A "pequena pedra polida" (do árabe az-zulaïj), introduzida pelos Árabes, transformou Portugal num espaço de arte popular.
Hoje, a arte do azulejo transformou-se na arte portuguesa por excelência e continua a inspirar artistas e decoradores.
Até ao século XVI, os azulejos são importados da Andaluzia, principalmente de Sevilha onde D. Manuel I encontra o material necessário para decorar o seu palácio de Sintra. Os azulejos, então grossos quadrados de porcelana, são dispostos em módulos de quatro; representam motivos simples (flores, esferas e pinhas) ao infinito, e dão a impressão de verdadeiros tapetes murais cujos relevos atraem a luz. Uma policromia subtil alia o verde-esmeralda, o azul de Fez, o branco, o preto e o amarelo alaranjado.
Durante a metade do século XVI, Portugal possui as suas próprias fábricas de azulejos. Os artesãos utilizam então a técnica chamada majólica, inventada em 1517 por Francesco Nicoloso. Os arabescos e os motivos ainda geométricos são agora pintados sobre um suporte liso.
A técnica do Italiano torna agora possível a representação figurativa. Frequentemente, trata-se de medalhões alegóricos, mas podem ser igualmente verdadeiros painéis representando uma cena.
A técnica do Italiano torna agora possível a representação figurativa. Frequentemente, trata-se de medalhões alegóricos, mas podem ser igualmente verdadeiros painéis representando uma cena.
No século XVII, coexistem pequenos quadrados azuis (ou verdes) e brancos dispostos como um xadrez produzindo um efeito de relevo, ou cenas figurativas policromadas.
As grandes obras, estão na maioria das vezes, nas igrejas, elas apresentam as subtis uniões de cores claras, onde dominam o verde, o azul e sobretudo o amarelo. Os seus motivos (vegetais mas também animais) inspiram-se às vezes do mundo exótico, descoberto pelos navegadores.
O azulejo fino, branco e azul, cuja invenção é atribuída a Delft, na Holanda, aparece no fim do século, muito influenciado pela porcelana chinesa; este tipo de azulejo vai obter muito sucesso no século XVIII.
O apogeu do azulejo coincide com o reinado de João V (1706-1750) com grandes painéis monumentais que enfeitam então os palácios, as igrejas, os claustros ou as fontes.
Estilos e motivos (cenas de guerra, batalhas, episódios mitológicos ou extraídos da vida dos santos) reflectem o gosto da época. Nas igrejas, os tons frios e azuis dos azulejos misturam-se aos dourados das madeiras (rococó).
O terramoto de 1755, com todas as reconstruções futuras, cria uma forte procura, à qual respondem as fábricas do Rato, em Lisboa. Os motivos tornam-se mais simples, enquanto a policromia reaparece. O tempo das guerras napoleónicas favorece o declínio do azulejo, que os emigrantes, de volta do Brasil, recolocarão na moda em meados do século XIX.
A partir desta data, o azulejo reflecte as grandes estéticas do tempo: o Art Nouveau primeiro, depois o historicismo do início deste século. O azulejo é utilizado para decorar os imóveis públicos - principalmente as estações (Aveiro e Porto) - e também os palácios (Buçaco) ou as fachadas das igrejas. Os temas históricos, oriundos da vida popular são então impregnados por um simbolismo ingénuo.
A partir desta data, o azulejo reflecte as grandes estéticas do tempo: o Art Nouveau primeiro, depois o historicismo do início deste século. O azulejo é utilizado para decorar os imóveis públicos - principalmente as estações (Aveiro e Porto) - e também os palácios (Buçaco) ou as fachadas das igrejas. Os temas históricos, oriundos da vida popular são então impregnados por um simbolismo ingénuo.
O azulejo permanece uma arte viva no século XX. Os artistas cujas composições transformam a perspectiva tradicional (Almada Negreiros, Vieira da Silva ou Júlio Pomar) são substituídos por uma nova geração que concilia pintura e escultura, brincando com os relevos. Outras personalidades criaram obras impressionantes que podem ser admiradas no Museu do Azulejo em Lisboa.
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