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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

sábado, 8 de janeiro de 2011

EOLÍTICO


Apesar de ser pouco utilizado por historiadores e antropólogos, o Período Eolítico é considerado o primeiro período pré-histórico que compreende a cultura humana. Muitos especialistas definem esse período como o início da Idade Paleolítica por dispor de poucas informações precisas, já que muitas delas são baseadas em hipóteses e conjecturas. (Até ao momento não foi cientificamente comprovado, achado, o elo de ligação  missing link” entre o Primata e o Homem Sapiens, este nosso verdadeiro antepassado;


porém encontra-se em polémica o recente achado do fóssil denominado Ida  "Darwinius masillae".) 
Entretanto, sabe-se que foi durante esse Período Eolítico que surgiu o Homo Erectus, espécie de hominídeo que viveu entre cerca de 2 milhões de anos atrás, até 300.000 a.C. Segundo registos arqueológicos, eles foram encontrados principalmente no continente africano e acredita-se que foram os primeiros a usar o fogo.

A denominação, Período Eolítico, foi classificada pelo antropólogo francês Gabriel de Mortillet, no século XIX. Ele acreditava que algumas pedras datadas daquele período serviam de instrumentos ou armas para o Homo Erectus. Entretanto, dificilmente se consegue distinguir quando uma rocha sofre a interferência humana ou de um animal e, além do mais, não se encontrou nenhum eolíto junto aos restos mortais de Homo Erectus deste período.
Também conhecida como Alvorecer da Idade da Pedra, o uso do termo Período Eolítico serve apenas para designar um breve período anterior à Idade Paleolítica, extenso período que testemunha os primórdios da cultura humana.

Pela escassez de informações detalhadas e falta de precisão histórica, o termo acabou caindo em desuso nos estudos arqueológicos e antropológicos.
Identificado pela primeira vez na Ilha de Java em 1891 por Eugène Dubois, o Homo Erectus existiu entre aproximadamente de 2 a 1,8 milhões e 300 000 anos, no Pleistoceno inferior e médio dispersando-se por áreas geográficas tão distintas como a Indonésia, China, Alemanha, Hungria, Grécia, França e Tanzânia. Eles mediam entre 1,30 e 1,70 m de altura.

Como no Habilis, a face do Erectus tinha proeminentes maxilares com grandes molares, sem queixo, com uma zona relativamente demarcada sobre os olhos, e um crânio longo (dolicocéfalo) e baixo, com um volume cerebral variando entre 750 e 1225 cc.
Os primeiros Erectus apresentavam um volume médio de aproximadamente 900 cc, enquanto os mais recentes rondariam os 1100 cc. Em alguns exemplares asiáticos surge o crânio com crista sagital.
O esqueleto do Erectus é mais robusto que o do Homem actual, implicando uma maior força e resistência física. As proporções do corpo variam: o Rapaz de Turkana é alto e magro, como a maior parte dos humanos actuais dessa mesma zona geográfica; os poucos ossos das extremidades do Homem de Pequim indicam um indivíduo mais pequeno, de aspecto robusto.

Dos estudos realizados no esqueleto do "Rapaz de Turkana" depreende-se que o Erectus teria sido mais “eficiente” a caminhar que o Homem moderno, cujos esqueletos tiveram que se adaptar para percorrer longas jornadas e permitir o nascimento de crianças com crânios substancialmente maiores; foram os grandes colonizadores de todo o planeta dado que o estreito de Bering estava ligado pelo gelo glaciar.

O Homo Habilis e todos os Australopithecus foram encontrados somente em África, mas o Erectus aparece localizado em áreas geográficas mais alargadas, como a Ásia, Europa e África. Habitantes de cavernas (trogloditas), produziam e usavam ferramentas bem mais elaboradas, como machados de mão, que representam a primeira ocorrência no registo fóssil de um design consciente. Acredita-se que produziram ferramentas de madeira e armas que não foram preservadas. Provavelmente foram os primeiros a usar o fogo, e a iniciar uma migração do continente africano para diversas regiões. A sua alimentação era de vegetais, frutas, folhas, raízes e animais, apresentando de igual modo utensílios de pedra mais sofisticados que o Habilis, e uma tradição provável de caça em grupo, como parecem atestar locais escavados onde surgem em associação com os seus artefactos e largas dezenas de ossos de animais, muitas vezes de grande porte.
A descoberta em Espanha de fósseis pertencentes a um hominídeo situa a barreira cronológica na Europa algures nos 780 000 anos.

Desde o descobrimento do Homo Erectus, os cientistas questionam se esta espécie era um antepassado directo do Homo Sapiens, devido ao facto das investigações feitas não serem suficientes para se chegar a tal conclusão. As últimas populações de Homo Erectus - tais como as do rio Bengawan Solo, em Java - podem ter vivido há apenas 50 000 anos, simultaneamente com populações do Homo Sapiens, e descarta-se que este tenha evoluído a partir destas últimas populações do Homo Erectus. Ainda que populações anteriores de Homo Erectus asiáticos possam ter dado lugar ao Homo Sapiens, como hoje se considera mais provável que este evoluiu em África, provavelmente de populações africanas do Homo Erectus.

