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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O EGIPTO DE TUTANKHAMON


O Antigo Egipto é a expressão que define a civilização da Antiguidade que se desenvolveu no canto nordeste do continente africano. A nação do antigo Egipto tinha como fronteira a norte o Mar Mediterrâneo, a oeste o deserto da Líbia, a leste o deserto da Arábia e a sul a primeira catarata do rio Nilo.
A história do Antigo Egipto inicia-se em cerca de 3150 a.C., altura em que se verificou a unificação dos reinos do Alto e do Baixo Egipto, e termina em 30 a.C. quando o Egipto, já então sob dominação estrangeira, se transformou numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha Naval de Ácio entre os aliados Cleópatra e Marco António contra Octávio.

Tutankhamon foi um faraó, do Antigo Egipto, que faleceu ainda na adolescência.
Era filho e genro de Akhenaton, o faraó que instituiu o culto de Aton o Deus Sol, e filho de Kiya, uma esposa secundária do seu pai; casou-se aos 10 anos com Ankhsenpaaton, sua meia-irmã que, mais tarde, trocaria o nome para Ankhsenamon, foi a terceira das seis filhas do faraó Akhenaton e da rainha Nefertiti; sendo assim, Tutankhamon era genro de Nefertiti, cujas origens familiares são pouco claras, o que levou muitos investigadores a considerarem que Nefertiti teria origem estrangeira, tendo sido identificada por alguns autores como Tadukhipa, uma princesa do Império Mitanni, filha do rei Tushratta, império que existiu no que é hoje a região oriental da Turquia. O seu nome significa "a mais Bela chegou".
Tutankhamon Assumiu o trono quando tinha cerca de doze anos, restaurando os antigos cultos aos deuses e os privilégios do clero, principalmente o do Deus Amon de Tebas. Morreu em 1324 a.C., aos dezanove anos, sem herdeiros, depois de nove anos de trono, o que levou os especialistas a especularem sobre a hipótese de doenças hereditárias na família real da XVIII dinastia ou homicídio. Devido ao facto de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão sumptuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois foi uma das raras sepulturas reais encontrada intacta. Ao ser aberta, em 1922, ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egipto de há 3466 anos.

As fontes disponíveis sobre a vida de Tutankhamon referem explicitamente o nome do pai e da mãe deste rei. A sua origem real é contudo certa, como mostra uma inscrição num bloco de pedra calcária encontrado em Hermópolis, chamada no tempo por Khmunu, o que significa "A cidade dos oito deuses".

Para alguns investigadores o seu pai foi o rei Amen-hotep III (1389 a.C.- 1351 a.C. ou entre 1391 a.C. e 1353 a.C.) ou Amenófis III, segundo a versão helenizada do nome, enquanto que outros defendem ter tido como pai o filho e sucessor deste, Amen-hotep IV, que mais tarde mudaria o seu nome para Akhenaton em resultado das concepções religiosas que faziam do Deus Aton, a divindade mais importante.

Para apoiar a tese da paternidade de Amen-hotep apontava-se as várias inscrições nos muros e na colunata do templo de Luxor, feitas no tempo de Tutankhamon, nas quais o jovem rei  se refere a Amen-hotep como seu pai. Contudo, deve ser salientado que no Antigo Egipto o termo "pai" tinha um sentido amplo, podendo ser utilizado para se referir a um avô ou até mesmo a um antepassado longínquo. A ser filho de Amen-hotep III, poderia ter tido como mãe a grande esposa real deste soberano, Tié ou Teye, mas segundo historiadores, sendo Akhenaton proscrito, era mais interessante que se pensasse que Amen-hotep III era seu pai. No túmulo de Tutankhamon no Vale dos Reis encontrou-se uma madeixa de cabelo desta rainha. Para reforçar ainda mais esta tese apontam-se as semelhanças físicas entre Tié e Tutankhamon, mas a mesma era sua avó paterna.

No entanto, em recente análise de ADN das múmias, ficou comprovado que o pai de Tutankhamon era o faraó monoteísta Akhenaton.
Outra hipótese provável dos progenitores de Tutankhamon, aponta como seus pais Akhenaton e uma esposa secundária deste, Kiya, rainha que poderia ter origem estrangeira, talvez mitânia. Uma cena num relevo do túmulo de Akhenaton, no qual a família real lamenta a morte de um membro, é interpretada como uma alusão à morte de Kiya durante um parto, sendo este justamente o parto de Tutankhamon.

Sabe-se pouco sobre Kiya, mas os últimos dados que se conhecem desta figura referem-se ao ano 11 do reinado de Akhenaton, data que se considera mais ou menos coincidente com o nascimento de Tutankhamon.

