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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

domingo, 27 de junho de 2010

OS TEMPLÁRIOS – OS MONGES SOLDADOS

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.
Conquistada pelos cristãos na Primeira Cruzada, em 1098, Jerusalém estava de novo cercada pelos árabes em 1116. Os nobres franceses Hugues de Payens e Geoffroi de Saint-Omer juraram, na Igreja do Santo Sepulcro (o templo dos cristãos), viver em perpétua pobreza e defender os peregrinos que vinham à Terra Santa.
Nascia a Ordem dos Cavaleiros Pobres de Cristo, renomeada, em 1119, Ordem dos Cavaleiros do Templo - a Ordem dos Templários,
Na época, várias organizações católicas congregavam devotos sob regimento próprio. A dos Templários, entretanto, era diferente: Os seus membros eram monges guerreiros. As normas da Ordem eram secretas e só conhecidas, na totalidade, pelo comandante em chefe (o grão-mestre) e pelo Papa.
Desde o início, os templários foram desobrigados de obedecer aos reis. Podiam, assim, ter interesses próprios. Ao entrar na companhia, o novato conhecia só uma parte das regras que a guiavam e, à medida que era promovido, sempre em batalha, tinha acesso a mais conhecimentos, reservados aos graus hierárquicos superiores.
Os ritos de iniciação marcavam as promoções. Foi essa estrutura que permitiu, mais tarde, à Ordem de Cristo manter secretos os conhecimentos de navegação no Atlântico.
Enquanto as cruzadas empolgaram a Europa, os templários receberam milhares de propriedades por doação ou herança e desenvolveram intensa actividade económica. Nos seus feudos, introduziram métodos racionais de produção e foram os primeiros a criar linhagens de cavalos em estábulos limpos.
Uma rede de postos bancários logo se espalhou por vários países. Peregrinos a caminho da Terra Santa depositavam os seus bens no ponto de partida e ganhavam uma carta de crédito com o direito de retirar o equivalente em moeda local em qualquer estabelecimento templário, estava inventado o cheque. Devido às suas habilidades com o manejo de riquezas e bens, somado a honestidade comprovada, foram os mesmos encarregados de gerir as fortunas de vários nobres. Daí para gerirem as finanças dos Reis, como as de Filipe IV de França,  cognominado o Belo.
Mas a exuberância dos Templários gerou inveja. Enquanto houve cruzadas, os templários exibiram orgulhosamente o manto branco com a cruz vermelha, a mesma que depois as naus portuguesas usariam. Com a queda da Cidade Santa, em 1244, e a expulsão das tropas cristãs da Palestina, em 1291, a mística dissipou-se e a oposição monárquica tornou-se explícita.
Nas décadas seguintes, a confraria seria vítima de articulações palacianas, fomentada pela cobiça do rei de França, que visava apossar-se dos bens dos Templários e não lhes pagar a dívida, o que efectivamente ocorreu, a 13 de Outubro de 1307, facto que provavelmente esteve na origem da superstição das sextas-feiras dia 13 serem dias aziagos, tendo sido a mesma extinta em toda a Europa; com a excepção de Portugal, onde D. Dinis, com a habilidade que lhe era peculiar, a consegue transformar, com a autorização do Papa, na  nova Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo  (1321).
O Castelo de Tomar, Almourol,  Idanha,  Monsanto,  Pombal e Zêzere foram reconstruídos e ocupados pela Ordem dos Templários com o novo nome de Ordem de Jesus Cristo.
No dia 8 de Março de 1500, em Lisboa, terminada a missa dominical, o Rei D. Manuel I sobe ao altar edificado no cais da Torre de Belém, toma a bandeira da Ordem de Cristo e entrega-a a Pedro Álvares Cabral.
O capitão vai içá-la na principal nave da frota que partirá daí a pouco para a Índia. Era uma esquadra respeitável, a maior já montada em Portugal, com treze navios e 1 500 homens. Além do tamanho, tinha outro detalhe incomum.
O comandante não possuía a menor experiência como navegador. Cabral só estava no comando da esquadra porque era cavaleiro da Ordem de Cristo e, como tal, tinha duas missões: criar uma feitoria na Índia e, no caminho, tomar posse de uma terra já conhecida, o Brasil.
A presença de Cabral à frente do empreendimento era indispensável, porque só a Ordem de Cristo, uma companhia religiosa militar autónoma do Estado e herdeira da misteriosa Ordem dos Templários, tinha autorização papal para ocupar tal como nas cruzadas os territórios tomados dos infiéis (no caso brasileiro, os índios).
No dia 26 de Abril de 1500, quatro dias depois de avistar a costa brasileira, o cavaleiro Pedro Álvares Cabral cumpriu a primeira parte da sua tarefa. Levantou onde hoje é Porto Seguro a bandeira da Ordem e mandou rezar a primeira missa no novo território. O futuro país estava sendo formalmente incorporado às propriedades da organização.
