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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O IMPÉRIO COLONIAL FRANCÊS


O império colonial francês foi um conjunto de colónias que a França estabeleceu em África, América, Ásia e Oceânia entre os séculos XVI e XX.


As primeiras tentativas dos franceses para estabelecerem colónias no Brasil, na França Antártica, foi tentada pelos franceses no Rio de Janeiro que existiu de 1555 a 1560, ano em que os restantes franceses foram, definitivamente, derrotados pelos portugueses em 1555, e na Flórida, em 1564 em Fort Caroline, actualmente Jacksonville, a maior cidade do estado norte-americano da Flórida, no Condado de Duval, realizada por huguenotes, denominação dada aos protestantes franceses (quase sempre calvinistas) que não tiveram sucesso, devido à vigilância dos portugueses e dos espanhóis. A tentativa seguinte foi em 1598, em Sable Island, no sudeste da actual província da Nova Escócia no Canadá; esta colónia não teve abastecimentos e os 13 sobreviventes tiveram de voltar a França.


A história do império colonial francês na América começou a 27 de Julho de 1605 com a fundação em Port Royal, actualmente Annapolis  (igualmente na Nova Escócia), da colónia da Acádia, nome dado pelos exploradores franceses para os seus territórios na costa atlântica da América do Norte, durante os séculos XVII e XVIII, indo desde os actuais Estados americanos do Maine e de Vermont até às ilhas da actual província canadiana da Terra Nova e Labrador.

Depois da fundação em Port Royal, em 1605, Samuel de Champlain funda uma colónia no Quebec em 1608. Esta colónia passa a ser a capital da enorme, mas pouco povoada, Colónia da "Nova França" (também chamada "Canadá"), que tinha como objectivo o comércio de peles.
 
Nas Caraíbas, a França colonizou as Ilhas de Martinica, Guadalupe, Saint-Pierre e Miquelon, além do Haiti. A ilha de Saint Martin foi dividida com a Holanda.



Foram os seguintes, os actuais países africanos que se tornaram independentes da França, no século XX: Marrocos; Tunísia; Guiné-Conacri; Camarões; Togo; Senegal; Madagáscar; Benim; Níger; Burkina Faso; Costa do Marfim; Chade; Congo; Gabão; Mali; Mauritânia; Argélia; Comores e Djibouti.

Ainda vários territórios africanos continuam sob administração francesa, depois de vários referendos: a ilha de Mayotte, nas Comores, um departamento francês entre o Oceano Índico e o Canal de Moçambique, no Arquipélago das Comores, do qual é a ilha mais oriental. Compreende a Ilha Mayotte propriamente dita, também conhecida por Mahoré ou Grande Terre, e duas ilhas bem menores: Pamanzi (ou Petite Terre) e Chissioi m'Zamboro e a ilha da Reunião em francês Réunion, também um departamento francês no Oceano Índico, localizado a leste de Madagáscar cuja ilha principal é uma das duas maiores Ilhas Mascarenhas, sendo o seu vizinho mais próximo a Maurícia. A ilha Reunião tem, no entanto, várias dependências, espalhadas em torno de Madagáscar, no Índico e no Canal de Moçambique, cuja capital é Saint-Denis.


Têm estatuto de região administrativa, assim como a Martinica, a Guadalupe e a Guiana Francesa e várias outras ilhas que dependem administrativamente deste departamento ultramarino, mas que são reclamadas por Madagáscar e Maurícia.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O IMPÉRIO COLONIAL BRITÂNICO


O Império Britânico era composto por domínios, colónias, protectorados, mandatos e territórios governados ou administrados pelo Reino Unido. Originou-se com as colónias ultramarinas e entrepostos estabelecidos pela Inglaterra no final do século XVI e início do século XVII. No seu auge, foi um dos maiores impérios da história e, por mais de um século, foi a principal potência militar mundial. Em 1922 o Império Britânico dominava cerca de 458 milhões de pessoas, um quarto da população do mundo na época e abrangeu mais de 33.700 km², quase um quarto da área total da Terra. Como resultado o seu legado político, cultural e linguístico é quase globalmente generalizado. No auge do seu poder, foi referido muitas vezes que "o sol nunca se punha no Império Britânico" devido à sua extensão em redor do mundo garantindo, assim, que o Sol estava sempre brilhando em pelo menos um de seus inúmeros territórios.


A derrota da "la Armada Invencible" ou ironicamente "the Invincible Fleet" referido pelos ingleses, no século XVI, foi uma esquadra reunida pelo rei Filipe II de Espanha em 1588, em Lisboa, para invadir a Inglaterra de Elizabeth I. A Batalha Naval de Gravelines foi o maior combate da não declarada Guerra Anglo-Espanhola e a tentativa de Filipe II neutralizar a influência Inglesa sobre a política nos Países Baixos Espanhóis e reafirmar a hegemonia de poder nos mares.


