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sábado, 1 de maio de 2010

O ATENTADO A D. JOSÉ E A EXECUÇÃO DOS TÁVORAS


Corria o ano de 1759. Ainda na ressaca do terramoto que destruíra Lisboa quatro anos antes, em ambiente de crise política e económica, D. José I, rei de Portugal foi vítima de um atentado levado a cabo por indivíduos emboscados, numa noite de Setembro, quando regressava ao Campo Real depois de um encontro com a sua amante, a marquesa de Távora, Mariana Teresa de Távora, nora dos marqueses velhos.
Após um primeiro momento de hesitação e perplexidade, o rei encarrega Sebastião José Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) de proceder á constituição de um tribunal que descubra, prenda e julgue os responsáveis pelo crime. Foi o pretexto para acabar de vez com a velha nobreza que resistia à euforia iluminista que entretanto se preparava para modificar definitivamente a forma de fazer política na Europa. Trinta anos depois, a Revolução Francesa era a expressão mais radical das novas ideias.
As famílias do duque de Aveiro e do marquês de Távora foram acusadas de crime de lesa-majestade através de um processo
espúrio, construído sobre provas cuja intencionalidade política era evidente. O destino foi a morte na maior execução colectiva a que Portugal alguma vez assistiu.

A História não esqueceu.

Se politicamente eram responsáveis pela oposição ao espírito de reforma, judicialmente eram inocentes e o horror do cadafalso para inocentes marcou o nosso destino colectivo. Talvez tivesse sido essa má consciência que fez de Portugal o primeiro reino europeu a abolir a pena de morte.
Ainda hoje, pese embora a reabilitação dos Távoras, essa mancha de ignomínia e tragédia está presente na memória dos homens.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Família_Távora

http://historiaaberta.com.sapo.pt/lib/doc009.htm

quinta-feira, 29 de abril de 2010

AMAR, AMAR PERDIDAMENTE!


AMAR

Quantas vezes amar na vida?

Impossível dizer.

Amar é um verbo tão perfeito

Que não nos cansamos de conjugar.

Amar significa entrega e retorno

Abandono e reencontro.

Longos silêncios ou frases poéticas

Mãos entrelaçadas, vozes sussurradas.

Lábios nos lábios

Toques, contactos

Amar é tão imenso quando frágil.

É bolha de sabão solta no espaço,

Que algum vento maldoso pode carregar

Amar é sem dúvida alguma, se dar.

É a forma mais completa de se ofertar

E trilhar as mesmas sendas.

É se encantar com as mesmas lendas:

Romeu e Julieta, Paolo e Francesca

Amar é fazer troca de um mesmo sentimento,

Tendo a certeza de que é único,

cada momento

e deve ser vivido sem queixumes ou lamentos

Amar é olhar juntos o amanhecer,

com olhos no horizonte

É esperar que o céu enrubesça no entardecer.

Ao aquecer os corpos amantes

Amar é se encantar com a malícia inocente.

Que envolve a ternura de beijos roubados ou trocados

É compor coroas é desfolhar flores,

Espalhando-as pelo corpo do amado

Amar é cantar a vida, é louvar os sonhos

É descobrir que hoje é mais bonito do que ontem.

Porque agora temos alguém especial ao nosso lado.

Amar é se perder no mundo...a dois.

Theca Angel

20/03/2004

FLORBELA ESPANCA:

CAMÕES E A TÁGIDE

O Monumento a Camões foi inaugurado em Junho de 1867 e é da autoria do escultor Vítor Bastos. Local: Largo de Camões em Lisboa;

Tágide - escultura de Mestre Lagoa Heenriques, inaugurada em 25 de Abril de 2004. Local: Praça Principal do Montijo.


As Tágides são as ninfas que habitam o rio Tejo, a quem Camões pede inspiração para compor a sua obra de “OS LUSÍADAS”.


"E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mim um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mim vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo e corrente,
Porque de vossas águas, Febo ordene
Que não tenham inveja às de Hipocrene."

Luís Vaz de Camões in "Os Lusíadas"

VER VIDEO "CAMÕES" COM ANTÓNIO VILAR:

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/206603.html

http://www.youtube.com/watch?v=zDwYpkaZqVk&feature=related

TO BE OR NOT TO BE, THAT IS THE QUESTION


WILLIAM SHAKESPEARE

IN HAMLET

Ser ou não ser eis a questão.

Será mais nobre sofrer na alma

Pedradas e flechadas do destino feroz

Ou pegar em armas contra um mar de angústias

E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir;

Só isso. E com o sono – dizem – extinguir

Dores do coração e as mil mazelas naturais

A que a carne é sujeita; eis uma consumação

Ardentemente desejável. Morrer – dormir –

Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!

Os sonhos que hão-de vir no sono da morte

Quando tivermos escapado ao tumulto vital

Obrigam-nos a hesitar: é essa reflexão

Que dá à desventura uma vida tão longa.

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,

A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,

As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,

A prepotência do mando, e o achincalho

Que o mérito paciente recebe dos inúteis,

Podendo, ele próprio, encontrar o seu repouso

Com um simples punhal? Quem aguentaria fardos,

Gemendo e suando numa vida servil,

Senão porque o terror de alguma coisa após a morte

O país não descoberto, de cujos confins

Jamais voltou nenhum viajante – nos confunde a vontade,

Nos faz preferir e suportar os males que já temos,

A fugirmos para outros que desconhecemos?

