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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

sexta-feira, 25 de junho de 2010

OS GUERREIROS IBÉRICOS

Os Ibérios Chegam do Norte de África por volta do ano 3.000 aC. 
Ocupam as duas terças partes do sul da Península Ibérica e chegaram até o rio Ebro. Estabeleceram-se principalmente no vale do Ebro e na costa de Valência. As suas cidades eram amuralhadas.
Era uma gente baixa, morena, e excelentes cavaleiros.
Foram criativos na arte de trabalhar figuras de bronze (touros, flores, etc). Viviam em sociedades tribais.

O DESCOBRIMENTO DA MADEIRA


Fidalgo cavaleiro da casa do infante D. Henrique, pertencente a uma família distinta.  
Seguiu desde muito novo a carreira marítima, e por mais de uma vez exerceu o comando das caravelas, que guardavam as costas do Algarve.
Quando o infante D. Henrique se lançou no caminho das explorações marítimas, João Gonçalves Zarco foi o primeiro que se lhe ofereceu para o coadjuvar nesses empreendimentos. Aproveitando o oferecimento, o infante D. Henrique, em 1418, mandou preparar um barco, e entregando-o a João Gonçalves Zarco e a Tristão Vaz Teixeira, mandou-os ou demandar terras desconhecidas, ou procurar umas ilhas que já apareciam nos mapas, e a que teriam aportado 50 ou 60 anos antes outros navegadores portugueses. João Gonçalves Zarco chegou depois dalguns dias de viagem, à ilha que chamou de Porto Santo, voltando logo a Portugal a dar conta do resultado da sua expedição. O infante ficou satisfeitíssimo, e tratou logo de colonizar a ilha.
 Ordenou pois a João Gonçalves Zarco e a Trintão Vaz Teixeira que voltassem a Porto Santo, dando-lhes por companheiro outro criado da sua casa, chamado Bartolomeu Perestrelo. Foi nessa segunda viagem que descobriram ou demandaram a ilha da Madeira, saindo Tristão Vaz e Gonçalves Zarco do Porto Santo no dia 1 de Julho de 1419, e indo aportar à Madeira no ponto a que chamaram de S. Lourenço, por ser de S. Lourenço, também o nome do navio que os conduzia.

 Fizeram depois em torno da ilha uma viagem de circum-navegação, e foram pondo nomes aos diferentes acidentes da costa.
 Nessa viagem recebeu a principal baía da ilha o nome de Baía do Funchal, e uma grande lapa onde se escondiam muitos lobos-marinhos que os viajantes caçaram para comer, tomando desse sitio o próprio João Gonçalves Zarco e os seus descendentes o apelido de Câmara. 
Voltando a Portugal, receberam os dois navegadores do infante o devido prémio. Confirmou a João Gonçalves Zarco o apelido de Câmara, e deu-lhe por armas escudo em campo verde, e nele uma torre de menagem com cruz de ouro, e dois lobos-marinhos encostados à torre com paquife e folhagens vermelhas e verdes e por timbre outro lobo-marinho sentado em cima do paquife. Além disso, dividindo a ilha em duas capitanias, fez mercê duma delas, a do Funchal, a João Gonçalves Zarco. Partiu este para a sua ilha, depois de ter casado com uma senhora por nome Constança Rodrigues de Almeida, e todo se entregou à colonização da sua maravilhosa propriedade. Não se esqueceu contudo dos seus deveres de cavaleiro, nem sobretudo da multa gratidão que devia ao infante D. Henrique, e, quando este quis tentar a expedição de Tanger, veio pôr-se à sua disposição.
 No cerco de Tanger foi armado cavaleiro pelo infante, e tendo escapado com vida a essa desastrosa expedição, tornou para a Madeira, onde, aproveitando as ricas maltas que existiam ali, fez construir alguns navios com que de vez em quando auxiliou o infante nas suas expedições de descobrimento para além do cabo Bojador. Diz-se que foi ele, mas não se sabe com que fundamento, o primeiro que pôs a artilharia a bordo. Esses instrumentos guerreiros eram então bem imperfeitos e de bem pouco serviam, mas, assim como eram, se alguém se lembrou de a pôr a bordo, foram de certo portugueses que precisavam bem de todos os meios de defesa que o génio humano lhes pudesse sugerir para se defenderem nas aventurosas expedições que tentavam contra desconhecidos perigos.
Os navios de Gonçalo Zarco figuraram, como se disse, nos descobrimentos para além do cabo Bojador, e um sobrinho de Gonçalves Zarco, Álvaro Fernandes, foi um dos nossos descobridores mais felizes e audaciosos. João Gonçalves Zarco morreu na segunda metade do século XV, cheio de anos e de felicidades, deixando filhos que foram tronco de algumas das mais nobres famílias portuguesas. O ramo principal da sua casa é hoje representado pelos descendentes dos condes e marqueses da Ribeira Grande.
CAMÕES ESCREVEU:
"Passamos a grande Ilha da Madeira,
Que do muito arvoredo assim se chama;
Das que nós povoamos a primeira,
Mais célebre por nome do que por fama.
Mas nem por ser do mundo a derradeira,
Se lhe avantajam quantas vénus ama;
Antes, sendo esta sua, se esquecera,
De Cypro, Guido, Paphos e Cythera."
Luis de Camões, in Os Lusiadas