Em 1670 já existiam colónias inglesas estáveis na América do Norte (Nova Inglaterra, Virgínia, Carolina) e em Antígua, Barbados, Belize e Jamaica, bem como uma penetração comercial na Índia desde 1600, graças à Companhia das Índias Orientais. Funda desde 1660, em África, entrepostos de captação de escravos para as plantações americanas, apossando-se, no século seguinte em 1787, de inúmeros territórios entre o Rio Gâmbia (encravado no Senegal francês) e a Nigéria, abarcando a famosa Costa do Ouro, o actual Gana. O século XVIII é, deste modo, o período de afirmação e maturação do projecto colonial britânico.


O seu único revés neste período, forte aliás, será a independência dos EUA, em 1776. Esta perda será compensada com o início da colonização da Austrália em 1783 e mais tarde da Nova Zelândia a partir de 1840, para onde são inicialmente enviados deportados. A sua armada mantém-se superior às demais, com a Batalha de Trafalgar em 1805, impondo uma vez mais uma pesada derrota a um grande adversário, neste caso contra as forças navais napoleónicas e aliadas de Espanha. O domínio de novas colónias é constante nesta altura - Malaca, desde 1795, Ceilão, Trindade e Tobago, em 1802, Malta, Santa Lúcia e Maurícia, em 1815, depois da derrota napoleónica e do seu bloqueio continental.


O Reino Unido mantém a soberania sobre catorze territórios fora das ilhas britânicas, que foram renomeados em territórios britânicos ultramarinos em 2002. Alguns são desabitados, excepto por pessoal militar ou científico transitório ou outros autogovernáveis ​​em vários graus E que são dependentes do Reino Unido pelas relações externas e de defesa. O governo britânico manifestou a sua disponibilidade em ajudar qualquer território ultramarino que pretenda avançar para a independência, em que dizem ser uma opção. A soberania britânica dos vários territórios ultramarinos é contestada pelos seus vizinhos geográficos: Gibraltar é reivindicada por Espanha; as Ilhas Malvinas e as Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul são reivindicadas pela Argentina, e os britânicos do Território Britânico do Oceano Índico é reivindicado pela Maurícia e Seychelles. O Território Antárctico Britânico está sujeito à sobreposição de pedidos pela Argentina e pelo Chile, enquanto muitos países não reconhecem qualquer reivindicação territorial da Antártica.


A maioria das ex-colónias britânicas são membros da Commonwealth, uma organização não-política, de associação voluntária de membros iguais. Os quinze membros da Commonwealth continuam a partilhar os seus chefe-de-Estado com o Reino Unido, os Reinos da Commonwealth. Décadas e, em alguns casos séculos, do domínio britânico e de emigração deixaram a sua marca em todas as nações independentes que surgiram a partir do Império Britânico. O império estabeleceu o uso do inglês em regiões ao redor do mundo. Hoje é o idioma principal de até 400 milhões de pessoas e é falado por cerca de meio bilhão como primeira língua, segunda ou estrangeira. A propagação do inglês a partir da segunda metade do século XX foi auxiliada, em parte, pela influência cultural dos Estados Unidos, que por sua vez foi formado a partir de colónias britânicas.


O sistema parlamentar inglês serviu de modelo para os governos de muitas ex-colónias e a common law para os sistemas jurídicos. Os Comités Judiciais do Conselho Privado britânicos ainda servem como o mais alto tribunal de recurso a várias ex-colónias do Caribe e do Pacífico. Missionários protestantes britânicos que se espalharam por todo o mundo, muitas vezes com antecedência de soldados e funcionários públicos, espalharam a Comunhão Anglicana em todos os continentes. A arquitectura colonial britânica, como em igrejas, estações ferroviárias e prédios do governo, continua a estar em muitas cidades que já fizeram parte do Império Britânico. Desportos individuais e de equipa que se desenvolveram na Grã-Bretanha, em particular o futebol, críquete, ténis e golfe foram exportados. O sistema britânico de medição, o sistema imperial, Unidade inglesa ou unidade imperial é a denominação dada a qualquer unidade em vários sistemas de unidades de medida obsoletos, baseados em medidas estabelecidas pelos reis ingleses, sendo algumas delas com base em medições no corpo dos reis, continua a ser utilizado em alguns países de várias maneiras. A convenção de conduzir no lado esquerdo da estrada tem sido mantida em grande parte no antigo Império.


