Para estudarmos o fenómeno doas origens da civilização, na Ilha de Creta, nela os dados apresentam-se mais abundantes e o progresso é contínuo: vê-se o homem avançar, desde os primeiros tempos até uma época em que já mora nos esplêndidos palácios de Cnosso e Festo e navega pelos mares, negoceia, funda colónias e inventa artifícios de beleza comparáveis aos nossos tempos mas, devido ao facto de só agora terem começado a serem decifradas as escritas pré-helénicas, cumprirá recordar que o conhecimento da organização política desses povos se baseia em simples conjecturas.
Não se pode dar um “texto” completo. As referências são de poemas posteriores em que se notam sobrevivências de um passado muito antigo. O homem, como indivíduo, o génio, o herói, o monarca, o chefe de Estado, não surgiram diferenciados.
Minos era apenas um nome, como Teseu, Dédalo, Ariadne. Esta circunstância é devida também à falta de textos. Quem sabe as surpresas que surgirão quando se chegar a ler e a compreender integralmente os hieróglifos Cretenses.
Acredita-se que a escrita fonética começou a surgir por volta do ano 3.500 a.C., a partir da escrita cuneiforme dos sumérios, a qual misturava elementos de carácter fonéticos e pictográficos.
Ainda não se sabe com certeza absoluta, porém, a primeira escrita apareceu na região entre os rios Tigres e Eufrates, na Mesopotâmia, locais onde surgiram as primeiras civilizações urbanas, cidades de Lagash, Umma, Nippur, Ur e Uruk, entre o sexto e o primeiro milênio AC.
Estas civilizações estavam formadas por pequenas comunidades sob a autoridade de um soberano e ante a necessidade de controlo administrativo; surgem os primeiros registos da escrita que foram os registos contáveis relacionados com as quantidades de sacos de grãos ou cabeças de gado. Este tipo de contas estava reservado a um grupo privilegiado: os escribas, que ocupavam também importantes cargos sacerdotais. Esses registos contáveis realizavam-se sobre tábuas de argila, que uma vez escritas eram secas ao sol.
Utilizavam para escrever, objectos de metal, osso e marfim, largos e pontiagudos em uma das extremidades e de outra, plano, em forma de paleta com a finalidade de poder cancelar o texto, alisando o material arranhado ou errado.Em princípio, as tábuas só serviram para registos contáveis, posteriormente foram utilizadas para inscrições votivas, comemorativas, narrações históricas, relatos épicos, exemplo disso são as estrelas babilónicas e o código de Hammurabi e o poema de Gilgamesh, estes elaborados com material muito mais duradouro.
Essas informações chegaram até nós, em virtude do descobrimento da biblioteca de Ebla (cidade próxima a Ugarit), que constava de duas salas. Uma onde se encontravam os documentos administrativos, legais, históricos e religiosos e outra onde se encontravam os documentos económicos. As tábuas estavam guardadas em cestos e caixas de madeira ordenadas com inscrições para poderem ser localizadas.
O mais extraordinário das primeiras escritas é que elas puderam adaptar-se às outras línguas: suméria, acádia, hitita e persa. Assim, entre o terceiro e primeiro milénio AC., a escrita cuneiforme estendeu-se até ao sul da Palestina e norte da Arménia, sem esta extensão teria sido impossível decifrá-la.
Os hieróglifos foram usados durante um período de 3500 anos para escrever a antiga língua do povo egípcio.
Existem inscrições desde antes de 3000 a.C. até 394 d.C., data aparente da última inscrição hieroglífica, numa parede no templo de Ilha de File.
Constituíam uma escrita monumental e religiosa, pois eram usados nas paredes dos templos, túmulos, etc. Existem poucas evidências de outras utilizações.
Durante os mais de três milénios em que foram usados, os egípcios inventaram cerca de 6900 sinais. Um texto escrito nas épocas dinásticas não continha mais do que 700 sinais, mas no final desta civilização já eram usados milhares de hieróglifos, o que complicava muito a leitura, sendo isso mais um dos factores que tornavam impraticável o seu uso e levaram ao seu desaparecimento.
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