Na Antiguidade Clássica, historiadores e geógrafos já faziam referência a "paradisíacas ilhas atlânticas", o que leva a crer que o arquipélago da Madeira seria já conhecido por navegadores Fenícios e Gregos.
Em cartas datadas de 1339 estão já representadas três ilhas aproximadamente na mesma zona em que se situa o Arquipélago da Madeira.

Posteriormente, aparecem no Atlas Mediceu com os nomes de "Isola del Legname" (esta expressão significa "madeira" em italiano), "Porto Santo" e "Isole Deserte".
Tudo isto leva a pensar que em meados do século XIV já havia um bom conhecimento do Arquipélago da Madeira, embora só no século XV se inicie o seu povoamento e uma verdadeira colonização.
Nos compêndios de História, a data oficial da descoberta da Ilha da Madeira é 1419, data que corresponde provavelmente ao início do povoamento.
João Gonçalves Zarco foi o comandante da expedição que, ao serviço do Infante D.Henrique, "descobriu" o Porto Santo em 1418 e a Madeira em 1419. Nesta viagem foram companheiros de Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo.
Apesar do Porto Santo ter sido descoberto antes da Madeira, a verdade é que foi esta a primeira das ilhas a ser povoada, isto porque a primeira tentativa de povoar o Porto Santo não resultou devido à aridez do solo.
A distribuição das terras foi feita por estes três povoadores e as ilhas da Madeira e Porto Santo foram divididas em três capitanias. A vertente sul da Madeira ficou a cargo de João Gonçalves Zarco (1450), a vertente norte coube a Tristão Vaz Teixeira (1440) e a ilha do Porto Santo foi entregue a Bartolomeu Perestrelo (1446).
A Madeira foi a primeira ilha a ser efectivamente ocupada por colonos europeus, nomeadamente franceses, italianos, espanhóis, ingleses e flamengos. A população não nobre provinha do Algarve e do Minho.
A ilha oferecia aos povoadores madeira para as casas, para a construção naval e, mais tarde, para exportação. Possuía também água em abundância, aves e peixes, que não tardaram a ser um meio muito importante de subsistência dos colonos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

AÇORES, DESCOBRIMENTO E NAVEGAÇÃO:


A Oeste de Portugal continental, de sueste para noroeste, o arquipélago dos Açores é formado por nove ilhas de origem vulcânica organizadas em três grupos: um grupo oriental com as ilhas de S. Miguel e Sta. Maria; um grupo central com as ilhas Terceira, S. Jorge, Pico, Graciosa e Faial; e um grupo ocidental, composto pelas ilhas das Flores e Corvo.
A descoberta das ilhas dos Açores está envolta em muitas dúvidas e poucas certezas pois são praticamente inexistentes documentos régios que o comprovem ou assinalem as circunstâncias e as datas de cada descoberta. Mesmo a cartografia existente, pela sua diversidade, apenas contribui para aumentar a incerteza sobre este acontecimento.
Gonçalo Velho Cabral
Segundo Gaspar Frutuoso, cronista açoriano do século XVI, os Açores foram descobertos por Gonçalo Velho Cabral que, a mando do Infante D. Henrique, teria chegado à ilha de Sta. Maria em 1432 e a S. Miguel em 1444. Durante o século XIX alguns estudiosos defenderam que este arquipélago já seria conhecido, tendo apenas os navegadores do Infante D. Henrique reencontrado estas ilhas. Estas conclusões baseavam-se na interpretação de alguns mapas de século XIV onde estão representadas várias ilhas a ocidente de Portugal e que só podiam ser os Açores.
 Teorias mais recentes refutam a ideia de os Açores já serem conhecidos nesta altura uma vez que as ilhas representadas nesses mapas estavam muito próximo de Portugal continental, muito mais do que realmente estão os Açores, e com uma disposição geográfica distinta da deste arquipélago, não passando provavelmente de ilhas imaginárias. Aliada a esta interpretação, surge também a ideia de que no século XIV não haveria ainda conhecimentos técnicos para navegar até aos Açores. No entanto, segundo Verlinden, para se efectuar esta rota não seriam necessários instrumentos de navegação novos, bastando para tal apenas o conhecimento dos ventos conjugado com a navegação por estimativa e a navegação astronómica primitiva.
  Ora, atendendo a que a navegação para os Açores implicaria um afastamento da costa, a maioria dos estudiosos é da opinião que tal só terá ocorrido no século XV, com a ajuda das cartas de marear em conjunto com a bússola.
A carta de 1439 do catalão Gabriel de Valsequa apresenta dados mais precisos sobre a descoberta do arquipélago açoriano uma vez que surge já, com algum rigor, a representação dos Açores, em cuja legenda se afirma que estas ilha teriam sido descobertas por um Diego de ?, não sendo possível identificar o segundo nome. De acordo com a leitura feita por Damião Peres, este Diego seria Diogo de Silves. Assim, e à falta de mais dados convincentes para a atribuição do descobridor dos Açores, crê-se que realmente estas ilhas teriam sido descobertas por Diogo de Silves, marinheiro do Infante D. Henrique, no ano de 1427.
As circunstâncias que possibilitaram a descoberta dos Açores continuam no entanto por clarificar. Alguns estudiosos admitem que a sua primeira abordagem por marinheiros do Infante D. Henrique terá sido casual, na sequência das viagens de regresso da costa africana no séc. XV, onde se desenvolve a navegação que tira partido dos ventos dominantes e das correntes favoráveis.
No mais antigo documento régio referente aos Açores, que data de 2 de Julho de 1439, é dada permissão ao Infante D. Henrique para mandar povoar e lançar ovelhas nas sete ilhas dos Açores, pressupondo que, apesar de as viagens entre o continente e as ilhas terem ocorrido desde 1427 até 1439 com Gonçalo Velho, o povoamento só se terá iniciado em 1439. Neste documento apenas são referidas sete das nove ilhas dos Açores uma vez que as Ilhas Flores e a Ilha do Corvo só terão sido encontradas por Diogo de Teive e seu filho João de Teive no ano de 1452.
A carta régia de 5 de Abril de 1443 atesta o desenvolvimento registado nos primeiros anos de povoamento dos Açores. Nesta carta o regente D. Pedro isenta os seus habitantes por cinco anos do pagamento da dízima e portagem dos géneros vindos do arquipélago para o Reino. Quatro anos depois os moradores de S. Miguel são dispensados do pagamento de direitos do pão, vinho, pescado, madeira, legumes e outros produtos que exportassem para o continente. Assim não restam dúvidas de que em 1443 a colonização já havia feito progressos na ilha de Sta. Maria e com certeza na ilha de S. Miguel. No entanto, a colonização das restantes ilhas era ainda bastante lenta e cheia de dificuldades, só mais tarde vindo a usufruir dos benefícios das cartas de privilégios de 1443, 1444 e 1447.
O Gonçalo Velho terá sido delegado pelo Infante D. Henrique a função de dirigir os trabalhos de povoamento da ilha de Sta. Maria, em conjunto com dois sobrinhos, Nuno Velho e Pedro Velho, e um grupo de colonos.
Muitas dúvidas pairam sobre o povoamento da Ilha Terceira, no entanto está comprovado que o flamengo Jácome de Bruges foi nomeado capitão desta ilha, por doação do infante D. Henrique, em 1450, tendo encetado uma acção pioneira incentivando o seu povoamento.
Mais tarde passam a existir duas capitanias na ilha Terceira, a de Angra e da Praia, ficando Jácome de Bruges na capitania de Angra e Álvaro Martins na capitania da Praia.
A capitania de S. Jorge foi doada em 1483 a João Vaz Corte Real, acreditando-se no entanto que em data anterior a esta já existisse população nesta ilha. Este povoamento deverá ter-se seguido ao povoamento da ilha Terceira, uma vez que a localidade das Velas já era referida em 1460 no testamento do Infante D. Henrique. Do mesmo modo a doação da capitania da Graciosa terá sido precedida do seu povoamento.