As fronteiras políticas desenhadas pelos britânicos nem sempre reflectiram etnias ou religiões homogéneas, contribuindo para o estabelecimento de conflitos em áreas anteriormente colonizadas. O Império Britânico também foi responsável por grandes migrações de povos. Milhões de pessoas deixaram as Ilhas Britânicas, com as populações de colonos fundadores dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, provenientes principalmente da Grã-Bretanha e da Irlanda. As tensões permanecem entre as populações de colonos brancos desses países e as suas minorias nativas e entre minorias e maiorias nativas assentados na África do Sul e Zimbabwe. A colonização britânica da Irlanda deixou a sua marca de forma a dividir as comunidades católica e protestante na Irlanda do Norte. Milhões de pessoas mudaram-se para as colónias britânicas, com um grande número de indianos que emigram para outras partes do Império. Estas incluem as actuais Malásia, Ilhas Maurícias, Fiji, Guiana, Trinidad, Quénia, Uganda, Tanzânia e África do Sul. A emigração chinesa, principalmente a partir do sul da China, levou à criação da maioria chinesa de Singapura e de pequenas minorias chinesas no Caribe. A demografia do próprio Reino Unido foi alterada após a Segunda Guerra Mundial, devido à imigração para a Grã-Bretanha a partir de suas ex-colónias.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Lawrence da Arábia


Thomas Edward Lawrence, conhecido por El Aurens, foi um arqueólogo, militar, agente secreto, diplomata e escritor britânico. Tornou-se famoso pelo seu papel como oficial britânico de ligação durante a Revolta Árabe de 1916-1918.


A sua fama como herói militar foi largamente promovida pela reportagem da revolta feita pelo viajante e jornalista americano Lowell Thomas, e ainda devido ao livro autobiográfico de Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria. Lawrence nasceu em Tremadog, Gales, Reino Unido, a 16/08/1988, segundo filho do anglo-irlandês Sir Thomas Robert Tighe Chapman, 7º barão de Westmeath e de Sarah Junner, sua antiga governanta. O casal vivia em união de facto, pois Sir Thomas abandonara na Irlanda a sua mulher legítima e as suas quatro filhas, adoptando o apelido Lawrence.


O casal Lawrence teve cinco filhos varões, e depois de alguma deambulação pela Grã-Bretanha e França estabeleceria a sua residência em Oxford, onde os jovens Lawrence, educados segundo os mais restritos preceitos puritanos da Igreja Anglicana, fariam os seus estudos secundários e universitários. O jovem Lawrence era um leitor ávido, chegaria a ser catequista, possuía uma enorme inteligência e imaginação e tinha a paixão da História, especialmente dos Gregos antigos, da época medieval e da cavalaria, cujo idealismo, normas de honra e castidade adoptou ardentemente como modelo a seguir. Já na adolescência submetia-se a um regime espartano de treino físico que haveria de o tornar extremamente resistente. Era frequente fazer jejuns prolongados ou alimentar-se pobremente.


Tinha o gosto da velocidade e passava o seu tempo livre em longos passeios de bicicleta pelas estradas campestres, visitando e estudando antigos monumentos medievais na Grã-Bretanha e na França. Mais tarde, em 1909, ao preparar a sua tese de licenciatura, viajou até à Síria onde estudou os castelos dos Cruzados, percorrendo enormes distâncias a pé. Em 1911, Lawrence, foi assistente nas escavações arqueológicas promovidas pelo Museu Britânico em Carquemish, no rio Eufrates, e foi nessa ocasião que se tornou agente secreto do governo britânico, pela mão do seu mentor e amigo David George Hogarth, recolhendo informações sobre a construção dos caminhos-de-ferro otomanos.


Foi também nesse período que conheceu e se tornou amigo de Selim Ahmed, um jovem árabe, que segundo alguns seria o misterioso "S.A.", a quem os Sete Pilares da Sabedoria foram dedicados. Foi convocado para as Forças Armadas da Inglaterra no início da Primeira Guerra Mundial e em 1917 seria oficialmente destacado para a força expedicionária do Hejaz, sob o comando do General Wingate, sendo transferido em 1918 para o estado-maior do General Sir Edmund Henry Hynman Allenby. É como tenente do serviço secreto inglês que Lawrence inicia, em 1914, a sua carreira militar no Médio Oriente.


A identificação de Lawrence com a causa árabe, cultivada quando ainda trabalhava como arqueólogo, torna-o peça importante da manobra britânica para vencer o Império Turco Otomano, aliado da Alemanha na guerra. Como oficial inglês e admirador da cultura árabe, aproxima-se de Faiçal I do Iraque, um dos líderes da revolta e filho do xerife de Meca, Hussein ibn Ali. Os seus conhecimentos sobre a geografia local e o exército turco, somados aos ideais de soberania da nação árabe, logo conquistam Feisal e fazem de Lawrence o conselheiro logístico do movimento, comandante de um exército de dez mil homens.