Portanto, os primeiros Homo Sapiens  teriam migrado desde o Nordeste de África há menos de 100 000 anos, até à Ásia, onde talvez se tenha encontrado com os últimos Homo Erectus.
Quanto à possível filogenia do Homo Habilis ter dado origem ao Homo Erectus, não parece provável de um modo directo, pois existiria com maior probabilidade uma ligação destas espécies com o Homo Rudolfensis. Tudo indica que os Homo Abilis viveram na África até mais ou menos 1 440 000 anos, significando uma coexistência com o Homo Erectus por um lapso de uns 500 000 anos.
Uma espécie que aparentemente descende tardiamente do Homo Erectus é o pequeno Homo Floresiensis.

Apesar de muitos aspectos da organização social serem já herdados do Homo Ergaster, o Homo Erectus desenvolveu ainda mais estas características. A sua organização baseava-se em pequenas comunidades com alguns abrigos em cavernas e utensílios de pedra pequenos e simples, mais sofisticados de que os seus antepassados Habilis. A guarda era feita com fogueiras para se protegerem dos animais selvagens. A divisão de tarefas era baseada nos talhadores de pedra, os caçadores e as mulheres para tratar das crias.

O Homo erectus pertence a uma das mais bem-sucedidas e duradouras espécies do género Homo. É geralmente considerada a espécie que deu origem a um grande número de espécies descendentes e subespécies. Elas são:
Homo erectus yuanmouensis;
Homo erectus lantianensis;
Homo erectus wushanensis;
Homo erectus pekinensis;
Homo erectus palaeojavanicus;
Homo erectus soloensis.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O PALEOLÍTICO

O Paleolítico ou pedra antiga, também conhecido como Idade da Pedra Lascada, refere-se ao período pré-histórico de cerca de 2,5 milhões a.C., quando os ancestrais do homem começaram a produzir os primeiros artefactos em pedra lascada até cerca de 10000 a.C.
Neste período os homens eram essencialmente nómadas caçadores recolectores, tendo que se deslocar constantemente em busca de alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça, feitos em madeira, osso ou pedra lascada e dominaram o uso do fogo.
Este longo período histórico subdivide-se em Paleolítico Inferior, até há aproximadamente cerca de 300 mil anos. O Paleolítico Inferior é a mais antiga subdivisão do Paleolítico, período mais antigo da Pré-História do homem. Teve início há volta de 3 milhões anos e foi até há cerca de 250 mil anos, quando as mudanças evolucionárias e tecnológicas importantes levaram os historiadores, antropólogos e arqueólogos a uma nova divisão, o Paleolítico Médio.

O paleolítico médio é um conceito que compreende um espaço temporal, cultural e geográfico mais restrito do que os períodos do Paleolítico que o antecedem e precedem. O homem de Neandertal na sua distribuição geográfica pela Europa e as suas técnicas de talhe de indústrias mustierenses. As ferramentas mustierenses eram feitas pelos neanderthalensis em datas compreendidas entre 300000 e 40000 a.C., antes dos humanos modernos chegarem à Europa entre 70000 e 32000 a.C. que são características que definem este período da pré-história antiga.
O homem abandonou o uso dos machados de mão e passaram a utilizar as lascas de pedras em outras armas, como por exemplo, as lanças e flechas. O arco como arma de caça e defesa só surge no mesolítico,
Os mais antigos hominídeos, os Australopitecíneos, personificados por Lucy, não eram utilizadores avançados de ferramentas de pedra e é provável que fossem presa de animais maiores. Utilizavam o machado de mão e viviam a céu aberto, próximo do vale dos rios.

Os primeiros fósseis do género Homo surgem em menos de três milhões de anos. Eles podem ter origem dos Australopitecíneos ou de um braço filogenético diferente dos primatas. É nesse período que o homem passa a andar sobre duas pernas.
O Homo habilis, como os da Garganta de Olduvai, é muito semelhante aos humanos modernos. O uso de ferramentas de pedra foi desenvolvido por esta espécie por volta de 2,5 milhões de anos atrás, antes de serem substituídos pelo Homo erectus, há cerca de 1,5 milhão. O Homo habilis aprendeu a usar o fogo como método de apoio na caça.
Sobre o Paleolítico Superior, até 10 mil a.C., há alguma discordância entre os estudiosos quanto a essa divisão, sendo que alguns intercalam um Paleolítico Médio entre o inferior e o superior. O Paleolítico coincide com o final da era geológica Pleistocénica período geológico Neogeno.

