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PORTAL DE AGOSTINHO DA SILVA

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O FILOSOFO DE PORTUGAL

domingo, 20 de maio de 2012

DO GÓTICO AO BARROCO EM PORTUGAL


O gótico em Portugal foi um movimento artístico que se centrou no desenvolvimento da arquitectura e nas artes plásticas, focado sobretudo nas construções religiosas. Apareceu no final do século XII e prolongou-se através do estilo Manuelino (gótico tardio) até ao século XV. Este movimento cultural e artístico desenvolveu-se durante a Idade Média, no contexto do Renascimento do Século XII que consistiu num conjunto de transformações culturais, políticas, sociais e económicas ocorridas nos povos da Europa ocidental. Nessa época ocorreram eventos de grande repercussão: a renovação da vida urbana, após um longo período de vida rural, girando em torno dos castelos e mosteiros; o movimento das Cruzadas, com especial realce para os Templários, a restauração do comércio, a emergência de um novo grupo social, a burguesia e, sobretudo, o renascimento cultural com um forte matiz científico e filosófico, o evento das grandes descobertas marítimas e de revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, que preparou o caminho para o renascimento italiano, eminentemente literário e artístico. Chamou-se "Renascimento" em virtude que nortearam as mudanças deste período em direcção a um ideal humanista e naturalista.
O estilo gótico prolonga-se até ao advento do Renascimento Italiano em Florença, quando a inspiração clássica quebra a linguagem artística até então difundida. Os primeiros passos são dados em meados do século XII em França no campo da arquitectura, mais especificamente na construção de catedrais e acabando por abranger outras disciplinas estéticas, estende-se pela Europa até ao início do século XVI, já não apresentando então uma uniformidade geográfica. A arquitectura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo de maior relevo deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento estético.
Em Portugal, a arquitectura barroca durou cerca de dois séculos desde os finais do século XVII e século XVIII. Surge em Portugal num período difícil a nível político, económico e social, situação que se fez sentir igualmente na cultura e na arte. É tempo das seis décadas do domínio filipino, tendo-se também perdido algumas colónias e ainda as guerras da Restauração. É tempo ainda da repressão exercida pela Inquisição. Este período conturbado altera-se com os reinados de D. João V e D. José, pois aumentam as importações de ouro e diamantes, num período denominado de Absolutismo Régio que o Marquês de Pombal fez prevalecer para impedir os ideais novos que vinham de França.
Quando entramos numa Igreja, mosteiro ou abadia facilmente se encontram lajes sepulcrais que desde a porta de entrada, ladeando o passo até ao retábulo, indicam as armas, os nomes e datas, em latim, daqueles que pereceram mas que só a heráldica em profundo estudo poderá definir.
A palavra "cemitério" do latim tardio coemeterium, do grego kimitírion "pôr a jazer" ou "fazer deitar" foi dada pelos primeiros cristãos aos terrenos destinados à sepultura dos seus mortos. Os cemitérios ficavam geralmente longe das igrejas, fora dos muros da cidade: a prática do sepultamento nas igrejas e respectivos adros era desconhecida nos primeiros séculos da era cristã. A partir do séc. XVIII criou-se um sério problema com a falta de espaço para as inumações nos adros das igrejas ou mesmo nos limites da cidade; os esquifes acumulavam-se, causando poluição e doenças mortais, o que tornava altamente insalubres as proximidades dos templos.
A Baixa Idade Média é o período da Idade Média que se estende do século XI ao século XV. A Idade Média Tardia é o nome do período da Idade Média, que se estendeu no século XIII até o ano de 1453, também conhecido por Baixa Idade Média. Na Europa, os sepultamentos dentro das igrejas eram comuns até ao momento da peste negra  quando as igrejas não comportavam mais corpos, além do risco de contaminação, quando os enterros foram instituídos. Em Portugal, a peste entrou em Outono de 1348. Matou entre um terço e metade da população, segundo as estimativas mais credíveis, levando a nação ao caos. Os sepultamentos em igrejas, catedrais e conventos eram comuns no fim da idade média e mais com o advento da renascença. Tinham a importância conforme a categoria do sepultado, sendo os mais importantes sepultados junto do altar, no conceito decrescente ladeando o claustro e os menos importantes junto à porta ou no exterior.
Maria da Fonte, ou Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846 contra o governo cartista presidido por António Bernardo da Costa Cabral. A revolta resultou das tensões sociais remanescentes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado pelas novas leis que se lhe seguiram ao recrutamento militar, por alterações fiscais e pela proibição de se realizarem enterros dentro de igrejas. O resultado foi uma nova guerra civil de oito meses, denominada de a Patuleia ou Guerra da Patuleia, nome dado à guerra civil entre Cartistas e Setembristas na sequência da Revolução da Maria da Fonte. Foi desencadeada em Portugal pela nomeação, na sequência do golpe palaciano de 6 de Outubro de 1846, conhecido pela Emboscada, de um governo claramente cartista presidido pelo marechal João Oliveira e Daun, Duque de Saldanha. Esta guerra civil teve uma duração de cerca de oito meses, opondo os cartistas, com o apoio da rainha D. Maria II, contra uma coligação contra-natura que juntava setembristas a miguelistas. A guerra terminou com uma clara vitória cartista a 30 de Junho de 1847 pela assinatura da Convenção de Gramido, mas apenas após a intervenção de forças militares estrangeiras ao abrigo da Quádrupla Aliança.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA AO RENASCIMENTO