Grande articulador, ele consegue reverter a ocupação do território árabe, impedindo a retaliação turca, através de acções de guerrilha, como explosões de comboios e caminhos-de-ferro e aniquilação de reservas materiais, que culminam com a tomada de Damasco em Outubro de 1918. Nesse ano, Lawrence foi promovido ao posto de tenente-coronel. Depois da passagem à reserva, Lawrence planeava levar uma vida tranquila e solitária em Clouds Hill, rejeitando mais uma vez convites para posições importantes. Contudo, em 13 de Maio de 1935, quando Lawrence se deslocou de moto até aos correios de Bovington, para enviar uma encomenda de livros a um amigo e um telegrama a Henry Williamson, sucedeu o imprevisto. De regresso a Clouds Hill, ao desviar-se abruptamente para evitar o embate com dois jovens ciclistas foi projectado violentamente da moto, fracturando gravemente o crânio. Permaneceu em coma durante seis dias, morrendo a 19 de Maio, aos 46 anos, sem nunca ter recuperado a consciência.


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Império Otomano


O Império Bizantino foi o Império Romano do Oriente durante a Antiguidade Tardia periodização convencional imprecisa (entre 300/600 d.C.) usada por historiadores e outros eruditos para descrever o intervalo entre a Antiguidade Clássica e a Idade Média, tanto na Europa continental como no mundo Mediterrânico: geralmente, entre a declínio do Império Romano do Ocidente do século III em diante, até à conquista islâmica, e a refundação da Europa Ocidental sob o comando do Império Bizantino, centrado na sua capital, Constantinopla. Conhecido simplesmente como Império Romano pelos seus habitantes e vizinhos, cujo império foi a continuação directa do antigo Estado Romano. É hoje distinguido de Roma Antiga na medida em que o império era orientado pela cultura grega, caracterizado por uma igreja cristã do Estado, e com predominância da língua grega em contraste com a língua latina.Como a distinção entre o Império Romano e Império Bizantino é em grande parte uma convenção moderna, não é possível atribuir uma data de separação, embora um ponto importante seja a transferência em 324 pelo imperador Constantino I da capital da Nicomédia, (actual Izmit a 100Km de Istambul, na Anatólia), para Bizâncio no Bósforo, que se tornou Constantinopla, "Cidade de Constantino" (alternativamente "Nova Roma"). O Império Romano foi finalmente dividido em 395, após a morte do imperador Teodósio I (379-395), sendo então esta data muito importante para o Império Bizantino (ou Império Romano do Oriente), que se tornou completamente separado do Ocidente.

O império existiu por mais de 1000 anos, a partir do século IV até 1453. Durante a maior parte da sua existência, manteve-se como a mais poderosa força militar, económica e cultural da Europa, apesar de contratempos e perdas territoriais, especialmente durante as guerras contra persas e árabes. O império recuperou-se durante a dinastia macedónica, crescendo novamente; acabando por se tornar um poder proeminente no Mediterrâneo Oriental no século X, rivalizando com o Califado Fatímida, uma dinastia do xiismo ismaelita constituída por catorze califas, que reinou na África do Norte entre 909 e 1048 e no Egipto entre 969 e 1171.
Após 1071, contudo, muito da Ásia Menor, o coração do império, foi perdido para os turcos seljúcidas. A restauração Comnena recuperou parte do território perdido e restabeleceu a dominância do império no século XII, no entanto após a morte de Andrônico I Comneno e o fim da dinastia Comnena (1081 a 1185) no final do século XII o império entrou em declínio novamente; recebeu um golpe fatal em 1204 no contexto da Quarta Cruzada, quando foi dissolvido e dividido em reinos latinos e gregos concorrentes.
 

Apesar da eventual reconquista de Constantinopla e do restabelecimento do império em 1261 a 1453, sob os imperadores paleólogos, Bizâncio manteve-se diante de diversos estados vizinhos rivais por mais 200 anos. Contudo, este período foi o mais culturalmente produtivo do império. Sucessivas guerras civis no século XIV minaram ainda mais a força do já enfraquecido império, e mais dos territórios restantes foram perdidos nas Guerras Bizantino-Otomanas, que culminaram na Queda de Constantinopla e na conquista dos territórios remanescentes pelo Império Otomano no século XV. A conquista otomana de Constantinopla (1453-1566) consolidou o estado do império como uma força em potencial no sudoeste da Europa e no Mediterrâneo oriental. Durante este tempo, o império otomano entrou num período de conquistas e expansão ampliando as suas fronteiras mais longe na Europa e no norte de África. As conquistas em terra foram orientadas pela disciplina e inovação do exército otomano, e sobre o mar, a marinha otomana ajudou nesta expansão significativamente. A marinha também bloqueou as principais rotas comerciais marítimas, em concorrência com as cidades-estado italianas no Mar Negro, Mar Egeu e mar Mediterrâneo e do Português no Mar Vermelho e no Oceano Índico. O estado também prosperou economicamente, graças ao seu controle das rotas de maior tráfego entre a Europa e a Ásia. Este bloqueio sobre o comércio entre a Europa Ocidental e a Ásia é frequentemente citado como um factor primário de motivação para a Rainha de Espanha, Isabel de Aragão, financiar a viagem de Cristóvão Colombo para assim encontrar uma rota de navegação para a Ásia.



