta Menés ou Narmer, em grego, como sendo o primeiro faraó a unificar o Egipto, até então dividido em dois reinos. Segundo a história, este seria o primeiro governante humano do Egipto, a seguir ao reinado mítico do deus Hórus. Documentos históricos, como a Paleta de Narmer, parecem testemunhar essa reunificação sob o faraó Menés, cerca de 3150 a.C, ainda que os egiptólogos pensem que a instituição faraónica seja anterior. Por isso, se fala também de uma dinastia zero.

Quanto ao último dos faraós, todos estão de acordo em dizer que se tratou de Cesarion, Ptolomeu XV, filho de César e Cleópatra VII, pertencente à Dinastia Ptolomáica ou Lágida.

Ptolemeu XV Casear, nascido a 23 de Junho de 47 a.C. e assassinado em Agosto de 30 a.C., foi o último faraó da Dinastia ptolemaica do Egipto. Também conhecido como Caesarion “pequeno César”. Caesarion foi elevado ao estatuto de faraó pela sua mãe a 2 de Setembro de 44 a.C., quando tinha apenas três anos. É pouco provável que tenha tido algum papel político relevante dada a sua jovem idade e comparativamente à anterior sagacidade política de Cleópatra, sua mãe.

Após o assassinato de César nos Idos de Março em 44 a.C. a qualidade das relações diplomáticas entre a casa faraónica do Egipto e a República de Roma começou a deteriorar-se. O auxílio prestado por Cleópatra a Marco António, rival de Octávio Augusto,  na guerra civil, foi o pretexto encontrado por Roma para invadir o Egipto após a batalha naval de Actium. Cleópatra enviou Caesarion para um local seguro e suicidou-se em seguida, antes de ser apanhada pelos romanos. Octávio Augusto, no entanto, necessitava de eliminar Caesarion, uma vez que este era o único filho que César gerara, e mandou matar o jovem faraó pouco tempo depois da anexação do Egipto concretizada a 1 de Agosto do ano 30 a.C.
“Mapa-múndi", segundo a Geografia de Cláudio