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sexta-feira, 13 de maio de 2011

ARMINIUS O LIBERTADOR DA GERMÂNIA



Armínio também conhecido pelo nome latino Arminius, pelo original alemão Irmin e pela forma alemã tardia Hermann (16 a.C. - 21 d.C.) foi um chefe germano da tribo dos Queruscos, uma tribo germânica que habitava a região da Baixa Saxónia, filho do chefe guerreiro Segimero. Treinado como comandante militar romano, obteve a cidadania romana antes de regressar à Germânia onde veio a expulsar o próprio exército romano. Conhecido principalmente como o chefe da aliança das tribos germanas que dizimou três legiões romanas comandadas por Públio Quintílio Varo na Batalha da Floresta de Teutoburgo (Alemanha)  perto da actual cidade Bramsche ocorrida durante o Outono do Século IX d.C.


Armínio foi o nome que o chefe guerreiro dos Queruscos, Segimer, deu ao seu filho em 16 a.C. Eram tempos difíceis. Alguns anos depois do nascimento de Armínio, o líder militar romano,  Octávio Augusto,  conquistou aquando da sua campanha germânica, o território dos Queruscos. Augusto, que mais tarde se tornou Imperador, quis convencer Segimer a entrar numa aliança com Roma. Para isso era costume oferecer educação militar e uma carreira no Império Romano aos filhos dos chefes conquistados, uma forma de penhor, fortificando assim a ligação com o império.


Armínio foi então enviado para Roma em 8 a.C., onde recebeu a prometida educação militar e avançou até ao grau de Tribuno. Nesta sua função, acompanhou o exército de Augusto nas suas várias operações em território germânico. Deixou uma óptima impressão aos militares romanos e recebeu os direitos de cidadania romana.
Por volta do ano 7 d.C., Armínio voltou para a sua terra natal. Como comandante de unidades auxiliares germânicas servia sob o comando do Governador das Províncias e Comandante das Legiões da zona do Rio Reno, Públio Quintílio Varo. Varo tinha recebido ordens para tornar a parte ocupada da Germânia o torná-la, definitivamente, numa província romana. Por isso, começou a cobrar pesados impostos, tratando com graves sevícias os germanos como súbditos inferiores do Império Romano.


Nessa altura, Armínio, contrariado, começou a virar as costas aos Romanos. Sob o seu comando, várias tribos de Germanos fizeram uma grande revolta no século IX d.C. Esta revolta foi possível graças à habilidade diplomática de Armínio, conseguindo unir as várias tribos germânicas que de digladiavam.
A lenda diz que, na noite anterior à revolta, Armínio jantou com Varo, que tinha muita confiança nele. Era Outono e supostamente as tropas romanas deviam mudar-se para os campos de Inverno. Homens que conheciam bem o terreno foram contratados para guiar as tropas a partir do rio Weser até Aliso, que fica na margem do rio Lippe.


Foi o próprio Armínio quem escolheu esses homens. A fileira das tropas romanas tinha uma extensão de vários quilómetros, atravessou uma zona florestal de difícil acesso e fazia um alvo fácil para os guerreiros germânicos, que estavam habituados a esse terreno. Além disso, muitos deles foram treinados pelos próprios militares romanos e tinham bastante experiência em batalhas. Assim conseguiram aniquilar por completo três legiões romanas compostas por cerca de 20000 homens. Armínio obteve uma vitória devastadora.
Tusnelda

O domínio dos Romanos sobre a Germânia, para lá do rio Reno, já se encontrava em plena fase de declínio. Os Germanos não tentaram libertar os territórios germânicos para cá do Reno (províncias romanas, Germânia Inferior e Germânia Superior) pelo simples facto de as tribos se encontrarem em brigas constantes umas com as outras.


Em 11 a.C., Júlia a Maior, filha de Augusto casou com Tibério nomeando-o sucessor, de facto o próximo imperador e também colaborador de Augusto nas campanhas na Germânia.

  
Existe a lenda de que Armínio, apaixonado por Tusnelda, filha do chefe tribal dos Marcomanos, Segestes, raptou-a para se casar com ela. Segestes, contrariado, aliado dos Romanos, pediu-lhes ajuda em XV d.C. Nessa altura, o líder militar romano de nome Germanicus já tinha penetrado muito no interior da Germânia, vingando assim a derrota de Varo. Várias vezes conseguiu vencer forças inimigas. Apesar disso, os Germanos continuavam a atacar furtivamente onde podiam. Os Romanos não conseguiram controlar o território para lá do Reno.


Por fim, em XVI d.C., o Imperador Tibério desistiu da ideia de incorporar a Germânia no Império Romano. Os Romanos abandonaram a Germania, mas mesmo assim, não houve paz na Germânia. Duas alianças, uma liderada por Armínio, a outra pelo Rei dos Marcomanos, Marbod, entraram em guerra. Mais uma vez, Armínio obteve uma vitória, mas em 21 d.C. foi assassinado, provavelmente pelo próprio sogro, Segestes.
Cerca de 100 anos depois da sua morte, o historiador romano, Tácito, designou Armínio como "Libertador da Germânia".


Esta obra de Tácito, Germânia, permitiu que, durante a Reforma, a imagem de Arminius viesse a ser usada como um contraponto do protestantismo nascente ao poderio da Igreja de Roma, sendo nesta ocasião que recebeu a versão actual do nome - Hermann.
A história de Armínio foi, no final do século XIX, transformada em mito pelos defensores da unificação da Alemanha, sendo erguida uma gigantesca estátua em sua homenagem, voltada para a França, então encarada como grande inimiga do projecto nacional alemão.
Era a construção do mito do "Pai Original dos Alemães", como Ulrich von Hutten o chamou. Uma multidão de trinta mil pessoas assistiu, em 16 de Agosto de 1875, à inauguração da estátua - Hermannsdenkmal - de 53,46m metros de altura.
O mito ganhou novos contornos durante o nazismo mas, após 1946, historiadores como Peter Kehne apresentaram-no pretendendo demonstrar que o "heroi" não tinha ambição de unificar o país, mas sim atender à própria sede de poder, porém a vitória de Armínio na Batalha da Floresta de Teutoburgo definiu o abandono definitivo de Roma a norte do Reno.


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