Tutankhamon ascendeu ao trono aos nove anos de idade, sucedendo no cargo a Semenkhkare, rei sobre o qual se sabe muito pouco; segundo a egiptologia, Semenkhkhare seria Nefertiti com outro nome, mas, Semenkhkhare era o título dado aos co-regentes dos faraós, esse era na realidade um nobre, chamado Panhesy, da alta estirpe de Amarna que se casou com Meritaton, filha mais velha de Akhenaton e Nefertiti, que a sucedeu após a sua morte, ambos teriam sido assassinados em Amarna juntamente com quase todos seus moradores, pois Ay cujo prenome foi Kheperkheruré, o que significa "Eternas são as manifestações de Rá ou Ré" vizir na época, queria o trono e, sem herdeiros seria mais fácil. Por milagre, Tutankhamon e sua irmã Ankhesenamon, conseguiram sobreviver á matança e foram levados para Tebas para serem casados e coroados, ele com 9 anos e ela com 11 anos de idade.

Devido à jovem idade do rei, Tutankhamon, os verdadeiros governantes durante este período foram Aye e Horemheb, dois altos funcionários do tempo de Akhenaton, que mais tarde seriam eles próprios faraós. Ay era, provavelmente amante de Tié talvez já viúva nesse tempo e pai de Nefertiti. Durante o tempo de Akhenaton era Horemheb o intendente dos cargos reais, tornando-se vizir, uma posição de grande prestígio que manteve durante o reinado de Tutankhamon.

No quarto ano do seu reinado o jovem rei mudou o seu nome de Tutankhaton para Tutankhamon "imagem viva de Amon". A sua esposa fez o mesmo, passando de Ankhesenpaaton para Ankhesenamon "ela vive para Amon". Esta mudança dos nomes está relacionada com a rejeição das doutrinas religiosas de Akhenaton e com a restauração dos deuses antigos. Durante a fase final do reinado de Tutankhamon a repressão sobre o culto aos outros deuses tinha-se acentuado, tendo o rei mandado destruir todos os nomes de outros deuses que se achassem em inscrições, com excepção de Aton:

A situação do Egipto parecia ser catastrófica nesta época, a acreditar no texto gravado numa estela, a chamada "Estela da Restauração", que foi encontrada no terceiro pilar do templo de Amon em Karnak.


Nele se afirma que os templos dos deuses estavam em pleno estado de decadência e estes, irados, tinham lançado a confusão no país. Até as expedições militares no Próximo Oriente pareciam não alcançar sucesso devido à indiferença perante os templos e os deuses.
Assim, e ainda segundo a estela, o rei terá mandado fazer novas estátuas de deuses e restaurar os seus templos, bem como os cultos diários que ali eram conduzidos.  
Tutankhamon faleceu aos dezanove anos em 1324 a.C. Uma vez que o seu túmulo não estava ainda pronto, foi sepultado num túmulo de dimensões pequenas, pouco habitual para alguém que ocupou o cargo de faraó.

A sua viúva, Akhesenamon, toma uma atitude desconcertante. Numa carta enviada a Suppiluliuma I, rei dos hititas, a rainha pede ao soberano um dos seus filhos como marido, prometendo-lhe o trono do Egipto. Os hititas tinham sido inimigos do Egipto, razão pela qual este pedido era estranho. Suppiluliuma desconfiou das intenções da rainha, julgando tratar-se de uma armadilha. Na resposta enviada perguntou à rainha onde estava o filho de Tutankhamon. Ankhesamon, despeitada, afirma que não tem filhos. Depois de reflectir o rei hitita decidiu atender ao pedido da rainha, enviando um filho para casar e ser coroado rei do Egipto. Contudo, este príncipe nunca chegou ao Egipto, julgando-se que foi morto no caminho por espiões enviados por Horemheb ou Ay.
Ay casaria com Akhesenamon, talvez contra vontade desta, o que permitiu a Ay tornar-se rei.
Ay teria já uma idade avançada, entre os sessenta e os setenta anos, e inexplicavelmente meses depois, a rainha morre misteriosamente, tendo sido ele faraó durante quatro anos, morrendo de "causas naturais" meses após Horemheb retornar de uma das várias guerras em que participava. Respeitou a memória de Tutankhamon, não usurpando os seus monumentos. Ay foi sucedido por Horemheb que não precisou casar com ninguém, pois já não haviam membros da família real vivos e, por ser herói de guerra, teve o apoio maciço do povo, reinou durante vinte e sete anos e não deixou herdeiros.

Devido à falta de elementos informativos relativos a Tutankhamon, especula-se sobre os motivos da sua morte. Em 1925 foi realizada uma autópsia à múmia, tendo-se considerado na época a hipótese de uma morte natural, talvez por tuberculose.
Em 1968 uma equipe da Universidade de Liverpool, obteve autorização para realizar um raio-X à múmia. Uma ferida perto da orelha esquerda do faraó, que penetrou no crânio, produzindo uma hemorragia, foi apontada como causa da morte. Esta ferida poderia ter sido causada por um golpe ou um acidente. As radiografias mostraram como um osso tinha penetrado no crânio. Alguns investigadores avançaram com a hipótese de assassinato que teria tido como autores Ay e Horemheb. O que pelas confusões pelo poder na época seria o mais provável.

