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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

segunda-feira, 26 de abril de 2010

NAVEGAÇÃO\COMÉRCIO TRIANGULAR


O Comércio Triangular foi o principal instrumento do tráfico negreiro e envolvia uma teia de interesses e de negociações entre Europa, África e América, com algumas ramificações englobando os produtos asiáticos. O processo era gerido pelas metrópoles europeias, principalmente Holanda, Inglaterra, França, Espanha e Portugal. Embora estas últimas nações estivessem já decadentes, ainda dispunham de poder nas suas respectivas colónias, nesta trajectória de produção e distribuição de mercadorias essenciais para a vida económica global: ouro, prata, diamantes, açúcar e tabaco. Esta estrutura comercial enredava produtores e distribuidores, compradores e vendedores, dominadores e subjugados, um intrincado jogo conduzido pelas potências europeias, mas que dependia essencialmente da existência, no continente africano, de negreiros dispostos a trocar os produtos manufacturados transportados por mercadores da Europa – armas de fogo, rum, tecidos de algodão provindos da Ásia, ferro, jóias de baixo valor, entre outros – por seus próprios compatriotas, negros que seriam escravizados na América, onde eram trocados por açúcar, tabaco, moedas ou barras de ouro e prata, cedidos pelos seus futuros senhores, donos de minas ou proprietários de importantes plantações.

O continente africano tinha como função, no comércio triangular, oferecer trabalhadores escravos para as colónias da América e das Antilhas – onde os barcos negreiros buscavam os portos da Jamaica, Bahamas, Haiti, Saint- Eustatius, Saba, Saint-Martin, Barbuda e Antigua, Guadalupe, Granada, Trinidad & Tobago, Bonaire, Curaçao e Aruba. Daqui seguiam grupos de escravos para as Carolinas e a Virgínia (EUA), enquanto outros tantos eram direccionados para o Norte e Nordeste do Brasil, bem como para o Rio de Janeiro. O escravo era o motor que movia a produção das grandes lavouras de açúcar e tabaco, que se estendiam do Rio de Janeiro até ao Sul dos Estados Unidos, na Virgínia.

Os nativos africanos que negociavam com os europeus tinham um papel muito importante na captura e troca de seus conterrâneos, pois só eles tinham coragem e conhecimento suficiente do território local para se enveredarem pelo interior africano em busca daqueles que se tornariam escravos em terras desconhecidas. Às vezes, os próprios colonos deslocavam-se até ao continente africano, negociando directamente com os negreiros, dispensando o intermediário comerciante europeu.

Sem os negros escravizados a economia da Europa não teria sido tão beneficiada por esta rede “comercial triangular”. Na verdade, estas transacções favoreciam, além das metrópoles, tanto os responsáveis por esta triangulação na África, quanto o mecanismo produtor das colónias americanas. Os escravos eram utilizados pelas potências colonizadoras europeias como moeda de troca, através da qual elas importavam os produtos produzidos nas suas colónias na América e nas Antilhas, completando-se assim os vértices do comércio triangular, não necessitando recorrer aos metais preciosos que detinha, a base do Mercantilismo.

Resumindo, os produtos manufacturados europeus eram trocados por escravos na África, embarcados para a América e para as Antilhas – nestes trajectos, muitos escravos, submetidos a condições extremas de vida não sobreviviam na viagem.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comércio_Triangular


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