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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

DA MITOLOGIA GREGA - OS CENTAUROS


Na mitologia grega, os centauros (em grego Κένταυρος - Kentauros, "matador de touros", plural Κένταυρι - Kentauri; em latim Centaurus/Centauri) são uma raça de seres com o dorso e cabeça de humanos e o corpo de cavalo.

Viviam nas montanhas da Tessália e repartiam-se em duas famílias:
Os filhos do Titã Íxion e Nefele, que simbolizavam a força bruta, insensata e cega. Viviam originalmente nas montanhas da Tessália e alimentavam-se de carne crua. Alternativamente, consideravam-se filhos de Kentauros (o filho de Íxion e Nefele) e algumas éguas magnésias, (Magnésia em grego: Μαγνησία - Magnissía é uma prefeitura da Grécia, localizada na periferia da Tessália, cuja capital é a cidade de Vólos.)  ou filhos de Apolo e Hebe, deusa da juventude, filha legitima de Zeus e Hera. Conta-se que Íxion planeava manter relações sexuais com Hera, mas Zeus, seu marido, evitou-o modelando uma nuvem (nefele, em grego) com a forma de Hera e assim o iludiu.

Posto que Íxion é normalmente considerado o ancestral dos centauros, pode-se fazer referência a eles poeticamente como Ixiónidas.
Os filhos de Filira ou Philyra era uma ninfa oceânide, filha de Titã Oceanus e Tétis ou de Cronos, dentre os quais o mais célebre era Quíron, amigo de Héracles, representavam, ao contrário, a força aliada à bondade, ao serviço dos bons combates.

Os centauros são muito conhecidos pelas lutas que mantiveram com os Lápitas, provocadas pelo seu intento de raptar Hipodâmia filha do rei Enomau, no dia da sua boda com Pirítoo, rei dos Lápitas e também filho de Íxion.

A discussão entre estes primos é uma metáfora do conflito entre os baixos instintos e o comportamento civilizado da humanidade. Teseu que matou o Minotauro, um herói e fundador de cidades, que estava presente, inclinou a balança do lado da ordem correcta das coisas e ajudou Pirítoo. Os centauros foram expulsos da Tessália e vieram a habitar o Épiro. Mais tarde Héracles exterminou quase todos.
   
Cenas da batalha entre os Lápitas e os centauros foram esculpidas em baixo relevos no friso do Pártenon, que estava dedicado à deusa Atena:

É a Deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da habilidade.
HERÁCLES extermina os Centauros

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O ARQUIPÉLAGO DOS BIJAGÓS


O Arquipélago dos Bijagós faz parte da Guiné-Bissau e é constituído por 88 ilhas situadas ao largo da costa africana, classificadas pela UNESCO como reserva da biosfera. Esta reserva conta com uma diversificada fauna na qual se contam, entre outras espécies: macacos, hipopótamos, crocodilos, aves pernaltas, tartarugas marinhas e lontras.
O arquipélago tem uma área total de 2.624 km2 e uma população orçada em cerca de 30.000 habitantes (2006). Apenas 20 das ilhas têm populações significativas, já que a maioria ou são desabitadas ou têm populações muito reduzidas. A população fala maioritariamente o Bijagó e professa religiões animistas:

Figura de estilo semelhante à prosopopeia que consiste em atribuir propriedades animadas, mas não especificamente humanas, como no caso da personificação, a entidades inanimadas, como os metais, os objectos, as montanhas, os rios, as ideias, etc.

O animismo é, à semelhança da prosopopeia, uma figura baseada na analogia, mas distingue-se daquela na qualidade dos seres comparados. Ou seja, enquanto a prosopopeia consiste em atribuir propriedades humanas aos animais ou aos seres inanimados, o animismo consiste em atribuir movimento não humano a seres inanimados. Muitos autores não distinguem animismo de prosopopeia ou de personificação, reduzindo estas estratégias estilísticas apenas a uma só, geralmente designada por prosopopeia.
Os Bijagós são profundamente crentes e dedicam cerca de cem dias por ano a rituais religiosos. O arquipélago conta com ampla autonomia administrativa.

domingo, 15 de agosto de 2010

MOÇAMBIQUE


Quando a armada de Vasco da Gama atingiu a costa moçambicana, encontrou um território com um complexo sistema político, económico e social, estruturado por povos que, não só habitavam aquela zona desde o século III d. C., como também tinham contactos comerciais com árabes e asiáticos desde os finais do primeiro milénio, contactos que assentavam na bem-sucedida exploração do ouro, ferro e cobre.

Tendo como pontos de partida Sofala e a Ilha de Moçambique, os exploradores portugueses foram penetrando no interior do território, estabelecendo os primeiros entrepostos comerciais e fazendo as primeiras concessões de terras aos colonos ao longo do rio Zambeze, como medida para obter o controlo das rotas comerciais, ao mesmo tempo que se assegurava o povoamento do território pelos portugueses. Todo este processo teve, desde o início, de lutar contra as movimentações árabes na região, conseguindo Portugal controlar praticamente toda a costa moçambicana até ao início do século XVIII, situação que se inverteu a partir do momento em que os portugueses perderam, em 1698, o Forte Jesus em Mombaça (Quénia) para os árabes.


Durante o século XVIII, outro comércio floresceu no território - o comércio escravista. De facto, devido à necessidade de mão-de-obra existente no Brasil, os naturais das regiões do interior começaram a ser capturados para serem vendidos como escravos. E, apesar dos acordos feitos, em meados do século XIX, entre Portugal e a Inglaterra com vista à cessação deste comércio, a verdade é que o tráfico clandestino de escravos se manteve até aos primeiros anos do século XX.