O Império Otomano constituiu um poder dominante no Oriente Mediterrânico, desde o século XVI até ao século XIX. Os Otomanos surgiram na História como líderes dos Turcos que lutaram contra os Bizantinos na Anatólia Ocidental. O local de combate permitiu a Osman, fundador da dinastia Otomana, tirar partido da fraqueza dos Bizantinos e conquistar, progressivamente, através de ataques consecutivos e intensos, o território cristão. Esta situação atraiu milhares de Turcos e Árabes, que, fugindo à ameaça mongol, se juntaram a Osman. A conquista de Bursa permitiu a Osman o controlo dos sistemas administrativos, financeiros e militares bizantinos. A expansão otomana na Europa começou mais tarde, no reino de Orhan, filho de Osman. Progressivamente, o Império Otomano avançou sobre a Macedónia, a Trácia e mais tarde sobre a Península de Galipoli e o restante território bizantino Europeu. A transformação do principado otomano num vasto Império, cobrindo o sudeste Europeu, a Anatólia e o mundo Árabe, decorreu entre os séculos XIV e XVI. O Império Otomano primitivo, cujo território cobria as zonas do Danúbio até ao Eufrates, foi criado sobretudo por Murad I e Bayazid I. Murad concentrou-se sobretudo na Europa e liderou uma série de campanhas, que se estenderam até ao Danúbio e culminaram na Batalha do Kosovo (1389). Murad foi morto e derrotado por uma aliança de sérvios, bósnios e búlgaros, mas o seu filho Bayazid completou a vitória. Durante a década seguinte, Bayazid quebrou com a tradição e partiu para conquista da Anatólia Turca, levando o império primitivo ao seu auge. Esta conquista fragilizou, porém, os suportes básicos do Estado Otomano. Os Muçulmanos e Turcos mais notáveis, opuseram-se a esta subjugação e recusaram-se a participar na campanha contra a Anatólia, que consequentemente foi levada a cabo por cristãos ao serviço de Bayazid. Ao mesmo tempo, a emergência dos Otomanos como grande poder na Anatólia, soou como ameaça para Tamerlano o grande conquistador mongol, que havia recentemente tomado grande parte do Irão e da Ásia Central. Assim, Tamerlano invadiu a Anatólia, derrotando e capturando Bayazid, que morreu prisioneiro no ano seguinte. Muhammad I, filho mais novo de Bayazid, elevou novamente o Império, assassinando os seus irmãos e lutando, entre 1402 e 1413, contra os cristãos e vassalos turcos na Europa e Anatólia. O seu filho, Munrad II, reconquistou diversos territórios até ao Danúbio, derrotando os príncipes sérvios e búlgaros cristãos e substituindo-os por administradores otomanos. Esta política perdurou até ao reinado de Muhammad II, que derrotou os últimos príncipes cristãos a sul do Danúbio. As suas conquistas culminaram com a conquista de Constantinopla (1453) e a subjugação de todo o território que se estendia da Anatólia até o Eufrates. Bayazide II terminou com a política de conquistas, de forma a consolidar o poder nos territórios que haviam já sido ocupados durante os reinos anteriores. Selim I (1470-1520), pelo contrário, usou a base de poder territorial e administrativa, que havia herdado, para derrotar o Império Mameluke e conquistar a Síria, a Palestina, o Egipto e a Arábia, que tomou de assalto numa única campanha, incorporando, deste modo, no Império Otomano, o coração dos Antigos Califados Islâmicos.

 

Suleiman I, cognominado o Magnífico, completou a expansão Otomana, avançando sobre o Danúbio para conquistar a Hungria e Viena (1529). No Oriente conquistou o restante território da Anatólia e o Iraque. O declínio do Império Otomano teve início no final do reino de Suleiman I e prosseguiu até ao final da Primeira Guerra Mundial. Uma reacção oficial a este declínio surgiu por fases: a primeira deu-se com a Reforma Tradicional (1566-1807), que procurou restaurar as antigas instituições; a segunda surgiu com a Reforma Moderna (1807-1918) quando se abandonaram os antigos preceitos e foram adoptados novos, importados do Ocidente. Com o fim do Império Otomano, no final da Primeira Grande Guerra, surgiu a República da Turquia, cujo território ocupa, actualmente, o antigo coração imperial: a Anatólia.