O povoamento das restantes ilhas ter-se-á feito com lentidão num processo moroso e difícil, não tendo sido fácil aliciar gente de condição ou mesmo do povo a fixar-se numa ilha distante, desconhecida e deserta, onde a incerteza pairava sobre tudo o que pudesse constituir atractivo para mudança.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A ORIGEM DO NOME "BRASIL"


Diz a tradição que o nome Brasil vem de pau-brasil, madeira cor-de-rosa. Mas a tradição é insuficiente quando se sabe que, desde 1339, o nome Brasil aparece em mapas. No século XIV, os planisférios dos cartógrafos Mediceu, Solleri, Pinelli e Branco mostravam uma Ilha Brasil, sempre a Oeste dos Açores. O historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda acreditava que a origem do nome é uma lenda céltica que fala de uma "terra de delícias", vista entre as nuvens.
A primeira carta geográfica onde aparecem referências seguras ao Brasil real é o mapa de Cantino. Nele podem ver-se papagaios, florestas e o contorno do litoral desde o Norte até ao Sudeste. O trabalho foi encomendado pelo espião italiano Alberto Cantino, em 1502, a um cartógrafo de Lisboa e enviado ao seu senhor, o duque de Ferrara.

É um mistério como ele foi feito. Afinal, as únicas viagens oficiais de espanhóis e portugueses ao Brasil até 1502 foram as de Vicente Pinzón, ao estuário do Amazonas, e Pedro Álvares Cabral, até onde hoje é a Bahia. Como explicar, então, a presença, na carta, do desenho do litoral desde Cabo Frio até ao Amazonas?
Quem teriam sido os primeiros visitantes?

Fruto provável do suborno do cartógrafo, a se julgar pela conta salgada apresentada por Cantino ao duque, o mapa deixa claro que já havia conhecimento profundo das terras a Oeste do Atlântico. Além de 4 000 Km de litoral brasileiro aparecem no mapa a Flórida, a Terra Nova (hoje Canadá) e a Groenlândia.
Historiadores portugueses modernos, como Jorge Couto e Luciano Pereira da Silva, acham que Duarte Pacheco Pereira, o navegador que negociou Tordesilhas e autor do importante livro Esmeraldo de “Situ Orbius”, sobre as navegações portuguesas, escrito em 1505, deixou indicações de que esteve no Brasil.
Teria visitado a costa do Maranhão e a foz do Amazonas, em 1498, quatro anos depois de Tordesilhas. Mesmo assim há questões do mapa de Cantino não respondidas. A única certeza é que entre a versão e o facto agiam em sigilo os cavaleiros da Ordem de Cristo – cuja documentação jamais foi encontrada.

Devido a documentação existente, fica mais do que claro que o dia 22 de Abril de 1500 ocorreu a tomada de posse, por parte de Portugal, das novas terras, uma vez que eles sabiam o que iriam encontrar, não sendo, portanto uma descoberta, mas uma epopeia marítima, mesmo assim devemos comemorar o 22 de Abril do ano 2000 como os 500 anos do "descobrimento", pois essa é a data que consta em todos os compêndios oficias existentes.

Muita gente que se pronúncia sobre “os descobrimentos” como controvérsia “nacionalista”, estudiosos de secretária, nunca andaram no mar, não conhecem o seu poder, a sua magnitude mágica. Não podem avaliar a grandeza dessa epopeia, simplesmente, porque ignoram as realidades com que os navegadores daquele tempo se deparavam, as dificuldades físicas e os rudimentares meios técnicos disponíveis na época: a navegação astronómica e a bússola. 
Os cascos dos barcos eram construídos da madeira de pinho não resinado "riga" e não existiam as tintas antifúngicas da actualidade: o cordame e o velame ensopavam, eram pesados e os demais aparelhos de navegação “a balestilha e o astrolábio apenas podiam indicar a longitude do lugar porque a latitude era calculada por estimativa com uma ampulheta que marcava o tempo, mas isso muito impreciso por causa das correntes e dos ventos "o decaimento"; não existia ainda o sextante, o “GPS”, o “plotter de navegação” nem o piloto automático ou radar. O escorbuto (falta de vitamina C) matava metade da tripulação, por isso chamavam eles à costa Africana, junto de Angola, “Terra do Diabo” porque quando aí chegavam já quase todos tinham os dentes a cair ou estavam a morrer. A alimentação era à base de Biscoitos que apodreciam a menos de metade da viagem, cheiravam a urina de ratazana, ou de carne salgada rançosa que apodrecia; aqueles que comiam as ratazanas cujo organismo produz essa vitamina é que se safavam da doença. Os piolhos a falta de água, a malária, a sífilis, a peste e a fome eram situações constantes nessas viagens. 
A quilha, até à linha de água dos barcos (querena), infestada pelos parasitas, apodrecia nas longas viagens de ida e volta e mal resistiam aos temporais do mar, afundando-se. As terras além-mar não foram descobertas, foram encontradas, mas foram “descobertos” os caminhos marítimos por pessoas que merecem a nossa veneração. Fenícios, Vikings, Espanhois ou Portugueses, ou outros, não interessa; todos foram marinheiros e dominaram a arte de navegar e sofreram as agruras do Mar. Para finalizar, era mais difícil naquele tempo, atravessar o Atlântico que ir à Lua na actualidade.