Em Janeiro de 2005 a múmia foi retirada do seu sarcófago no túmulo do Vale dos Reis, tendo sido alvo de um exame no qual se recorreu à tomografia computadorizada. Este exame, que teve uma duração de quinze minutos, gerou 1700 imagens.
Os novos exames retiraram a hipótese de morte por assassinato. Em Novembro de 2006, com base em novas e sofisticadas análises, apresentaram-se novas evidências que sustentam esta teoria. Quanto ao osso encontrado no crânio julga-se que foi provocado por um erro durante o processo de embalsamamento do corpo.

Em Maio de 2005, egípcios,  franceses e americanos reconstituíram a sua face a partir de imagens de tomografia computadorizada. O rei Tut - como foi apelidado - tinha a parte posterior do crânio estranhamente alongada e o queixo retraído.
Conforme notícias divulgadas em de 2010, Tutankhamon teria morrido, na verdade, devido à malária combinada com uma infecção óssea, segundo um estudo divulgado nos Estados Unidos. Para outro autor o faraó Tut teria passado por severo episódio de malária antes de assumir o trono, mas teria morrido assassinado por Aye com um golpe na porção posterior do crânio.

Em torno da abertura do túmulo e de acontecimentos posteriores gerou-se uma lenda relacionada com uma suposta "maldição" ou "praga da morte", lançada por Tutankhamon contra aqueles que perturbassem o seu descanso eterno. O mecenas de Carter, Lord Carnarvon, faleceu a 05 de Abril de 1923, não tendo por isso tido a possibilidade de ver a múmia e o sarcófago de Tutankhamon. No momento da sua morte ocorreu na capital egípcia uma falha eléctrica sem explicação e a cadela do lorde teria uivado e caído morta no mesmo momento na Inglaterra. Nos meses seguintes morreriam um meio-irmão do lorde, a sua enfermeira, o médico que fizera as radiografias e outros visitantes do túmulo. Para além disso, no dia em que o túmulo foi aberto de forma oficial o canário de Carter foi engolido por uma serpente, animal que se acreditava proteger os faraós dos seus inimigos. Os jornais da época fizeram eco destes factos e contribuíram de forma sensacionalista para lançar no público a ideia de uma maldição. Curiosamente, Howard Carter, descobridor do túmulo, viveu ainda durante mais treze anos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ANTIGUIDADE ESPARTANA


Esparta, em grego “Σπάρτη”, é um município da Grécia, situada nas margens do rio Eurotas, no Sudeste da região do Peloponeso. Foi uma das mais notórias cidades-estado da Grécia Antiga que cerca do ano 700 a.C. conquistou a vizinha Messénia, uma prefeitura localizada na periferia do Peloponeso cuja capital é Kalamata.
Duzentos anos mais tarde, coligou-se aos seus outros vizinhos, formando a Liga do Peloponeso.

Na Guerra do Peloponeso, no século V a.C., Esparta derrotou Atenas e passou virtualmente a governar toda a Grécia, mas em 371 a.C. os outros estados revoltaram-se e Esparta foi derrubada, apesar de manter-se poderosa durante mais duzentos anos.
Esparta encontra-se situada numa região de terras apropriadas para o cultivo da vinha e da oliveira.
Na Antiguidade, Esparta, era uma cidade de carácter militarista e oligárquica. O governo de Esparta tinha como um de seus principais objectivos fazer dos seus cidadãos modelos exemplares de soldados, bem treinados fisicamente, corajosos e obedientes às leis e à autoridade.

Em Esparta, os homens eram na sua maioria soldados e foram responsáveis pelo avanço das técnicas militares, melhorando e desenvolvendo um treino, organização e disciplina, inéditos naquela época.
Relativamente ao poder, Atenas era a principal rival de Esparta e foi ela que liderou as cidades-estado gregas na luta contra os invasores persas, em 480 a.C.. A Constituição de Esparta, segundo a tradição, foi escrita por um legislador chamado Licurgo, que teria vivido no século IX a.C..

Segundo a mitologia grega, o primeiro habitante da região chamava-se Lélex. O seu neto,  Eurotas, deu origem ao rio com o mesmo nome, ao dragar os pântanos da Lacónia. Eurotas foi sucedido por Lacedemon, casado com Esparta, filha de Eurotas. Várias gerações depois, Héracles interveio em Esparta, reinstalando o rei Tíndaro, que havia sido deposto por seu irmão Hipocoonte.
Durante as invasões dóricas, Esparta foi conquistada, e a diarquia de Esparta começa com os irmãos gémeos Eurístenes e Procles. Esparta surgiu em meados do século IX a.C.. Durante a época micénica existiram a Sul do local onde nasceria Esparta dois centros urbanos, Amiclas e Terapne. Nesta última cidade, encontraram-se santuários dedicados ao rei Menelau e à sua esposa Helena, personagens da Ilíada de Homero.