Antiguidade tardia é uma periodização imprecisa (cerca de 300 - 600 dC.) usada por historiadores e outros eruditos para descrever o intervalo entre a Antiguidade Clássica e a Idade Média, tanto na Europa continental quanto no mundo Mediterrâneo: geralmente, entre a declínio do Império Romano do Ocidente do século III em diante, até à conquista islâmica, e a refundação da Europa Ocidental sob o comando do Império Bizantino.

As continuidades entre a Roma Imperial, como foi organizada por Diocleciano (Gaius Aurelius Valerius Diocletianus, imperador romano de 284 a 305), e a Alta Idade Média - 476, até o ano 1000 – após o qual se inicia a Idade Média Clássica. A Baixa Idade Média corresponde ao século e meio que antecede ao Renascimento, ou seja, 1300 a 1450 - são ressaltadas por autores que desejam enfatizar que as sementes da cultura medieval já se estavam a desenvolver no império cristão, e que assim também continuou no Império do Oriente, ou "Bizantino". Simultaneamente, algumas tribos germânicas tais como os ostrogodos e visigodos viam-se a si mesmos como perpetuadores da tradição "romana". Embora o emprego da expressão "Antiguidade Tardia" sugira que as prioridades sociais e culturais da Antiguidade Clássica perduraram através da Europa até à Idade Média, o uso de "Alta Idade Média" enfatiza o rompimento com o passado clássico, e a expressão "migrações dos povos bárbaros" enfatiza as rupturas no mesmo período de tempo.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