                   

domingo, 20 de junho de 2010

A IDADE MÉDIA E A IGREJA

A Igreja católica era uma das principais instituições da Idade Média. A sua influência exercia-se sobre todos os sectores da sociedade, estava presente em cada costume e em cada acto da vida dos cristãos. Regulamentava as relações entre as pessoas (casamentos, doações de feudos...), definia o que devia ser feito em cada hora: tempo de orações, de jejum, de guerra e de paz. A mentalidade do homem era totalmente dominada pela religião. Aqueles que se afastassem das suas normas sofreriam punições: penitências, exigência de peregrinações e excomunhão. Com o aparecimento de novas religiões e o enfraquecimento da Igreja, foi criada a Inquisição, um tribunal religioso que julgava e condenava os acusados de heresias; aqueles que não seguiam os preceitos cristãos (leia-se A Inquisição, neste Blogue). Sendo tão rica e temida a Igreja detinha também grande poder político: os papas interferiam na política dos reis e imperadores, muitas vezes criando conflitos entre uns e outros. Durante quatrocentos anos o Império Romano deu unidade e segurança à Europa e ao mundo mediterrânico. Com a queda de Roma, em 476, a Igreja passou a dar unidade à Europa. O papa demonstrou ser mais poderoso que os reis bárbaros. Perante todos, ele afirmava a sua autoridade de sucessor do apóstolo Pedro, a quem, segundo a Bíblia, Cristo confiara a chefia da Igreja: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja".

Em tempo mais remoto, em Roma, a religião cristã foi apenas uma entre as religiões. Entretanto, o número de cristãos foi aumentando e com isso, criaram conflitos com os governantes romanos por não aceitarem adorar o imperador e seus deuses pagãos.
Milhares de cristãos morreram pela sua fé, perseguidos pelos romanos.
O Imperador Constantino
 Em 313, o imperador Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos e em 391, o imperador Teodósio consolidou o cristianismo como a religião oficial do Império Romano.
O Imperador Teodósio
A direcção da Igreja católica pertencia ao papa e aos bispos. Cada bispo administrava um território denominado: Diocese.
Os bispos eram auxiliados nessa tarefa pelos cónegos.
As dioceses eram formadas por várias paróquias, e cada uma delas tinha um padre (chamado pároco) para administrá-la.
A Igreja, portanto, estava organizada como um verdadeiro Estado, mais poderoso até que os reinos medievais. Até hoje a Igreja é organizada praticamente da mesma forma.