 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A mitologia e o Fogo Grego


O fogo grego tem uma estreita ligação com a figura mitológica de Prometeu. Como Hesíodo expressa nos seus poemas Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, Prometeu, um dos Titãs, devolveu o fogo aos humanos que dele tinham sido privados por Zeus. Este castigou Prometeu por ter beneficiado os humanos na repartição dos lotes com um sacrifício, prendeu-o a um mastro para ser torturado por uma águia, que durante o dia lhe devorava o fígado incessantemente, mas este regenerava-se durante a noite. Este deus obstinado mostrou uma nobre personalidade, tendo sido posteriormente libertado por Hércules, que matou a águia. Prometeu, teria ensinado os homens a usar o fogo e é assim que através deste mito os Gregos explicam o aparecimento do fogo na terra. Nas Metamorfoses de Ovídio, Prometeu está intimamente ligado ao elemento humano por ter sido o autor da criação do homem à imagem dos deuses a partir de uma porção de lodo.
Para além destes poderes, proporcionou o conhecimento do tempo, da aritmética, da navegação, da domesticação de animais e da adivinhação do futuro através da análise das suas entranhas e do fogo sagrado.


O fogo grego foi uma arma secreta incendiária utilizada pelo Império Bizantino ou Império Romano do Oriente durante os períodos de Antiguidade Tardia e da Idade Média, centrada na capital de Constantinopla. Os bizantinos usavam “o fogo grego” em batalhas navais, com grande efeito de destruição, de tal modo que continuava a arder enquanto era consumido e flutuava na água;

Proporcionou uma grande vantagem tecnológica, e foi a arma naval dominante e responsável por muitas vitórias militares bizantinas. Como resultado os seus ingredientes são ainda um tema amplamente debatido, supostamente, incluía nafta, cal, enxofre e salitre. O maior segredo era a utilização dessa mistura incendiária por meio de um sifão pressurizado que projectava o líquido sob pressão a mais de trinta metros, sobre os navios inimigos. Tucídides menciona o uso de um tubo lança-chamas no cerco de Delium em 424 aC.

Como escreveu Constantine VII Porphyrogennetos em “avisos: os ingredientes e os processos de fabricação e implantação do fogo grego, deverão ser extrema e cuidadosamente guardados como segredo militar”. Tão rigoroso foi o segredo que a composição do fogo grego foi perdida para sempre e continua a ser uma fonte de especulação.

domingo, 23 de outubro de 2011

A PRIMITIVIDADE E A NAVEGAÇÃO


Durante o primitivismo humano considera-se que a forma inicial de comunicação entre os hominídeos terá sido principalmente o som gutural, o grunhido acompanhado de gestos, não só na defesa contra eventuais predadores, no relacionamento social, mas também quando caçavam em grupo. O desenvolvimento da fala, mais tarde, mesmo durante o período dos neardentalensis e depois quando do surgimento dos cro-magnon, nómades trogloditas que conviveram durante séculos, a organização de frases rudimentares e a convivência social, bem como a miscigenação já seriam factores comuns. A sedentarização acarretou o conflito pela posse de melhores territórios de sobrevivência (caça, agricultura e pesca) e foi nessa disputa constante de lutas entre comunidades rivais que a procura de melhores armas, edificações de defesa e estratégias de guerra, se desenvolveu a humanidade, ainda assim nos nossos dias.
No final da Pré-História e no início da Idade Antiga, quando a humanidade abandonou o nomadismo e se sedentarizou procurou locais próximos dos grandes rios ou lagos para praticar a agro-pecuária. Esta actividade gerou um excedente de produção que precisava ser escoado, comercializado por troca, por via terrestre, embora mais facilmente pelos grandes rios e pelo mar. Foi, assim, necessário construir embarcações com capacidade de carga e aprender a arte de navegar. Dessas civilizações destaca-se a Mesopotâmia, (o Crescente Fértil) com os rios Tigre e Eufrates e o Egipto, com o Nilo, onde imperavam os navios de papiro. Primeiro os Fenícios, por volta de 3.000 a.C., desvendaram a arte da construção naval e aprenderam a navegar pelo Mar Mediterrâneo.
Em função da geografia local, com portos naturais em terrenos acidentados e pouco férteis, no início, praticavam a pesca. Naturalmente foram conquistando os portos de maior comércio marítimo da Idade Antiga. Por mar, exportavam cedro, azeite, vinhos e o Múrex (molusco de onde se extraía a cor púrpura, muito cara na época) e importavam ferro, estanho, ouro, prata, lã e marfim. Muitos dos produtos circulavam entre o extremo Oriente e o Ocidente. Também no Mediterrâneo, para controlar melhor o comércio, os fenícios fundaram colónias, como Cartago, no Norte de África; Córsega e Sardenha, próximas à Península Itálica, além de Chipre, entre outras ilhas. Foram de fundamental importância para a navegação comercial, influenciando todos os povos da Antiguidade com a sua cultura, organizando o alfabeto para facilitar o comércio, divulgando os seus produtos, além de abrirem espaço para novas actividades comerciais.