À semelhança de outras partes da Grécia, a Lacónia conheceu um decréscimo populacional com o fim da era micénica. No século X a.C., os Dórios penetraram na região. No século seguinte, quatro aldeias da Lacónia uniram-se para fundar Esparta; no século seguinte a cidade de Amiclas foi incluída em Esparta.

Perante o problema gerado pelo aumento populacional e pela escassez de terra, Esparta optou pela via militar para solucionar a questão, ao contrário de outras “polis” gregas que recorreram à fundação de colónias. Esparta fundou apenas uma colónia, Tarento, actual Taranto, no sul da Itália. Assim, Esparta decidiu conquistar os territórios vizinhos, tendo conquistado toda planície da Lacónia no final do século VIII a.C. Na luta pelo domínio no Peloponeso, Esparta teve como rival Argos, cidade do Nordeste do Peloponeso.
Em 570 a.C., uma tentativa de conquista da Arcádia revelou-se um fracasso, tendo Esparta optado por alterar a sua política no sentido da diplomacia. Assim, Esparta ofereceu a outras localidades do Peloponeso a possibilidade de integrar uma liga por si liderada, a chamada Liga do Peloponeso. A maioria dos estados do Peloponeso integraria esta liga, com excepção de Argos.

Durante as Guerras Persas, Esparta liderou as forças que defenderam a Grécia em terra, enquanto Atenas defendia pelo mar. Com o final da guerra, as relações com Atenas deterioraram-se, culminando na Guerra do Peloponeso  (431-404 a.C.), que os Espartanos venceram.

A educação espartana, que recebia o nome técnico de agogê “passagem”, apresentava as particularidades de estar concentrada nas mãos do Estado e de ser uma responsabilidade obrigatória do governo. Estava orientada para a intervenção na guerra e a manutenção da segurança da cidade, sendo particularmente valorizada a preparação física que visava fazer dos jovens bons soldados e incutir um sentimento patriótico. Nesse treinamento educacional eram muito importantes os treinamentos físicos, como salto, corrida, natação, lançamento de disco e dardo. Nos treinamentos de batalha, as meninas dedicavam-se ao exercício do arco e flecha. Já os meninos eram especialistas em combate corporal, assim como em tácticas defensivas e ofensivas.

De acordo com Plutarco (50-120 d.C.), quando nascia uma criança espartana, pendurava-se na porta da casa um ramo de oliveira, se fosse um menino, ou uma fita de lã, se nascesse uma menina. Havia rituais privados de purificação e reconhecimento da criança pelo pai, além de uma festa de nascimento conhecida "comogenetlia", na qual o recém-nascido recebia um nome e presentes de parentes e amigos. Desde o nascimento até à morte, o espartano pertencia ao Estado. Os recém-nascidos eram examinados por um conselho de anciãos que ordenava eliminar os que fossem portadores de deficiência física ou mental ou não fossem suficientemente robustos. Uma forma usual de selecção eugénica naquela época.
As crianças Espartanas eram espancadas pelo pai para se tornarem mais rijos e fortes, e, se não o fossem, morreriam.

A partir dos sete anos de idade, os pais não mais orientavam a educação dos filhos. As crianças eram entregues à orientação do Estado, que tinha professores especializados para esse fim. Os jovens viviam em pequenos grupos, levando vidas muito austeras, realizavam exercícios de treino com armas e aprendiam a táctica de formação militar.
Com sete anos, o jovem espartano entrava no exército. Mas só aos trinta anos de idade adquiria plenos direitos políticos, podendo, então, participar na Assembleia do Povo ou dos Cidadãos, denominada  Apela ou Apelá; era uma assembleia formada por cidadãos espartanos com mais de trinta anos que elegia os membros da Gerúsia e aprovava ou rejeitava as leis encaminhadas por eles. Correspondia à Eclesia, em Atenas. Todo espartano homem, com mais de 30 anos, podia participar nas reuniões, que, de acordo com Licurgo, aconteciam a cada lua cheia, nas imediações de Esparta.

Depois de concluído o período de formação educativa, os cidadãos de Esparta, entre os vinte e os sessenta anos, estavam obrigados a participar na guerra. Continuavam a viver em grupos e deviam tomar uma refeição diária nos chamados "syssitia".
Para o historiador italiano Franco Cambi, a educação desenvolvida em Esparta e Atenas constitui dois modelos educativos diferentes. Em Esparta, a perspectiva militar orientava a formação de cidadãos guerreiros, defensores do Estado. Já em Atenas, predominava um tipo de formação mais livre e aberta, que, de modo mais amplo, valorizava o indivíduo e as suas capacidades. As mulheres recebiam educação quase igual à dos homens, participando dos torneios e actividades desportivas.

