SEM GRILHETAS NEM SENSURA

SEM GRILHETAS NEM SENSURA

NOTA:

NESTE BLOGUE, todos os títulos possuem hiperligação relacionada no YOUTUBE.

AOS AMANTES DO CONHECIMENTO E DA VERDADE OBJECTIVA

A TODOS AQUELES QUE GOSTAM DE VER E DE SABER PARA ALÉM DA SUBJECTIVIDADE E DA VERDADE OCULTA.

PESQUISAR NESTE BLOGUE

Páginas

PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA
O FILOSOFO DE PORTUGAL

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A BATALHA NAVAL DE TRAFALGAR (Video)


A Batalha de Trafalgar foi uma batalha naval que ocorreu entre a França aliada com a Espanha contra a Inglaterra, em 21 de Outubro de 1805, no período napoleónico, ao largo do cabo de Trafalgar, na costa espanhola. A esquadra franco-espanhola era comandada pelo almirante Villeneuve, enquanto a inglesa era comandada pelo almirante Nelson, para muitos o maior génio de sempre da estratégia naval.


A França queria invadir a Inglaterra pelo Canal da Mancha, mas antes tinha que se livrar do empecilho que era a marinha inglesa. Nelson tinha que evitar isso.
A paz assinada em Amiens em Março de 1802 não passou de uma pequena trégua de um ano. As hostilidades recomeçaram em 1803 e, pouco tempo depois, Nelson seria nomeado comandante da esquadra do Mediterrâneo. O momento continuava a ser delicado para os ingleses, na medida em que Bonaparte continuava a planear a invasão da Grã-Bretanha e no ataque a Londres, que poria fim ao que tinha sido a maior resistência aos seus planos imperiais.


Para conseguir a desejada invasão, precisava dominar o espaço marítimo do Canal da Mancha durante o tempo necessário ao movimento das tropas, e isso apresentava-se estrategicamente difícil, face ao poder naval britânico. Napoleão tentou um plano: concentrar o maior número de navios no Canal da Mancha para evitar que os ingleses fizessem o mesmo. Não era fácil, porque a presença dos navios de reconhecimento era constante à frente dos portos, e todos os movimentos seriam detectados.


Sobretudo, era muito difícil levar navios do Mediterrâneo para o norte, porque a passagem em Gibraltar era visível e levantaria suspeitas. Concebeu, uma manobra que poderia ter tido algum êxito: uma imensa esquadra combinada, de navios franceses e espanhóis sairia do Mediterrâneo, atraindo os ingleses até às Antilhas; daí regressaria rapidamente com os ventos favoráveis, predominantes de Oeste, unindo-se às esquadras de Brest e Rocheford que avançariam para a Mancha. Nessa altura concretizar-se-ia a invasão.

Franceses e espanhóis, constituindo uma imensa armada de cerca de trinta navios juntava-se à esquadra de Toulon e Cádis, comandada pelo Almirante Villeneuve, dirigiram-se em direcção a Oeste iludindo completamente a vigilância de Nelson que os buscava desesperadamente.
Tanto quanto se pode saber, terá sido um oficial da marinha portuguesa a sugerir-lhe que o destino eram as Índias Ocidentais, e os ingleses correram até às Antilhas, mas não encontrando nada, regressaram até à zona de Cádiz, onde o comando dos navios foi entregue a Collingwood, enquanto Nelson se deslocava a Portsmouth a bordo do “Victory”. Villeneuve regressou como estava previsto, mas perto de Finisterra defrontou-se com uma armada inglesa comandada pelo Almirante Calder.


Na verdade a refrega não tinha tido grande importância, mas estava previsto que a esquadra de Brest viesse ao seu encontro e tal não tinha acontecido, de forma que Villeneuve, a bordo do Bucentaure decidiu regressar a Cádis na convicção de que a invasão tinha sido adiada. Na verdade sabe-se hoje que Napoleão tinha abandonado a ideia, resolvendo concentrar esforços para atacar a Áustria, mas não se tem conhecimento que essa informação alguma vez tenha chegado a Villeneuve. Entrou em Cádis no final de Agosto de 1805 e, dessa vez, Nelson tinha controlado bem o seu movimento, movendo-lhe um bloqueio largo que não impedia a sua saída, mas que lhe permitiria tomar rapidamente uma formação de batalha e dar-lhe combate, caso isso sucedesse.


