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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O IMPÉRIO COLONIAL BRITÂNICO


O Império Britânico era composto por domínios, colónias, protectorados, mandatos e territórios governados ou administrados pelo Reino Unido. Originou-se com as colónias ultramarinas e entrepostos estabelecidos pela Inglaterra no final do século XVI e início do século XVII. No seu auge, foi um dos maiores impérios da história e, por mais de um século, foi a principal potência militar mundial. Em 1922 o Império Britânico dominava cerca de 458 milhões de pessoas, um quarto da população do mundo na época e abrangeu mais de 33.700 km², quase um quarto da área total da Terra. Como resultado o seu legado político, cultural e linguístico é quase globalmente generalizado. No auge do seu poder, foi referido muitas vezes que "o sol nunca se punha no Império Britânico" devido à sua extensão em redor do mundo garantindo, assim, que o Sol estava sempre brilhando em pelo menos um de seus inúmeros territórios.


A derrota da "la Armada Invencible" ou ironicamente "the Invincible Fleet" referido pelos ingleses, no século XVI, foi uma esquadra reunida pelo rei Filipe II de Espanha em 1588, em Lisboa, para invadir a Inglaterra de Elizabeth I. A Batalha Naval de Gravelines foi o maior combate da não declarada Guerra Anglo-Espanhola e a tentativa de Filipe II neutralizar a influência Inglesa sobre a política nos Países Baixos Espanhóis e reafirmar a hegemonia de poder nos mares.


Em 1670 já existiam colónias inglesas estáveis na América do Norte (Nova Inglaterra, Virgínia, Carolina) e em Antígua, Barbados, Belize e Jamaica, bem como uma penetração comercial na Índia desde 1600, graças à Companhia das Índias Orientais. Funda desde 1660, em África, entrepostos de captação de escravos para as plantações americanas, apossando-se, no século seguinte em 1787, de inúmeros territórios entre o Rio Gâmbia (encravado no Senegal francês) e a Nigéria, abarcando a famosa Costa do Ouro, o actual Gana. O século XVIII é, deste modo, o período de afirmação e maturação do projecto colonial britânico.


O seu único revés neste período, forte aliás, será a independência dos EUA, em 1776. Esta perda será compensada com o início da colonização da Austrália em 1783 e mais tarde da Nova Zelândia a partir de 1840, para onde são inicialmente enviados deportados. A sua armada mantém-se superior às demais, com a Batalha de Trafalgar em 1805, impondo uma vez mais uma pesada derrota a um grande adversário, neste caso contra as forças navais napoleónicas e aliadas de Espanha. O domínio de novas colónias é constante nesta altura - Malaca, desde 1795, Ceilão, Trindade e Tobago, em 1802, Malta, Santa Lúcia e Maurícia, em 1815, depois da derrota napoleónica e do seu bloqueio continental.


O Reino Unido mantém a soberania sobre catorze territórios fora das ilhas britânicas, que foram renomeados em territórios britânicos ultramarinos em 2002. Alguns são desabitados, excepto por pessoal militar ou científico transitório ou outros autogovernáveis ​​em vários graus E que são dependentes do Reino Unido pelas relações externas e de defesa. O governo britânico manifestou a sua disponibilidade em ajudar qualquer território ultramarino que pretenda avançar para a independência, em que dizem ser uma opção. A soberania britânica dos vários territórios ultramarinos é contestada pelos seus vizinhos geográficos: Gibraltar é reivindicada por Espanha; as Ilhas Malvinas e as Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul são reivindicadas pela Argentina, e os britânicos do Território Britânico do Oceano Índico é reivindicado pela Maurícia e Seychelles. O Território Antárctico Britânico está sujeito à sobreposição de pedidos pela Argentina e pelo Chile, enquanto muitos países não reconhecem qualquer reivindicação territorial da Antártica.