O objectivo era dotá-las de um corpo forte e saudável para gerar filhos sadios e vigorosos. Consistia na prática do exercício físico ao ar livre, com a música e a dança relegadas para um segundo plano, ao contrário do que tinha sucedido na época arcaica. Assim como os homens, também iam para os quartéis, quando completavam sete anos de idade, para serem educadas e treinadas para a guerra mas dormiam em casa, onde recebiam da mãe aulas de educação sexual. Assim que atingiam a chamada menarca, primeira menstruação, começavam a receber aulas práticas de sexo, para gerarem bons cidadãos para o estado, aulas onde se usavam escravos, com coito interrompido para não engravidarem de hilotas e recebiam também uma educação mais avançada que a dos homens já que seriam elas que trabalhariam e cuidariam da casa enquanto os seus maridos estivessem servindo ao exército.

Assim que atingiam a maturidade, entre dezanove e vinte anos, elas pediam autorização ao estado para casar, passando por um teste comprovativo da sua fertilidade, engravidando de um escravo, só para a reprodução,  bem tratado e alimentado mas morto aos 30 anos por ser considerado velho. O filho que ela tinha com esse escravo era morto e a mulher conseguia autorização para casar. Caso não conseguissem engravidar, eram mandadas para os quartéis para, assim como os homens, servirem o exército espartano.
A mulher espartana podia ter qualquer homem que quisesse, mesmo sendo casada, já que os seus maridos ficavam até aos 60 anos de idade ao serviço do exército nos quartéis, e podia também requisitar o seu marido ao general do quartel; o mesmo não podia ser feito pelos homens.

Ter muitos filhos era sinal de vitalidade e força em Esparta, assim, quanto mais filhos a mulher tivesse, mais atraente seria, podendo engravidar de qualquer espartano, mas o seu filho seria sempre considerado filho do seu marido.
As divindades femininas desempenharam em Esparta um papel bastante importante: dos cinquenta templos mencionados por Pausanias, trinta e quatro estão dedicados a deusas.

A deusa Atena era a mais adorada de todas. O deus Apolo tinha poucos templos, mas a sua importância era crucial: desempenhava um papel em todas as festas espartanas e o monumento mais importante na Lacónia era o trono de Apolo em Amyclai.
Outro traço distintivo era o culto aos heróis da guerra de Tróia. Segundo Anaxágoras, Aquiles era aqui adorado como um Deus e Esparta tinha dois santuários que lhe eram dedicados. Outras personagens da Guerra de Tróia honradas por Esparta foram Agamémnon e sua esposa Clitemnestra, Cassandra, Menelau e Helena.

Esparta prestava também culto a Castor e Pólux. A tradição afirmava mesmo que teriam nascido na cidade. A dualidade das personagens faz lembrar a existência de dois reis em Esparta. Vários milagres foram-lhes atribuídos, sobretudo relacionados com a defesa dos exércitos espartanos; representações dos gémeos em ânforas eram levadas para o campo de batalha ao lado dos Reis, com o fim de bom augúrio.
Por último,  Héracles era, em Esparta, uma espécie de "herói nacional". Segundo a tradição, o herói teria ajudado Tíndaro a reconquistar o seu trono. O tema dos seus "Doze Trabalhos" foi largamente explorado pela iconografia espartana.
Os sacerdotes desempenhavam um papel importante em Esparta. Os dois Reis tinham eles próprios um estatuto de sacerdotes: estavam encarregues de realizar os sacrifícios públicos, que eram bastante valorizados, sobretudo em tempos de guerra. Antes da partida de uma expedição militar, efectuava-se um sacrifício a Zeus; no momento em que se passavam as fronteiras realizavam-se a Zeus e Atena e antes da batalha a Ares.

Em 1834, o governo do então reino da Grécia fundou a moderna cidade de Esparta, que ocupa parte da antiga Esparta e que é capital do departamento da Lacónia.

sábado, 23 de outubro de 2010

A BATALHA DOS TREZENTOS

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A batalha das Termópilas, travada no contexto da II Guerra Médica, decorreu no Verão de 480 a.C., no desfiladeiro das Termópilas, na Grécia Central. Ali, de acordo com a tradição veiculada pelo historiador Heródoto de Halicarnasso, trezentos espartanos, sob o comando do rei Leónidas, enfrentaram centenas de milhares de persas liderados por Xerxes, filho de Dário.

Leónidas, sabendo-se perdido, teria ordenado a retirada dos não espartanos, com 300 compatriotas teria combatido o colosso persa.
A grande disparidade numérica entre os combatentes levou a que a batalha terminasse, aparentemente, com uma vitória persa - muito embora os Gregos, antes de serem totalmente aniquilados, tenham conseguido infligir um elevado número de baixas e retardar consideravelmente o avanço dos Persas.

A intervenção dos Gregos, para além de os levar a morrer como homens livres, e não como escravos, foi decisiva para o futuro do conflito, pois atrasou o avanço persa por três dias, assim permitindo a salvação de Atenas e, por conseguinte, a nascente e actual Civilização Ocidental.
As Termópilas, do grego: ερμοπύλαι, thermopylai, significando “portas quentes” são um desfiladeiro situado bem no centro da Hélade, encravado entre as cadeias montanhosas do monte Eta (a), em grego “Όρος Οίτη”, é uma montanha no Sul da Grécia Central, que forma uma fronteira entre os vales dos rios Esperqueu e do Cefisso beócio.