DO FIM DA REPÚBLICA ROMANA AO PRINCÍPIO DO IMPÉRIO



O primeiro triunvirato foi uma aliança política informal estabelecida em 59 a.C., na República Romana, entre Júlio César, Pompeu o Grande e Marco Licínio Crasso, que se prolongaria até 53 a.C..
No início da década de 50 a.C. aparentemente nada pressupunha a união destes três homens: Júlio César, acabado de ser eleito cônsul, era um advogado brilhante mas um político desconhecido; Pompeu era extremamente popular junto dos cidadãos dadas as suas conquistas militares, mas desprezado pela classe senatorial pela falta de nobreza “sangue azul” da sua família; Crasso era considerado o homem mais rico de Roma, mas faltava-lhe influência política. Uma vez que César não tinha aliados políticos, Pompeu não conseguia obter terras de cultivo para os veteranos das suas legiões e Crasso não era levado a sério na sua ideia de conquistar o Império Parto, uma das principais potências político-culturais iranianas da antiga Pérsia. Para obviar essa lacuna de poder, os três juntaram-se para unir os necessários esforços de conquista.
Ao contrário do que viria a ser o segundo triunvirato, este acordo era informal e não continha nenhum valor jurídico. A única transacção efectuada foi a de Júlia Cesaris, filha de César, que se tornou mulher de Pompeu num casamento que haveria de se revelar muito feliz.
Durante o seu consulado em 59 a.C., César legislou a concessão de terras para os soldados de Pompeu, apesar de forte contestação da facção conservadora do senado, e leis que favoreciam os negócios de Crasso. Em troca, obteve o apoio de Pompeu para conseguir a governação da Gália e iniciar a conquista de toda a região (Guerras Gálicas). Em 55 a.C., Pompeu e Crasso foram eleitos cônsules em parceria e prolongam assim o poder de César na Gália por mais cinco anos. Crasso assegurou ainda os fundos e legiões para a tão desejada campanha persa.
No ano seguinte, a morte de Júlia enfraqueceu a relação entre Pompeu e César e, em 53 a.C. Crasso foi morto pelos partos na Batalha de Carras “Carrhae”. Sem mais nada a uni-los, Pompeu e César desfazem a aliança e transformam-se em inimigos.

Mapa da República Romana durante o Segundo Triunvirato (32 a.C.): A área em verde escuro era o sector sob poder de Octávio; a área em azul escuro estava sob o poder de Marco António e a área em azul claro sob poder de aliados ou vassalos de Marco António.
O segundo triunvirato foi estabelecido em 43 a.C., na República Romana, entre Marco António, Octávio e Lépido, prolongou-se até 33 a.C..
Ao contrário do primeiro triunvirato, um acordo informal entre Júlio César,  Pompeu o Grande e Marco Licínio Crasso, este triunvirato foi uma aliança política formal, com o nome oficial de Triunviros para a Organização do Povo (em Latim: Triumviri Rei Publicae Constituendae Consulari Potestate), o triunvirato foi legislado pela Lex Titia e aprovado pela Assembleia do Povo, conferindo poderes universais aos três homens por um período de cinco anos.
A constituição do segundo triunvirato e atribuição de poderes excepcionais a António, Octaviano e Lépido justificou-se no período de crise sem precedentes que se seguiu ao assassinato de Júlio César nos Idos de Março de 44 a.C.. Octaviano então com cerca de 20 anos era filho adoptivo do ditador, António e Lépido dois dos seus comandantes de maior confiança; todos ambicionavam poder e vingança. A primeira acção dos triúnviros foi a de eliminar todos os homens que conspiraram contra César – Cícero o filosofo foi uma das vítimas – e perseguir Bruto (Marcus Junius Brutus) e Cássio que entretanto se haviam refugiado na Grécia.
Tirando Lépido, que era uma figura de consenso e sem grande ambição política, Octaviano e Marco António odiavam-se e conspiraram um contra o outro desde a formação do triunvirato. Em 38 a.C. o acordo foi renovado por mais cinco anos, mas as relações entre os três estavam longe de serem amigáveis. Lépido foi afastado do poder e exilado de Roma na sequência de uma manobra política falhada, enquanto Marco António, estacionado com o exército no Egipto, atacava Octaviano com todas as armas. Finalmente em 33 a.C., o triunvirato chegou ao fim e Marco António e Octaviano entraram na guerra aberta que haveria de resultar na Batalha de Áccio (31 a.C.) e no suicídio do primeiro com Cleópatra. Com os seus pares afastados do poder, Octaviano ficou sozinho para governar Roma. Em 27 a.C. aceita o título de augusto e inicia o Império Romano com a dinastia Júlio-Claudiana que terminou com Nero o último dos Césares.