O escrivão Pero Vaz de Caminha, que reparava em tudo, escreveu para o rei sobre a solenidade: "Ali estava com o capitão a bandeira da Ordem de Cristo, com a qual saíra de Belém, e que sempre esteve alta." Para o monarca português, a primazia da Ordem era conveniente.
É que atrás das descobertas dos novos cruzados vinham as riquezas que faziam a grandeza e a glória do reino de Portugal, tornando assim a pequena nação ibérica num império espalhado pelos quatro cantos do planeta.
Portugal que na época era um reino pobre. As nações ricas eram, Veneza, Alemanha (dividida em pequenos principados) e Flandres (hoje dividida entre Holanda e Bélgica), buscava meios de aumentar suas fontes de riquezas, a fim de sair da condição precária que vivia com as suas finanças, e vislumbrou que dominado o caminho da Índia pelo mar poderia comercializar as suas especiarias.
Para a consecução desse intento foi importantíssima a participação da Ordem de Cristo, pois, os mesmos também tinham o objectivo de circunvagar a África e daí chegar à Índia, uma vez que os caminhos por terra estavam dominados pelos muçulmanos, quando, em 1416 o Infante D. Henrique, 3º filho do Rei D. João I, tornou-se Grão-Mestre.
Assim, acharam que era hora de por em execução o desejo, tanto da Ordem como do reino de chegar à Índia, a ideia pareceu uma loucura, pois não havia conhecimento de navegação em mar aberto.
Mas sabia-se que os Templários possuiam o conhecimento necessário para alcançarem o objectivo de chegar a Índia e também tomar posse das novas terras além-mar. Essa empreitada recebeu o aval do Papa Martinho V, que em 1418, na Bula Papal “Sane Charissimus”, deu um carácter de cruzada ao empreendimento, as terras tomadas dos infiéis passariam à Ordem de Cristo, que teria sobre elas o poder temporal, de administração civil e religiosa, isto é, o controle religioso e a cobrança de impostos eclesiásticos.
Entre o lançamento oficial da empreitada e a conquista do objectivo último decorreria um longo tempo, precisamente 80 anos. Apenas em 1498, o cavaleiro Vasco da Gama conseguiria chegar à Índia. Morto em 1460, D. Henrique não assistiu ao triunfo da sua cruzada. Mas chegou a ver como, no rasto dela, Portugal ia-se tornando a maior potência marítima da Terra.
A Ordem de Cristo controlou o conhecimento das rotas e o acesso às tecnologias de navegação enquanto pôde. Mas com o ouro descoberto na Guiné, em 1461, o monopólio da pilotagem passa a ser cada vez mais desafiado.
A partir de então, multiplicaram-se os contratos com comerciantes e as cessões de domínio ao Rei, para exploração das regiões descobertas. Aos poucos, a sabedoria secreta guardada em Tomar foi sendo passada para mercadores de Lisboa, Flandres e Espanha. Portugal naquela época fervilhava de espiões, especialmente espanhóis e italianos, que procuravam os preciosos mapas ocultados pelos cruzados.
Enquanto o tesouro de dados marítimos esteve sob a sua guarda, a estrutura secreta da Ordem garantiu a exclusividade para os portugueses. Em Tomar e em Lagos, os navegadores progrediam na hierarquia apenas depois que a sua lealdade era comprovada, se possível em batalha.
Só então eles podiam ler os relatórios reservados de pilotos que já haviam percorrido regiões desconhecidas e ver preciosidades como as tábuas de declinação magnética, que permitiam calcular a diferença entre o Pólo Norte geográfico e o Pólo Norte magnético que aparecia nas bússolas.
E, à medida que as conquistas avançavam no Atlântico, eram feitos novos mapas de navegação astronómica, que forneciam orientação pelas estrelas do Hemisfério Sul, a que também unicamente os iniciados tinham acesso. 
Mas o sucesso atraía a competição. A Espanha, tradicional adversária, também fazia política no Vaticano para minar os monopólios da Ordem, em acção combinada com seu crescente poderio militar. Em 1480, depois de vencer Portugal numa guerra de dois anos na fronteira, os Reis Fernando, de Leão, e Isabel, de Castela, começaram a interessar-se pelas terras dalém mar.
Com a viagem vitoriosa de Colombo à América, em 1492, o papa Alexandre VI, um espanhol de Valência, reconheceu em duas bulas, as “Inter Caetera”, o direito de posse dos espanhóis sobre o que o navegante genovês havia descoberto. E rejeitou as reclamações de D. João II de que as novas terras pertenceriam a Portugal. O Rei não se conformou e ameaçou com outra guerra.
A controvérsia induziu os dois países a negociarem, frente a frente, na Espanha, em 1494, um tratado para dividir o vasto novo mundo que todos pressentiam: o Tratado de Tordesilhas.
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