A maioria das ex-colónias britânicas são membros da Commonwealth, uma organização não-política, de associação voluntária de membros iguais. Os quinze membros da Commonwealth continuam a partilhar os seus chefe-de-Estado com o Reino Unido, os Reinos da Commonwealth. Décadas e, em alguns casos séculos, do domínio britânico e de emigração deixaram a sua marca em todas as nações independentes que surgiram a partir do Império Britânico. O império estabeleceu o uso do inglês em regiões ao redor do mundo. Hoje é o idioma principal de até 400 milhões de pessoas e é falado por cerca de meio bilhão como primeira língua, segunda ou estrangeira. A propagação do inglês a partir da segunda metade do século XX foi auxiliada, em parte, pela influência cultural dos Estados Unidos, que por sua vez foi formado a partir de colónias britânicas.


O sistema parlamentar inglês serviu de modelo para os governos de muitas ex-colónias e a common law para os sistemas jurídicos. Os Comités Judiciais do Conselho Privado britânicos ainda servem como o mais alto tribunal de recurso a várias ex-colónias do Caribe e do Pacífico. Missionários protestantes britânicos que se espalharam por todo o mundo, muitas vezes com antecedência de soldados e funcionários públicos, espalharam a Comunhão Anglicana em todos os continentes. A arquitectura colonial britânica, como em igrejas, estações ferroviárias e prédios do governo, continua a estar em muitas cidades que já fizeram parte do Império Britânico. Desportos individuais e de equipa que se desenvolveram na Grã-Bretanha, em particular o futebol, críquete, ténis e golfe foram exportados. O sistema britânico de medição, o sistema imperial, Unidade inglesa ou unidade imperial é a denominação dada a qualquer unidade em vários sistemas de unidades de medida obsoletos, baseados em medidas estabelecidas pelos reis ingleses, sendo algumas delas com base em medições no corpo dos reis, continua a ser utilizado em alguns países de várias maneiras. A convenção de conduzir no lado esquerdo da estrada tem sido mantida em grande parte no antigo Império.


As fronteiras políticas desenhadas pelos britânicos nem sempre reflectiram etnias ou religiões homogéneas, contribuindo para o estabelecimento de conflitos em áreas anteriormente colonizadas. O Império Britânico também foi responsável por grandes migrações de povos. Milhões de pessoas deixaram as Ilhas Britânicas, com as populações de colonos fundadores dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, provenientes principalmente da Grã-Bretanha e da Irlanda. As tensões permanecem entre as populações de colonos brancos desses países e as suas minorias nativas e entre minorias e maiorias nativas assentados na África do Sul e Zimbabwe. A colonização britânica da Irlanda deixou a sua marca de forma a dividir as comunidades católica e protestante na Irlanda do Norte. Milhões de pessoas mudaram-se para as colónias britânicas, com um grande número de indianos que emigram para outras partes do Império. Estas incluem as actuais Malásia, Ilhas Maurícias, Fiji, Guiana, Trinidad, Quénia, Uganda, Tanzânia e África do Sul. A emigração chinesa, principalmente a partir do sul da China, levou à criação da maioria chinesa de Singapura e de pequenas minorias chinesas no Caribe. A demografia do próprio Reino Unido foi alterada após a Segunda Guerra Mundial, devido à imigração para a Grã-Bretanha a partir de suas ex-colónias.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Lawrence da Arábia


Thomas Edward Lawrence, conhecido por El Aurens, foi um arqueólogo, militar, agente secreto, diplomata e escritor britânico. Tornou-se famoso pelo seu papel como oficial britânico de ligação durante a Revolta Árabe de 1916-1918.


A sua fama como herói militar foi largamente promovida pela reportagem da revolta feita pelo viajante e jornalista americano Lowell Thomas, e ainda devido ao livro autobiográfico de Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria. Lawrence nasceu em Tremadog, Gales, Reino Unido, a 16/08/1988, segundo filho do anglo-irlandês Sir Thomas Robert Tighe Chapman, 7º barão de Westmeath e de Sarah Junner, sua antiga governanta. O casal vivia em união de facto, pois Sir Thomas abandonara na Irlanda a sua mulher legítima e as suas quatro filhas, adoptando o apelido Lawrence.