Ainda no século XIX, Portugal deparou com outra contrariedade no território moçambicano: o desencadear de conflitos tribais no sudoeste de Moçambique, com origem em ataques perpetrados, quer pelo emergente reino dos Zulos, quer pelos povos Zwangendaba e Soshangane (que recusavam subjugarem-se aos portugueses). Este último foi responsável pela fundação do estado de Gaza, no Sul de Moçambique, que apenas em 1897 foi desmantelado pelos portugueses, passando, assim, todo o território a ser controlado por Portugal.

Com as fronteiras definidas através de acordos diplomáticos com a Inglaterra (em que Portugal foi obrigado a ceder aos interesses ingleses devido às elevadas dívidas que tinha para com a Inglaterra), Moçambique desenvolveu-se através da implantação de grandes companhias privadas que se dedicavam à agricultura, à exploração mineira ou mesmo à construção de vias rodoviárias e ferroviárias. Estas companhias cresciam à custa da utilização de trabalho forçado, da imposição de elevados impostos e do estabelecimento de baixos salários. Este quadro não se alterou quando em Portugal o golpe de Estado de 1926 instituiu uma ditadura (baptizada depois de Estado Novo) que passou a controlar directamente as colónias, e entre elas Moçambique.


O governo português terminou neste caso com as concessões a empresas privadas, e instituiu políticas proteccionistas por altura da Grande Depressão de 1930. Estas medidas viriam a resultar na acumulação de capital que só seria investido na década de 50, em grandes projectos para o desenvolvimento de infra-estruturas de comunicações. Este investimento coincidiu com a chegada de milhares de colonos portugueses que pretendiam aproveitar as várias oportunidades que o Estado Novo lhes oferecia e que eram recusadas aos moçambicanos. Este aspecto da política ultramarina portuguesa proporcionou o aparecimento de ideais independentistas.

Estes ideais foram consolidados, em 1962, com o nascimento da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) que, após alguns desentendimentos internos, iniciou uma política de guerrilha armada em 1964, uma guerra que, para Portugal, representava mais um conflito a juntar aos que ocorriam nas outras colónias portuguesas em África.
O golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, ocorrido em Portugal, derrubou a ditadura e implantou a democracia, abrindo as portas ao processo de descolonização. A FRELIMO, aproveitando as suas posições militares no Norte e Centro de Moçambique, liderou o processo de independência, declarando, a 25 de Junho de 1975, a República Popular de Moçambique como estado independente com uma Constituição que permitia apenas a existência de um partido - a FRELIMO. Contudo, pouco tempo depois da independência, Moçambique mergulhou numa guerra civil que opunha a FRELIMO à Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).


Este movimento contava com o apoio dos governos da Rodésia e da África do Sul (como resposta ao apoio dado pela FRELIMO quer à guerrilha oposicionista, quer ao movimento do ANC), para além do apoio de antigos colonos portugueses e de algumas camadas da população moçambicana. Este conflito teve consequências extremamente negativas na vida do país, e nem o acordo de Nkomati, assinado em 1984, e que previa o fim do apoio sul-africano à RENAMO, conseguiu alterar o quadro belicoso que caracterizava Moçambique. A situação só foi ultrapassada com o acordo de paz assinado entre a FRELIMO e a RENAMO a 4 de Outubro de 1992, após uma alteração constitucional que previa a abertura da vida política a outras forças que não a FRELIMO. A 27 e 28 de Outubro de 1994 tiveram lugar as primeiras eleições multipartidárias para a legislatura e a presidência da República, cujos resultados deram a vitória à FRELIMO (44,3%) e a Joaquim Chissano (53,3%), líder daquele partido. Por outro lado, a RENAMO, pela voz do seu líder Afonso Dhlakama (que obtiveram, respectivamente, 33,7% e 37,7% dos votos), reconheceu e aceitou a vitória da FRELIMO, ao mesmo tempo que assegurava o empenho em desmobilizar as suas forças militares, compromisso esse assumido, também, pelo governo.

Esta estabilidade política e social veio encorajar o investimento estrangeiro no território, destacando-se a Inglaterra pelas medidas tomadas no que tocava, não só à redução drástica da enorme dívida que Moçambique tinha para com aquele país, como também à enorme doação de capital efectuada pela Inglaterra. Estas iniciativas tiveram o condão de fortalecer os laços entre os dois países, levando mesmo a que, em 1995, Moçambique entrasse para a Commonwealth, embora sem alteração, por exemplo, na língua oficial, que continua a ser o português.


Em 1999 Joaquim Chissano foi reeleito presidente, confirmando a maioria de votos para a FRELIMO.
Entre Fevereiro e Março de 2000, Moçambique sofreu grandes inundações provocadas por chuvas torrenciais que fizeram aumentar os caudais dos rios, principalmente o Limpopo e o Zambeze. Foi a maior inundação na História de Moçambique, tendo provocado um elevado números de vítimas, graves problemas económicos para um país em desenvolvimento (como o arruinar de culturas e armazenamento de bens essenciais à economia do país), bem como graves problemas de realojamento e alimentação das populações afectadas. Moçambique recebeu ajuda internacional na tentativa de minorar os efeitos provocados pelo desastre natural.
A 19 de Novembro de 2003 foram realizadas novas eleições autárquicas em Moçambique. Dos 33 municípios, a FRELIMO conquistou 28 e a RENAMO, segundo partido mais votado, os 5 restantes municípios. Afonso Dhlakama, líder da RENAMO, solicitou, mais uma vez, ao Conselho Constitucional Moçambicano a impugnação dos resultados, alegando irregularidades no processo eleitoral autárquico.
A RENAMO voltou a perder eleições em Dezembro de 2004, desta vez as presidenciais, em que a FRELIMO venceu por maioria, elegendo Armando Guebuza presidente da República.