Os gregos, de posse desses conhecimentos e também favorecidos pela geografia local, ficaram famosos mais tarde pelo comércio no Mediterrâneo, cujos portos comerciais conquistaram, sendo superados pelos romanos, após o fim da república, por Octavianus, na batalha de Actuim contra Cleópatra e Marco António, partindo daí dominaram esse mar por séculos, passando a chamá-lo de “Mare Nostrum”.

Os fenícios foram um povo de comerciantes com descendência de Cam que saíram do Norte da região hoje conhecida como Líbano, para o Norte da África em busca de novas rotas e por um grande período de tempo dominaram o comércio no Mediterrâneo. Assim, os fenícios fundaram portos e cidades em lugares tão longínquos quanto a costa Norte de África e de Espanha. Discute-se a validade de vestígios de presença fenícia na costa da Grã-Bretanha. Após períodos consecutivos de dominação assíria, persa e macedónica, a região de origem dos fenícios perdeu o seu poder, ao passo que uma das colónias fenícias do Mediterrâneo, Cartago, ascendeu como um dos portos mais importantes do Mediterrâneo. Num intervalo de 120 anos, entre os séculos III e II a.C., os fenícios de Cartago disputaram o controlo do mediterrâneo com o Império Romano nas Guerras Púnicas. Após a sua derrocada em 146 a .C., pouco restou da cultura fenícia no Mar Mediterrâneo.

Os vikings são populares pelos seus navios de guerra conhecidos como Drakar. Os vikings usavam os seus navios para explorações e saques doutros povos. Além dos seus navios permitirem aos vikings navegarem longas distâncias; os seus navios dragão (drakar), de casco trincado, (construção naval exclusiva) traziam vantagens tácticas em batalhas. Eles podiam realizar eficientes manobras de ataque e fuga, nas quais atacavam rápida e inesperadamente, desaparecendo antes que uma contra-ofensiva pudesse ser lançada. Os navios dragão podiam também navegar em águas rasas, permitindo que os vikings atravessassem do mar por terra e entre rios. Os vikings exploraram e estabeleceram bases nas costas da América do Norte a partir do século X e terão aí deixado marcas, como a runa de Kensington (embora muitos estudiosos disputem a sua autenticidade), estes exploradores aparentemente não colonizaram a América, foram expulsos pelos indígenas, limitando-se a tentar controlar o comércio de peles de animais e outras mercadorias da região.
Os gregos usavam os trirremes, barcos que tinham cerca de 36 metros de comprimento e uma tripulação com mais de 150 remadores. Os navios cobriam cerca de 180 milhas náuticas a uma velocidade constante de 7,5 nós. Também dispunham de velas quadradas, que nem sempre podiam ser utilizadas no impetuoso Mar Mediterrâneo. Eventualmente podiam ser impelidos por uma vela redonda. Esse navio de escravos, a remos, impulsionou as cidades-estado gregas clássicas e, em particular, Atenas como forças navais. Durante as guerras com a Pérsia, Xerxes filho de Dário, na batalha de Salamina, comandada pelo grego Temístocles, Atenas comandava sozinho mais de 200 desses navios, (ver filme relacionado Guerra dos 300).

A história da navegação atlântica teve um impulso decisivo durante o século XV, quando turcos e mongóis interromperam o caminho terrestre até às Índias (Ásia), onde os portugueses procuraram chegar navegando no Atlântico até que em 1487, Bartolomeu Dias alcançou o cabo da Boa Esperança.

Cinco anos depois, Cristóvão Colombo atravessou o Atlântico e chegou à América Central, da qual tomou posse em nome dos reis da Espanha, Fernando e Isabel, embora o continente tenha tomado a origem do seu nome no navegador, geógrafo e cosmógrafo italiano Américo Vespúcio. A partir do século XVI multiplicaram-se as viagens de exploração e o Atlântico finalmente substituiu o Mediterrâneo como principal via marítima de comércio.
Foi nessa época que foram feitos os grandes descobrimentos nas Américas e iniciou-se a época das colonizações. Dentre as grandes descobertas está o Brasil, que foi descoberto por Pedro Alvares Cabral em 1500.
A partir daí, a vela foi-se aprimorando até surgirem os navios a combustível, resultados da revolução industrial.


sábado, 16 de julho de 2011

OS PRIMÓRDIOS DO CRISTIANISMO (vídeo)


Os Pergaminhos ou Manuscritos do Mar Morto formam uma colecção de cerca de 930 documentos descobertos entre 1947 e 1956 em onze cavernas próximo de Qumran, uma fortaleza situada a noroeste do Mar Morto, em Israel, que em tempos históricos foi uma parte da Judeia. Estes documentos foram escritos entre o século III a.C. e o primeiro século depois de Cristo, em Hebraico, Aramaico e grego. A maior parte desses documentos consiste em pergaminhos, sendo uma pequena parcela de papiros e, um deles, gravado em cobre. Os manuscritos do Mar Morto foram classificados em três grupos: escritos bíblicos e comentários, textos apócrifos e literatura de Qumram, Khirbet Qumran, “ruína da mancha cinzenta”.