O casal Lawrence teve cinco filhos varões, e depois de alguma deambulação pela Grã-Bretanha e França estabeleceria a sua residência em Oxford, onde os jovens Lawrence, educados segundo os mais restritos preceitos puritanos da Igreja Anglicana, fariam os seus estudos secundários e universitários. O jovem Lawrence era um leitor ávido, chegaria a ser catequista, possuía uma enorme inteligência e imaginação e tinha a paixão da História, especialmente dos Gregos antigos, da época medieval e da cavalaria, cujo idealismo, normas de honra e castidade adoptou ardentemente como modelo a seguir. Já na adolescência submetia-se a um regime espartano de treino físico que haveria de o tornar extremamente resistente. Era frequente fazer jejuns prolongados ou alimentar-se pobremente.


Tinha o gosto da velocidade e passava o seu tempo livre em longos passeios de bicicleta pelas estradas campestres, visitando e estudando antigos monumentos medievais na Grã-Bretanha e na França. Mais tarde, em 1909, ao preparar a sua tese de licenciatura, viajou até à Síria onde estudou os castelos dos Cruzados, percorrendo enormes distâncias a pé. Em 1911, Lawrence, foi assistente nas escavações arqueológicas promovidas pelo Museu Britânico em Carquemish, no rio Eufrates, e foi nessa ocasião que se tornou agente secreto do governo britânico, pela mão do seu mentor e amigo David George Hogarth, recolhendo informações sobre a construção dos caminhos-de-ferro otomanos.


Foi também nesse período que conheceu e se tornou amigo de Selim Ahmed, um jovem árabe, que segundo alguns seria o misterioso "S.A.", a quem os Sete Pilares da Sabedoria foram dedicados. Foi convocado para as Forças Armadas da Inglaterra no início da Primeira Guerra Mundial e em 1917 seria oficialmente destacado para a força expedicionária do Hejaz, sob o comando do General Wingate, sendo transferido em 1918 para o estado-maior do General Sir Edmund Henry Hynman Allenby. É como tenente do serviço secreto inglês que Lawrence inicia, em 1914, a sua carreira militar no Médio Oriente.


A identificação de Lawrence com a causa árabe, cultivada quando ainda trabalhava como arqueólogo, torna-o peça importante da manobra britânica para vencer o Império Turco Otomano, aliado da Alemanha na guerra. Como oficial inglês e admirador da cultura árabe, aproxima-se de Faiçal I do Iraque, um dos líderes da revolta e filho do xerife de Meca, Hussein ibn Ali. Os seus conhecimentos sobre a geografia local e o exército turco, somados aos ideais de soberania da nação árabe, logo conquistam Feisal e fazem de Lawrence o conselheiro logístico do movimento, comandante de um exército de dez mil homens.


Grande articulador, ele consegue reverter a ocupação do território árabe, impedindo a retaliação turca, através de acções de guerrilha, como explosões de comboios e caminhos-de-ferro e aniquilação de reservas materiais, que culminam com a tomada de Damasco em Outubro de 1918. Nesse ano, Lawrence foi promovido ao posto de tenente-coronel. Depois da passagem à reserva, Lawrence planeava levar uma vida tranquila e solitária em Clouds Hill, rejeitando mais uma vez convites para posições importantes. Contudo, em 13 de Maio de 1935, quando Lawrence se deslocou de moto até aos correios de Bovington, para enviar uma encomenda de livros a um amigo e um telegrama a Henry Williamson, sucedeu o imprevisto. De regresso a Clouds Hill, ao desviar-se abruptamente para evitar o embate com dois jovens ciclistas foi projectado violentamente da moto, fracturando gravemente o crânio. Permaneceu em coma durante seis dias, morrendo a 19 de Maio, aos 46 anos, sem nunca ter recuperado a consciência.