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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Lawrence da Arábia


Thomas Edward Lawrence, conhecido por El Aurens, foi um arqueólogo, militar, agente secreto, diplomata e escritor britânico. Tornou-se famoso pelo seu papel como oficial britânico de ligação durante a Revolta Árabe de 1916-1918.


A sua fama como herói militar foi largamente promovida pela reportagem da revolta feita pelo viajante e jornalista americano Lowell Thomas, e ainda devido ao livro autobiográfico de Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria. Lawrence nasceu em Tremadog, Gales, Reino Unido, a 16/08/1988, segundo filho do anglo-irlandês Sir Thomas Robert Tighe Chapman, 7º barão de Westmeath e de Sarah Junner, sua antiga governanta. O casal vivia em união de facto, pois Sir Thomas abandonara na Irlanda a sua mulher legítima e as suas quatro filhas, adoptando o apelido Lawrence.


O casal Lawrence teve cinco filhos varões, e depois de alguma deambulação pela Grã-Bretanha e França estabeleceria a sua residência em Oxford, onde os jovens Lawrence, educados segundo os mais restritos preceitos puritanos da Igreja Anglicana, fariam os seus estudos secundários e universitários. O jovem Lawrence era um leitor ávido, chegaria a ser catequista, possuía uma enorme inteligência e imaginação e tinha a paixão da História, especialmente dos Gregos antigos, da época medieval e da cavalaria, cujo idealismo, normas de honra e castidade adoptou ardentemente como modelo a seguir. Já na adolescência submetia-se a um regime espartano de treino físico que haveria de o tornar extremamente resistente. Era frequente fazer jejuns prolongados ou alimentar-se pobremente.


Tinha o gosto da velocidade e passava o seu tempo livre em longos passeios de bicicleta pelas estradas campestres, visitando e estudando antigos monumentos medievais na Grã-Bretanha e na França. Mais tarde, em 1909, ao preparar a sua tese de licenciatura, viajou até à Síria onde estudou os castelos dos Cruzados, percorrendo enormes distâncias a pé. Em 1911, Lawrence, foi assistente nas escavações arqueológicas promovidas pelo Museu Britânico em Carquemish, no rio Eufrates, e foi nessa ocasião que se tornou agente secreto do governo britânico, pela mão do seu mentor e amigo David George Hogarth, recolhendo informações sobre a construção dos caminhos-de-ferro otomanos.


Foi também nesse período que conheceu e se tornou amigo de Selim Ahmed, um jovem árabe, que segundo alguns seria o misterioso "S.A.", a quem os Sete Pilares da Sabedoria foram dedicados. Foi convocado para as Forças Armadas da Inglaterra no início da Primeira Guerra Mundial e em 1917 seria oficialmente destacado para a força expedicionária do Hejaz, sob o comando do General Wingate, sendo transferido em 1918 para o estado-maior do General Sir Edmund Henry Hynman Allenby. É como tenente do serviço secreto inglês que Lawrence inicia, em 1914, a sua carreira militar no Médio Oriente.


A identificação de Lawrence com a causa árabe, cultivada quando ainda trabalhava como arqueólogo, torna-o peça importante da manobra britânica para vencer o Império Turco Otomano, aliado da Alemanha na guerra. Como oficial inglês e admirador da cultura árabe, aproxima-se de Faiçal I do Iraque, um dos líderes da revolta e filho do xerife de Meca, Hussein ibn Ali. Os seus conhecimentos sobre a geografia local e o exército turco, somados aos ideais de soberania da nação árabe, logo conquistam Feisal e fazem de Lawrence o conselheiro logístico do movimento, comandante de um exército de dez mil homens.


Grande articulador, ele consegue reverter a ocupação do território árabe, impedindo a retaliação turca, através de acções de guerrilha, como explosões de comboios e caminhos-de-ferro e aniquilação de reservas materiais, que culminam com a tomada de Damasco em Outubro de 1918. Nesse ano, Lawrence foi promovido ao posto de tenente-coronel. Depois da passagem à reserva, Lawrence planeava levar uma vida tranquila e solitária em Clouds Hill, rejeitando mais uma vez convites para posições importantes. Contudo, em 13 de Maio de 1935, quando Lawrence se deslocou de moto até aos correios de Bovington, para enviar uma encomenda de livros a um amigo e um telegrama a Henry Williamson, sucedeu o imprevisto. De regresso a Clouds Hill, ao desviar-se abruptamente para evitar o embate com dois jovens ciclistas foi projectado violentamente da moto, fracturando gravemente o crânio. Permaneceu em coma durante seis dias, morrendo a 19 de Maio, aos 46 anos, sem nunca ter recuperado a consciência.


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