A Idade Média, ou Idade Medieval, foi um período que durou aproximadamente 1000 anos. Inicia-se em 476 (ano da queda do Império Romano no Ocidente) e estende-se até 1453 (queda do Império Romano no Oriente pela tomada de Constantinopla pelos turcos). Esse período costuma ser dividido em dois: a Alta Idade Média (cinco primeiros séculos) e Baixa Idade Média (os últimos cinco séculos).
A maioria da população era camponesa e vivia em condições de grande pobreza, dominada pelos proprietários de terra. A economia agrária produzia poucos excedentes. As cidades tiveram pouca importância nesse período, já que com a crise económica e as invasões bárbaras (causas do fim do Império Romano no Ocidente) muitos senhores romanos abandonaram as cidades e foram morar nas suas propriedades nos campos. Essas propriedades, conhecidas como vilas, deram origem aos feudos medievais.
Um facto importante que marcou esse período foi a mudança na forma de trabalho: na antiguidade era a escravidão, passando a ser substituída pela servidão. Neste caso, o servo não é propriedade do senhor. O servo tem inúmeras obrigações e impostos a pagar ao seu senhor, porém este deve-lhe dar protecção.
O Sistema Feudal;
No sistema feudal, o rei “rex” concedia terras a grandes senhores. Estes, por sua vez, davam terras a outros senhores menos poderosos, chamados cavaleiros, que, em troca, lutavam a seu favor. Quem concedia a terra era um suserano, e quem recebia era um vassalo. O vassalo, ao receber a terra, jurava fidelidade ao seu senhor.
A sociedade feudal estava dividida em estratos. A posição social do indivíduo era determinada pelo seu nascimento, ou seja, se nascesse camponês, continuaria sendo camponês pelo resto da vida, não havendo possibilidade alguma de ascensão social. Assim, os seus filhos e netos também seriam camponeses. Havia basicamente dois estratos sociais: o dos senhores e o dos servos.
O senhor tinha a posse legal da terra, o poder político, militar, jurídico e religioso sobre um padre, bispo ou abade. Os servos não tinham propriedade da terra e estavam presos a ela. Não podiam ser vendidos como se faziam com os escravos, mas não tinham liberdade para abandonar a terra onde nasceram.
Essa organização da sociedade testamental era justificada pelo clero da seguinte maneira:"O próprio Deus quis que entre os homens alguns fossem senhores e outros servos, de modo que os senhores venerem e amem a Deus, e que os servos amem e venerem o seu senhor, seguindo a palavra do apóstolo: 'Servos obedecei a vossos senhores temporais com temor e apreensão; senhores, tratai vossos servos de acordo com a justiça e a equidade' ".
O Feudo:
O feudo era o domínio do senhor feudal. Cada feudo compreendia uma ou mais aldeias, as terras cultivadas pelos camponeses, as florestas e as pastagens comuns, a terra pertencente à igreja paroquial e a casa senhorial, que ficava na melhor terra cultivável. Pastos, prados e bosques eram usados em comum. A terra arável era dividida em duas: uma, em geral a terça parte do todo, pertencia ao senhor; a outra parte ficava em poder dos camponeses. Nos campos dos feudos plantavam-se principalmente cereais (cevada, trigo, centeio e aveia). Cultivavam-se também favas, ervilhas e videiras. Os utensílios da lavoura eram rudimentares. Eram usados arado ou charrua, enxada, a pá, a foice, a grade e o podão. Nos feudos criavam-se carneiros, que forneciam lã; bovinos que forneciam leite; e cavalos, para a guerra e para o transporte.
O Declínio do Sistema Feudal:
O factor que mais contribuiu para o declínio do feudalismo foi o ressurgimento das cidades e do comércio. Assim, os camponeses passaram a vender mais produtos e conseguir mais dinheiro. Com esse dinheiro, alguns puderam comprar a sua liberdade. Outros simplesmente fugiram para as cidades em busca de melhores condições de vida. O aparecimento das monarquias nacionais, principalmente na França e Inglaterra foi outro factor decisivo, pois os reis desses países conseguiram diminuir cada vez mais o poder dos nobres.
Um dos factores que mais contribuiu para o fim da Idade média foram os descobrimentos portugueses iniciando-se depois o período Renascentista ou Renascença.
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