Na escala de tempo geológico, o Neogeno ou Neogénico é o período da era Cenozóica do éon Fanerozóico que se iniciou há cerca de 23 milhões e 30 mil anos, e que se estende até ao Pleistoceno. O período Neogeno sucede o período Paleogeno. Divide-se nas épocas do Miocénico e do Pleiocénico, da mais antiga para a mais recente.
Neste período, ocorreu a expansão dos mamíferos de grande porte e o aparecimento dos hominídeos.
Ainda na escala de tempo geológico, o Pleistoceno ou Pleistocénico é também a época do período Quaternário da era Cenozóica do éon Fanerozóico que está compreendida entre 1 milhão e 806 mil e 11 mil e 500 anos atrás, aproximadamente.
O Paleolítico foi precedido pelo período pré-histórico que alguns historiadores chamam de Eolítico, e sucedido pelo Neolítico. Na Europa e em outros locais onde ocorreram grandes glaciações, intercala-se o período chamado Mesolítico entre o Paleolítico e o Neolítico.

Foi nesse período que surgiram as primeiras espécies de hominídeos, provavelmente na África. Nesta época a temperatura era muito baixa, obrigando os humanos e outros animais a viver em cavernas. Os hominídeos surgidos nessa época foram os Australopithecus, os Homo habilis e os Homo erectus . As tecnologias por eles empregues nesse período foram, por ordem crescente de complexidade, a olduvaiense que é  uma das formas de denominar as primeiras indústrias humanas da Pré-história africana; a acheulense que  foi uma cultura do Paleolítico Inferior caracterizado por um certo tipo de utensílios bifaciais de pedra e situada na época do segundo interglaciar.

Estes utensílios acheulenses são caracterizados por ter um perfil muito regular e a clactoniense que é contemporânea da Achelense, compartilha os mesmos rasgos tecnológicos. Caracteriza-se melhor por um procedimento de extracção de lascas que com frequência recebe esse mesmo apelativo (técnica clactoniense) e que consiste em obter peças de grande tamanho golpeadas com grandes precursores, em geral passivos.
Os objectos foram confeccionados primeiramente em osso e madeira, depois em pedra e marfim. Usavam um machado de pedra, para cortar e esmagar os alimentos, para defesa e fazer furos. As lascas eram aproveitadas para fabricar objectos cortantes, daí o Paleolítico ter ficado também conhecido como Período ou Idade da Pedra Lascada.

A sociedade era comunal, já possuíam uma certa organização social e a família já tinha importância no contexto da sociedade. Eram nómadas e dominavam o fogo.
O paleolítico médio é um conceito que compreende um espaço temporal, cultural e geográfico mais restrito do que os períodos do Paleolítico que o antecedem e precedem.
O homem de Neanderthal, na distribuição geográfica pela Europa, nas técnicas de talhe (indústria musteriense) e a cronologia (200.000 a 30.000 anos a.C.) são características que definem este período da pré-história.
É nesse período que surgem os primeiros concheiros, encontrados principalmente nas regiões litorais, devido ao facto de serem nómadas, permaneciam num determinado local até que se esgotassem os alimentos e depois partiam; neste local amontoavam conchas, restos de fogueiras e animais. Era também aí que enterravam os mortos, junto a seus pertences com colares, vestes, ferramentas e cerâmicas, ou seja, possuíam um conceito primitivo de religião que já se formava.


No Paleolítico Superior os humanos passaram a habitar em cavernas, devido ao resfriamento intenso do planeta e o norte da Europa ter ficado coberto de gelo como consequência da quarta glaciação. Neste período desenvolveu-se o homem de Cro-Magnon, que já é o humano moderno propriamente dito. Caçava animais de grande porte (mamutes, renas, etc.) utilizando para isso armadilhas montadas no chão.
Apesar de se convencionar a consolidação da religião no período Neolítico, a arqueologia regista que no Paleolítico houve uma religião primitiva baseada no culto à mulher, ao feminino, e a associação desta ao poder de dar a vida. Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo"; eram cobertas por um pigmento de cor vermelho ocre, que simbolizava o sangue, e estavam intimamente ligadas ao ritual de adoração às estatuetas femininas.

Escavações atestaram que estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos, localizados em posições periféricas ou ladeando as estatuetas femininas.
A passagem do período Paleolítico para o Neolítico foi bastante gradual, tendo levado cerca de 10.000 anos, e ficou conhecida como a Revolução Neolítica, visto terem ocorrido conquistas tecnológicas que garantiram a sobrevivência dos povos nesse período.

As principais alterações foram:
A crosta terrestre aquece, aumentando o nível dos mares e resultando em alterações climáticas;
Formam-se grandes rios e desertos, além de florestas temperadas e tropicais;
Animais de grande porte desaparecem e dão origem à fauna que conhecemos hoje;
A vida vegetal modifica-se, favorecendo a sobrevivência humana;
Dão-se grandes conquistas técnicas do homem que, aliadas às transformações do ambiente permitem ao ser humano controlar gradativamente a natureza;
O homem aprende aos poucos a reproduzir plantas, domesticar animais e cozinhar alimentos;
A agricultura e a domesticação de animais favorecem um sensível aumento populacional em algumas regiões;
Ampliam-se as conquistas técnicas, como a produção de cerâmica;
Os povos aprendem aos poucos a organizarem-se e a trabalhar em sistemas cooperativos.