A Igreja foi a instituição mais poderosa da sociedade medieval do Ocidente. As magníficas catedrais construídas na Europa nos séculos XII e XIII são sinais impressionantes desse poder.
Naquela época não existiam oficinas, fábricas, bancos nem máquinas. O importante era a terra. A riqueza era medida pela quantidade de terra que alguém possuía. A Igreja chegou a ser proprietária de dois terços das terras de toda a Europa. Era uma instituição poderosíssima, a "grande senhora feudal". Alguns mosteiros medievais eram verdadeiros feudos, enormes e com numerosos servos.
Todos os bispos eram proprietários de terras. Aliás, ser bispo era um grande negócio na Idade Média. Veja o que diz um bispo do século IX:
"Para ordenar um padre, cobrarei em ouro; para ordenar um diácono, cobrarei um monte de prata (...). Para chegar a bispo, paguei bom ouro, mas agora hei-de rechear a bolsa".
Essa mentalidade demonstra como os membros da Igreja na Idade Média deixaram-se seduzir pelos bens materiais. Arcebispos, bispos e abades eram os equivalentes aos duques, barões e condes e em geral viviam no luxo.
Nem todos os cristãos aceitavam que bispos e padres vivessem no luxo. Inspirados nos exemplos e nos ensinamentos de Jesus Cristo, alguns fiéis, ao longo da Idade Média, retiraram-se para lugares isolados, a fim de levar uma vida autenticamente cristã, longe dos prazeres em que viviam muitos cristãos. Surgiram assim, as ordens monásticas, fundadas por homens que dedicavam a vida à oração, ao estudo e muitas vezes ao trabalho manual.
Em 525, São Bento fundou na Itália o Mosteiro de Monte Cassino e criou a Ordem Beneditina. De acordo com as normas estabelecidas por São Bento, os monges deveriam viver na pobreza, estudar, trabalhar e obedecer ao abade, chefe do mosteiro.
Esse movimento de renovação espiritual da Igreja prosseguiu nos séculos seguintes. Várias ordens religiosas foram fundadas com o objectivo de eliminar a corrupção, os interesses materiais e o acúmulo de riquezas de toda a Igreja. Essas ordens queriam abolir o controlo dos senhores feudais sobre o clero. Combatiam, principalmente, práticas pouco cristãs como a compra e venda de cargos da Igreja.

No século XIII, apareceram os frades. Originalmente não eram membros do clero, mas leigos. Ao invés de se trancarem em mosteiros, preferiam o trabalho beneficente, a pregação e o ensino. Uma figura muito importante foi São Francisco de Assis (1182-1226), fundador da primeira ordem de frades - a ordem franciscana.

 Outra ordem religiosa importante foi a ordem dominicana, fundada por São Domingos, um nobre espanhol.
 O papel dos monges, na Idade Média, foi muito importante em vários aspectos. No aspecto religioso, eles contribuíram para converter os povos germânicos ao cristianismo. No aspecto económico, contribuíram para melhorar os métodos de produção agrícola. No aspecto cultural, foram os responsáveis pela conservação do conhecimento antigo. Os mosteiros possuíam bibliotecas, onde podiam ser encontrados muitos textos da Antiguidade.
Havia também os monges copistas, que copiavam textos clássicos romanos e gregos.
Wesrminster
Na Idade Média foram fundadas algumas grandes abadias, que se tornaram muito famosas. Algumas existem até hoje, como a de Melk, na Áustria.
A abadia é o nome que se dá à residência de monges ou monjas governados por um abade ou abadessa. 
As abadias medievais assemelham-se a pequenas cidades. Tinham geralmente diversas igrejas, grandes bibliotecas, muitos quartos para os seus moradores, oficinas para a produção e conserto de ferramentas e carroças, estrebarias e cocheiras, cozinhas, etc.
Localizavam-se sempre no centro de uma grande propriedade. Nela eram cultivados: trigo, cevada, centeio, videiras, frutas, etc. Eram também criados porcos, galinhas, perus, patos, bois, vacas, cavalos, etc.
Os próprios monges trabalhavam no cultivo e na criação. Alguns, porém, passavam o tempo na biblioteca, copiando em livros novos as obras dos grandes escritores antigos,
 sobretudo gregos e romanos. Eram os monges copistas. Outros produziam verdadeiras obras de arte, utilizando um tipo de letra bastante enfeitada, chamada letra gótica. Nas margens das páginas, desenhavam enfeites diversos, chamados iluminuras. Graças aos monges copistas, grande parte das obras antigas foi preservada até hoje.
Nas abadias, além do trabalho, boa parte do tempo era dedicada à oração e ao canto sacro.

As abadias contavam em geral com um grande número de servos, que executavam os trabalhos mais pesados. Funcionavam como grandes propriedades feudais.
Havia abadias imensas, como a de Cluny, na França. Havia outras menores, espalhadas sobretudo pela Bélgica, França, Itália, Espanha, Áustria e Alemanha.
As Ordens Combatentes na Terra Santa.




Em 1184 no Concílio de Verona, foi criado o Tribunal da Inquisição, ou Tribunal do Santo Oficio.
O Papa Gregório IX, em 20 de Abril de 1233 editou duas bulas que marcam o reinício da Inquisição “Licet ad capiendos” a qual foi confiada à recém-criada ordem dos Pregadores, os Dominicanos Inquisidores.
Nos séculos seguintes, ela julgou, absolveu ou condenou e entregou ao Estado, para que as penas fossem aplicadas a vários dos seus inimigos propagadores de heresias.