A 2.160 metros de altitude, faz parte da cadeia dos montes Pindo. Na sua parte Oriental, chamada de Calídromo, chega próximo ao mar, deixando apenas uma passagem estreita, conhecida como o famoso passo das Termópilas. Havia também um passo elevado, a Oeste do Calídromo e um braço de mar, o golfo de Mália, situando-se na fronteira entre as regiões da Fócida a Sudoeste, da Ftiótida a Noroeste, da Lócrida a Nordeste e da Beócia a Sudeste. Devem o seu nome ao facto de no seu interior existirem fontes sulfurosas, sendo que o estreito, uma simples faixa de areia entre o mar e o desfiladeiro era, em três dos seus troços, as famosas “portas”, às quais o estreito foi buscar o seu nome, esse estreito tinha por volta de apenas 10 metros de largura.

Tratava-se de uma região relativamente estéril, apta somente para o pastoreio; por esse motivo e também pela sua intrincada orografia, bem conhecida dos Gregos, foi o local estrategicamente escolhido pelas forças da Liga Helénica para deter o ímpeto persa, por se situar relativamente longe das bases de apoio que estes tinham na Tessália, tal dificultaria e eventualmente frustraria a sua investida.

De facto, os Helenos compreenderam que apenas teriam possibilidade de deter o avanço persa numa região montanhosa. Se tivessem decidido dar batalha aos Persas na vasta planície da Tessália, teriam sido derrotados muito mais facilmente, pois ver-se-iam de imediato rodeados pela vasta massa humana do inimigo e liquidados ante a desproporção dos números; de resto, foi questão muito discutida, entre os defensores da Grécia, saber qual a melhor localização para deter o avanço persa, se nas Termópilas, se no Istmo de Corinto; porém, acabou por vingar a primeira posição, muito pela pressão que Atenas colocou: se as forças gregas se concentrassem em Corinto, Atenas ficaria desprotegida e sujeita ao embate directo com o inimigo.

Nos começos de Agosto de 480 a.C., as forças da Liga helénica posicionaram-se no interior do estreito, com Leónidas no supremo comando, tendo este, no entanto, que fazer face à tentativa de deserção dos Tebanos, acusados de simpatizarem com os Medos, ter-se-ão eventualmente deslocado às Termópilas apenas para que não recaísse sobre a sua cidade a inimizade e o opróbrio dos restantes membros da Liga, e tendo já provavelmente a secreta intenção de se furtarem a meio do combate, como viria, de facto a suceder e aos pedidos dos seus aliados do Peloponeso, que desejavam que as forças se concentrassem no Istmo de Corinto. O rei espartano respondeu com mão de ferro e colocou os Fócios a guardarem a retaguarda do estreito, por forma a evitar qualquer ataque de surpresa.

Ao mesmo tempo, os Persas aproximavam-se do desfiladeiro, tendo Xerxes montado o seu acampamento no topo de uma colina sobranceira, em Mália, onde instalou o trono donde observou, durante dias, o confronto armado entre os seus homens e os irredutíveis Helenos.
Durante quatro dias, Xerxes aguardou em vão que os Gregos dessem luta aos seus homens, mas como tal não se verificasse decidiu ele mesmo atacar, na madrugada do quinto dia; os seus homens, armados somente com um pequeno escudo e uma lança de menores dimensões que a dos hoplitas - Hoplita, do grego πλίτης, era, na Era Clássica da Grécia antiga, um soldado de infantaria pesada. O seu nome provém do grande escudo levado para as batalhas, o hóplon. Gregos, cujo armamento, elmo, couraça, escudo e grevas, um componente das armaduras antigas, que se utilizava para protecção das canelas e joelhos;

tinham ainda uma lança e uma pequena espada que lhes dava, nesta fase do confronto, uma superioridade decisiva. Ao tentarem penetrar no desfiladeiro, os persas, viram-se completamente rechaçados, pois as falanges gregas facilmente destruíram as suas lanças, desarmando-os.
Xerxes, que observava o espectáculo, teria dito, segundo Heródoto, ter “muitos homens, mas poucos soldados”. De fato, embora Xerxes dispusesse de superioridade numérica, as condições do estreito impediam-no de tirar partido dessa vantagem, designadamente, pela impossibilidade de fazer aí atacar a sua célebre cavalaria.