Os espanhóis aconselharam a que se ficasse no porto e aí se invernasse até à próxima estação: o esforço do bloqueio seria dos ingleses que tinham de ficar no mar e suportar todos os incómodos dessa situação, enquanto eles recuperavam forças em terra. No entanto, as pressões sobre Villeneuve para que saísse eram muito grandes, e é provável que a mais forte de todas fosse a ameaça do próprio Imperador. Há mesmo uma altura em que o Almirante francês decide aceitar o conselho dos espanhóis, mas muda de opinião, dois dias depois.
Nelson previra o que iria acontecer e preparou o seu plano de batalha com todo o cuidado, dentro das regras que ele próprio considerava adequadas: atacaria os espanhóis a partir de uma posição a barlavento, dividindo a sua força em duas colunas que abordariam o inimigo a meio da sua formação, procurando desfazê-la e parti-la, para que tivesse de se empenhar em combates singulares onde os seus navios da retaguarda já não podiam ser socorridos pelos mais avançados.


No dia 9 de Outubro e como já acontecera antes, escreveu todas as instruções num memorandum que divulgou a todos os capitães. A manobra era perigosa porque a aproximação ao inimigo seria feita sem possibilidades de fazer fogo sobre ele (os navios de linha não tinham capacidade de fogo para vante), expondo-se a toda a extensão das suas baterias, mas era a única forma de os obrigar verdadeiramente a combater. Confiava que a sua exposição não seria muito demorada e, sobretudo, acreditava na resistência dos seus navios e na perícia dos seus homens.
Os espanhóis saíram a 19 de Outubro navegando em direcção ao Sul, ao estreito de Gibraltar, com vento de Oeste, e de imediato foram avistados pelas fragatas inglesas que deram o alarme.


A esquadra inglesa manobrou tal como previra o seu experiente comandante, perseguindo o inimigo até à madrugada do dia 21, quando Villeneuve deu ordem para virar em roda e regressar a Norte. Esta manobra tem sido alvo de grandes controvérsias a que a historiografia inglesa responde com uma única justificação: o Almirante inimigo não sabia o seu ofício. Com vento oeste, se a esquadra virou em roda a Sul do Cabo Trafalgar e à distância que se supõe do mesmo, ficaria numa situação de vento muito escasso para demandar Cádis. Seria um erro demasiado grosseiro, para quem, apesar de tudo tinha uma grande experiência de mar. A verdade é que com esta manobra a formação aliada desfez-se um pouco e favoreceu o ataque inglês nos moldes em que Nelson o determinara.


Como a armada francesa era maior que a inglesa (33x27), Nelson tinha que preparar uma excelente estratégia. A ideia foi a de atacar a esquadra inimiga que navegava pela costa surpreendendo-a pelo oceano, atacando em duas colunas em fila indiana. Essa estratégia tinha um ponto fraco que era a exposição por aproximadamente 20 minutos dos navios ingleses aos canhões franco-espanhóis. Nelson tinha confiança que sua esquadra aguentaria o fogo em direcção às proas inglesas e, em seguida, poderia apontar seus canhões às popas e proas inimigas. Logo após isso, eles virariam os navios de modo a emparelhá-los com os inimigos. O plano original incluía também uma contenção pelo Norte, impedindo a marinha inimiga de fugir e iniciarem uma luta espaçada em alto mar.


Mas Nelson não tinha barcos suficientes para essa terceira coluna. O plano pretendia gerar confusão na compacta frota franco-espanhola e permitir um combate navio contra navio, o que favorecia os britânicos.
Nelson morreu na batalha a bordo do “Victory” mas ainda teve conhecimento da Victória.



Napoleão perdeu o controle do Atlântico, e não pôde atacar a Inglaterra, na sua tão desejada Campanha da Bolonha. Nelson, por outro lado, tornou-se um dos maiores heróis ingleses de todos os tempos.  Pierre Villeneuve foi feito prisioneiro e levado para Inglaterra. Libertado no ano seguinte, foi encontrado morto num quarto do Hotel de Patrie, em Rennes, quando se dirigia a Paris, a 22 de Abril de 1806, com seis punhaladas no peito. A versão oficial que se tornou pública falava do suicídio de Villeneuve, que foi enterrado sem qualquer cerimónia pública. Há historiadores que sustêm que Napoleão o mandou assassinar.