Os textos são importantes por serem mil anos mais antigos do que os registos do Velho Testamento conhecidos até então e por oferecerem uma vasta documentação inédita sobre o período em que foram escritos, revelando aspectos desconhecidos do contexto político e religioso nos tempos do nascimento do Cristianismo e do judaísmo rabínico. Os pergaminhos contêm pelo menos um fragmento de todos os livros das escrituras hebraicas, excepto o livro do Livro de Ester que é um dos livros históricos do antigo testamento da Bíblia, vem depois do Livro de Neemias e antes do Livro de Jó.
O Livro de Neemias ou II de Esdras é um livro da Bíblia hebraica e do Antigo Testamento da Bíblia cristã, vem depois do Livro de Esdras e antes do Livro de Ester, tido historicamente como uma continuação do Livro de Esdras, e por vezes chamado até mesmo se "o segundo livro de Esdras".


Os Pergaminhos do Mar Morto, além de fragmentos bíblicos, contêm regras da comunidade, escritos apócrifos, filactérios, calendários e outros documentos. A autoria desses documentos é até hoje desconhecida mas, com base em referências cruzadas com outros documentos históricos, ela é atribuída aos essénios.
Os essénios constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve a sua existência desde cerca do ano 150 a.C. até ao ano 70 d.C.; estavam relacionados com outros grupos religiosos e políticos, como os saduceus seita ou partido de que é ainda difícil determinar a origem, sabendo-se que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus.


O nome essénio provém do termo sírio asaya, e do aramaico (língua de Jesus) essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa por orum judaico, do grego therapeutés (terapeuta). Aramaico é a designação que recebem os diferentes dialectos de um idioma com alfabeto próprio e com uma história com mais de três mil anos, utilizado por povos que habitavam o Médio Oriente; foi a língua administrativa e religiosa de diversos impérios da Antiguidade, além de ser o idioma original de muitas partes dos livros bíblicos de Daniel e Esdras, assim como do Talmude.
Pertencendo à família das línguas afro-asiáticas, é classificada no subgrupo das línguas semíticas, à qual também pertencem o árabe e o hebraico.


Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa do Reino Hasmoneu de Israel (140 - 37 a.C.), os essénios foram perseguidos e retiraram-se, por isso, para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica – Moisés - Os Dez Mandamentos -  bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabe-se algo a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essénios.


O Segundo Templo foi o templo que o povo judeu construiu após o regresso a Jerusalém, findo o Cativeiro na Babilónia, no mesmo local onde o Templo de Salomão existira antes de ser destruído e que se manteve erigido entre 515 a.C. e 70 DC, tendo sido, durante este período, o centro de culto e adoração do Judaísmo.
Cativeiro Babilónico é o nome geralmente usado para designar a deportação em massa e exílio dos judeus do antigo Reino de Judá para a Babilónia por Nabucodonosor II.


Os essénios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. A crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo-sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. O historiador Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.


Era característica incondicional dos judeus essénios, dividiam-se em grupos de 12 com um lider chamado "mestre da justiça"; vestirem-se sempre de branco; acreditarem em milagres pela mão, milagres físicos e bênção com as mãos; abolirem a propriedade privada; serem todos vegetarianos; não se casarem; tomarem banho antes das refeições; comerem só o que era sujeito a rígidas regras de purificação. Eram chamados de nazarenos por causa do voto nazarita (do hebr. nezir, «consagrado» +-ita).
Eles proclamavam-se "a nova aliança" de Deus com Israel, mais tarde este mesmo termo aparece na literatura cristã como no "novo testamento" e também em grande parte nas práticas judaicas e essénicas.


Os essénios não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos; os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem, um conceito amplo que pode ser definido como uma opção de vida ou de conduta ética, moral, espiritual, social, sexual, gastronómica e humana.
Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam o seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto.


Segundo Christian David Ginsburg (historiador polaco das escrituras - 1831/1914), os essénios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior parte dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espiritual, remetem ao ideal essénio de vida espiritual. A prática de banhar-se com frequência é fruto do ritual da Tevilah (baptismo), onde o Judeu mergulha, em certas ocasiões para se purificar, num micvê, uma piscina especial de água, com um tamanho específico cuja água deve vir de uma fonte natural: chuva ou nascente.