Quando Xerxes ordenou que os archeiros medos disparassem as suas setas, os longos escudos dos Gregos protegeram-nos. É nesse contexto que Plutarco, nos seus “Apotegmas dos Espartanos”, atribui a Leónidas uma célebre afirmação, em resposta a um soldado que dissera que as flechas dos Medos tapavam o Sol: “Melhor, pois se os Medos taparem o Sol, combateremos à sombra”. Heródoto, porém, reporta esta afirmação a um tal Dieneces, tido como um dos mais bravos soldados de Esparta. Plutarco afirma ainda que Xerxes procurou evitar o combate por todos os meios, tendo enviado cartas ao rei espartano, dizendo-lhe que lhe atribuiria o governo da Satrapia da Grécia se este depusesse as armas e se passasse para o lado persa, ao que Leónidas teria respondido, muito laconicamente, como era característico dos Lacedemónios: «Vinde buscá-las!». Como estas estratégias não davam resultados, Xerxes ordenou enfim que avançassem os 10 000 imortais, comandados por Hidarnes.

Tratava-se do corpo de elite da infantaria persa, o qual, de acordo com a tradição, devia o nome ao facto de, assim que morria um dos seus combatentes, este ser imediatamente substituído, perfazendo dessa forma um total constante de dez mil, por isso mesmo tidos como «imortais». Embora mais bem treinados e equipados que o resto do exército, esta estratégia não surtiu o efeito desejado, não tendo sido capazes de amover os Gregos da sua posição no interior do estreito. Inclusive, o rei, sentado no seu trono no alto da colina, viu morrer um irmão no confronto.
Os Gregos infligiram um elevado número de baixas no exército persa dezenas de milhares de homens, isto para além de reterem a sua marcha durante vários dias; os homens e o tempo perdido nas Termópilas foram cruciais para o subsequente fracasso de Xerxes, pois nesse lapso de tempo possibilitou a evacuação da população de Atenas.

As Termópilas constituem o exemplo, em termos de estratégia militar, de como um pequeno grupo de soldados bem treinados pode ter, em circunstâncias de desigualdade numérica, um grande impacto sobre um número de inimigos muito maior, tal como sucedeu também, por exemplo, no Álamo; contudo, esta estratégia só é eficaz num terreno desfavorável ao inimigo (campo fechado), pois, como foi dito, se a batalha tivesse sido travada numa planície, facilmente os Gregos sairiam derrotados.

(a) Na mitologia grega o Eta é celebrado principalmente como palco da morte do herói Heracles (Hércules para os romanos). Pronto para morrer, ele subiu o monte, onde preparou uma pira funerária com árvores, deu o arco e as flechas a Peias, pai de Filocteto, e deitou-se sobre ela, com a sua cabeça apoiada no bastão e, coberto pela sua pele de leão, ordenou então a Filocteto que ateasse fogo à pira.


sábado, 16 de outubro de 2010

DIVISÕES DA HISTÓRIA


Pré-História

A chamada Pré-história inicia-se com o surgimento do homem na Terra e dura até cerca de 4.000 a.C., com o surgimento da escrita no Crescente Fértil, mais precisamente na Mesopotâmia. Caracteriza-se pelo nomadismo e actividades de caça e de recolecção. Surge a agricultura e a pecuária, as quais levaram os homens pré-históricos ao sedentarismo e à criação das primeiras cidades.
Foram feitas grandes descobertas sem as quais teria muito difícil sobreviver. No Período Paleolítico ou Idade Da Pedra Lascada, tivemos a descoberta do fogo. No Período Neolítico ou Idade Da Pedra Polida, ocorreu a revolução agrícola, domesticaram-se animais e começou a praticar-se a agricultura. Na Idade dos Metais, iniciou-se a fundição dos metais e utilização destes no fabrico de instrumentos.
No que diz respeito aos primeiros hominídeos, a caça e a necrofagia coexistiram. Admite-se que, de uma forma geral, o Homo Erectus já dispunha de capacidades psíquicas e técnicas para ser um caçador eficaz. Mais precisamente, a ideia mais comummente aceite sugere a passagem progressiva de uma caça não especializada (Homo erectus), onde o caçador abate para transporte, a uma grande caça especializada (Homo sapiens neanderthalensis), onde o caçador abate em grupo, bandos ou manadas. No Mesolítico, como resposta às transformações ambientais, encontramos uma caça mais diversificada, apoiando-se numa estratégia de aquisição de alimentos generalizada e de uma eficácia cada vez maior da caça individual graças ao arco.
Antes da "revolução neolítica", os homens obtêm a sua subsistência da exploração directa da Natureza selvagem: caça, pesca e colheita; fala-se de predadores, de caçadores recolectores. É quase impossível avaliar a importância relativa dos diferentes alimentos, já que os seus vestígios são quase inexistentes e alguns deles não deixaram mesmo qualquer evidência, tal é o caso da utilização do mel que só está atestada mais tardiamente pela arte rupestre ou por algumas associações polínicas. A partir do Neolítico, entra-se numa "economia de produção". No entanto, nunca se abandonou totalmente a exploração de recursos naturais e algumas técnicas são integralmente conservadas (pesca). Não há evidência das formas de repartição dos produtos entre os diferentes indivíduos nas populações paleolíticas. As desigualdades do espólio funerário que se observa no Neolítico e se afirmam de uma forma espectacular na Idade dos Metais devem ser interpretadas com precaução.
O nível de vida das populações pré-históricas foi sempre objecto de polémicas entre os arqueólogos.