BREVE CRONOLOGIA DE NAPOLEÃO
1769: Nasce em Ajácio, Córsega, em 15 de Agosto. - 1779: Escola militar de Brienne. - 1784: Artilheiro na escola militar de Paris. - 1789: Revolução Francesa; na Córsega, tem papel activo na resistência. - 1793: Comanda um batalhão de artilharia em Toulon. -1794/95: Brigadeiro, participa na campanha de Itália. Comanda a guarnição de Paris, esmaga insurreição monárquica, salva a Convenção, que o designa general-em-chefe do exército do interior. - 1796/97: Comandante-em-chefe do exército de Itália. Casa com Josefina. Vitórias em Nice, Lodi, Milão, Arcole, Rivoli. -1798: Campanha do Egipto. - 1799: É eleito primeiro cônsul. -1800: Batalha de Marengo. - 1802: Cônsul vitalício. - 1804: Napoleão e Josefina coroados imperadores de França. - 1805: Batalhas de Trafalgar e de Austerlitz. - 1806: Em 21 de Novembro ordena o bloqueio a Inglaterra. -1810: Casa com a princesa Maria Luísa de Áustria. -1812: Invade a Rússia mas retira no Inverno.- 1814: Abdica em Abril; parte para a ilha de Elba. - 1815: Regressa a França; fuga de Luís XVIII. Cem dias de governo, derrota em Waterloo. Abdica. Exílio na ilha de Santa Helena, onde morre em 5 de Maio de 1821.


Foi essa vitória de Nelson na batalha de Trafalgar que talvez tenha possibilitado, segundo alguns autores, o contra ataque francês na península Ibérica. E também a retirada estratégica da família real portuguesa dos Bragança para o Brasil e que terminou por desenvolver no brasileiro o verdadeiro espírito real de independência, capitaneado por um nobre dessa dinastia,  D. Pedro de Alcântara, em 7 Setembro de 1822 com o episódio do chamado "Grito do Ipiranga".
A destruição da frota aliada franco-espanhola na Batalha de Trafalgar arruinou e diminuiu a capacidade da Espanha defender e manter o seu Império. Após a derrota de Trafalgar, a Espanha encontrou-se sem uma armada capaz de enfrentar o poderio crescente naval inglês, assim cortando completamente a comunicação internacional.


Enquanto as coligações sucessivas eram derrotadas uma e outra vez por Napoleão Bonaparte no continente, a Espanha livrou-se de uma guerra menor contra Portugal (Guerra das Laranjas) que lhe permitiu anexar Olivença.(a)



As guerras de independência na América espanhola foram as numerosas guerras contra o Império Espanhol na América latina, que ocorreram durante o início do século XIX, a partir de 1808 até 1829. O conflito começou em 1808, com juntas estabelecidas no México e Montevideu, em reacção aos acontecimentos da Guerra Peninsular. Os conflitos podem ser caracterizados tanto como uma guerra civil e uma guerra de libertação nacional como guerras internacionais (entre países), uma vez que a maioria dos combatentes de ambos os lados eram espanhóis e americanos: O objectivo do conflito por um lado foi a independência das colónias espanholas nas Américas. As guerras, em última instância, resultaram na criação de uma série de novos países independentes que se prolongam da Argentina e Chile, no sul, ao México, no norte. Apenas Cuba e Porto Rico permaneceram sob domínio espanhol, até à Guerra Hispano-Americana em 1898.

(a)Guerra travada em 1801, na sequência, por um lado, da recusa portuguesa em aliar-se à França contra a Inglaterra (país aliado de Portugal) e, por outro, de um acordo entre a França e a Espanha em que se planeava a partilha do território nacional entre as duas. Napoleão Bonaparte e os espanhóis pretendiam que o príncipe regente de Portugal abrisse os portos aos navios espanhóis e franceses. Não o conseguindo, invadiram o País. As hostilidades terminaram com a perda de Olivença.