Idade Antiga

A Antiguidade compreende-se desde cerca de 4.000 a.C. até 476 d.C., quando ocorre a queda do Império Romano do Ocidente. É estudada com estreita relação ao Próximo Oriente, uma região geográfica que abrange diferentes países; de um lado, para arqueólogos e historiadores e de outro para cientistas políticos economistas e jornalistas. O termo foi aplicado originalmente para os Estados dos Balcãs no Leste Europeu, mas na actualidade, normalmente, descrevem-se os países do Sudoeste Asiático entre o Mar Mediterrâneo e o Irão, especialmente em contextos históricos, onde floresceram as primeiras civilizações, sobretudo no chamado Crescente Fértil, que atraiu, pelas possibilidades agrícolas, os primeiros habitantes do Egipto, Palestina, Mesopotâmia, Irão e Fenícia. Abrange, também, as chamadas civilizações clássicas, grega e romana.

Idade Média
A Idade Média,  Idade Medieval,  Era Medieval ou Medievo foi o período intermédio numa divisão esquemática da História da Europa, convencionada pelos historiadores, em quatro "eras", a saber: a Idade Antiga, a IDADE MÉDIA, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea. A Idade Média é delimitada entre o ano de 476 d.C., depois da queda do Império Romano do Ocidente até 1453, quando ocorre a conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos e consequente queda do Império Romano do Oriente; é estudada com relação às três culturas em confronto e em torno da bacia do mar Mediterrâneo. Caracterizou-se pelo modo de produção feudal em algumas regiões da Europa.

Idade Moderna
A Idade Moderna é um período específico da História do Ocidente. Destaca-se das demais por ter sido um período de transição por excelência. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido pelos historiadores franceses, em 29 de Maio de 1453 quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, e o término com a Revolução Francesa, em 14 de Julho de 1789.
Entretanto, apesar da queda de Constantinopla ser o evento mais aceite, não é o único. Têm sido propostas outras datas para o início deste período, como a Conquista de Ceuta pelos portugueses em 1415, a viagem de Cristóvão Colombo ao continente americano em 1492 ou a viagem à Índia de Vasco da Gama em 1498.
Algumas correntes historiográficas anglo-saxónicas preferem trabalhar com o conceito de "Tempos Modernos", entendido como um período não acabado, introduzindo nele subdivisões entre Early Modern Times (mais antiga) e Later Modern Times (mais recente), ou então procedem a uma divisão entre sociedades pré industriais e sociedades industriais. A noção de "Idade Moderna" tende a ser desvalorizada pela historiografia marxista, que prolonga a Idade Média até ao advento das Revoluções Liberais e ao fim do regime senhorial na Europa, devido a ampla acção das Cruzadas, que expandiram o comércio na Europa.
A dificuldade da delimitação cronológica do período deve-se, principalmente, às divergências de interpretação quanto à origem e evolução do sistema capitalista. Contudo, o período histórico que vai do século XV ao XVIII é, genericamente percebido com um "período de transição".
A época moderna pode ser considerada, exactamente, como uma época de "revolução social" cuja base consiste na "substituição do modo de produção feudal pelo modo de produção capitalista".

O Renascimento,  Renascença ou Renascentismo que se caracteriza pelo surgimento do modo de produção capitalista, identificando um período da História da Europa, aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII. Embora os estudiosos não tenham chegado a um consenso sobre essa cronologia, há variações consideráveis nas datas. Seja como for, o período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar de estas transformações serem bem evidentes na cultura,  sociedade, economia,  política e religião, caracteriza-se pela transição do feudalismo para o capitalismo, significando essencialmente uma ruptura com as estruturas medievais, embora o termo “Renascença” seja mais comummente empregue para descrever os seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.

Idade Contemporânea


A chamada idade contemporânea é o período específico actual da história do mundo ocidental, iniciado a partir da Revolução Francesa  (1789 d.C.).
O seu início foi bastante marcado pela corrente filosófica iluminista, que elevava a importância da razão. Havia um sentimento de que as ciências iriam sempre descobrindo novas soluções para os problemas humanos e que a civilização humana progrediria no tempo com os novos conhecimentos adquiridos.
Com o evento das duas grandes guerras mundiais o cepticismo imperou no mundo, com a percepção de que as nações consideradas avançadas e instruídas eram capazes de cometer atrocidades dignas da barbárie. Decorre daí o conceito de que a classificação de nações mais desenvolvidas e nações menos desenvolvidas tem limitações de aplicação.
Actualmente está havendo uma especulação a respeito de quando essa era irá acabar, e, por tabela, a respeito da eficiência actual do modelo europeu da divisão histórica.
Envolve conceitos tão diferentes quanto o grande avanço da técnica, os conflitos armados de grandes proporções e a Nova Ordem Mundial.