E assim a reflexão faz de todos nós covardes.

E assim a matiz natural da decisão

Se transforma no doentio pálido do pensamento.

E empreitadas de vigor e coragem,

Reflectidas demais, saem do seu caminho

Perdem o nome de acção.

La ricchezza del mio cuore è infinita come il mare, così profondo il mio amore: più te ne do, più ne ho, perché entrambi sono infiniti.

William Shakespeare

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hamlet

terça-feira, 27 de abril de 2010

LA POÉSIE EN FRANCE


La feuille

De ta tige détachée,
Pauvre feuille desséchée,
Où vas-tu ? - Je n'en sais rien.
L'orage a brisé le chêne
Qui seul était mon soutien.
De son inconstante haleine
Le zéphyr ou l'aquilon
Depuis ce jour me promène
De la forêt à la plaine,
De la montagne au vallon.
Je vais ou le vent me mène,
Sans me plaindre ou m'effrayer :
Je vais où va toute chose,
Où va la feuille de rose
Et la feuille de laurier.

Antoine Vincent ARNAULT (1766-1834)

http://www.poesies.net/

http://poesie.webnet.fr/lesgrandsclassiques/

BADAJOZ

Badajoz (do árabe Batalyaws; em português arcaico Badalhouce), capital da província do mesmo nome, é a maior cidade da Estremadura, na Espanha. Localiza-se no sudoeste do país, junto à fronteira com Portugal. A província tem cerca de 653 mil habitantes e 21657 km2.

A cidade conta com cerca de 133 mil habitantes. Foi fundada em 875 pelos mouros e tornou-se na capital do poderoso reino taifa muçulmano de al-Batalyaws. Passou para a soberania de Castela em 1230. Foi ao longo dos séculos prejudicada pelas lutas entre Portugal e Espanha, tendo sido ocupada pelos portugueses em 1386 e quase completamente destruída num cerco em 1705. É hoje um importante centro económico.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Badajoz_(1801)

NAVEGAÇÃO\COMÉRCIO TRIANGULAR


O Comércio Triangular foi o principal instrumento do tráfico negreiro e envolvia uma teia de interesses e de negociações entre Europa, África e América, com algumas ramificações englobando os produtos asiáticos. O processo era gerido pelas metrópoles europeias, principalmente Holanda, Inglaterra, França, Espanha e Portugal. Embora estas últimas nações estivessem já decadentes, ainda dispunham de poder nas suas respectivas colónias, nesta trajectória de produção e distribuição de mercadorias essenciais para a vida económica global: ouro, prata, diamantes, açúcar e tabaco. Esta estrutura comercial enredava produtores e distribuidores, compradores e vendedores, dominadores e subjugados, um intrincado jogo conduzido pelas potências europeias, mas que dependia essencialmente da existência, no continente africano, de negreiros dispostos a trocar os produtos manufacturados transportados por mercadores da Europa – armas de fogo, rum, tecidos de algodão provindos da Ásia, ferro, jóias de baixo valor, entre outros – por seus próprios compatriotas, negros que seriam escravizados na América, onde eram trocados por açúcar, tabaco, moedas ou barras de ouro e prata, cedidos pelos seus futuros senhores, donos de minas ou proprietários de importantes plantações.

O continente africano tinha como função, no comércio triangular, oferecer trabalhadores escravos para as colónias da América e das Antilhas – onde os barcos negreiros buscavam os portos da Jamaica, Bahamas, Haiti, Saint- Eustatius, Saba, Saint-Martin, Barbuda e Antigua, Guadalupe, Granada, Trinidad & Tobago, Bonaire, Curaçao e Aruba. Daqui seguiam grupos de escravos para as Carolinas e a Virgínia (EUA), enquanto outros tantos eram direccionados para o Norte e Nordeste do Brasil, bem como para o Rio de Janeiro. O escravo era o motor que movia a produção das grandes lavouras de açúcar e tabaco, que se estendiam do Rio de Janeiro até ao Sul dos Estados Unidos, na Virgínia.

Os nativos africanos que negociavam com os europeus tinham um papel muito importante na captura e troca de seus conterrâneos, pois só eles tinham coragem e conhecimento suficiente do território local para se enveredarem pelo interior africano em busca daqueles que se tornariam escravos em terras desconhecidas. Às vezes, os próprios colonos deslocavam-se até ao continente africano, negociando directamente com os negreiros, dispensando o intermediário comerciante europeu.

Sem os negros escravizados a economia da Europa não teria sido tão beneficiada por esta rede “comercial triangular”. Na verdade, estas transacções favoreciam, além das metrópoles, tanto os responsáveis por esta triangulação na África, quanto o mecanismo produtor das colónias americanas. Os escravos eram utilizados pelas potências colonizadoras europeias como moeda de troca, através da qual elas importavam os produtos produzidos nas suas colónias na América e nas Antilhas, completando-se assim os vértices do comércio triangular, não necessitando recorrer aos metais preciosos que detinha, a base do Mercantilismo.

Resumindo, os produtos manufacturados europeus eram trocados por escravos na África, embarcados para a América e para as Antilhas – nestes trajectos, muitos escravos, submetidos a condições extremas de vida não sobreviviam na viagem.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comércio_Triangular


domingo, 25 de abril de 2010

EL REI D. SEBASTIÃO



Décimo sexto rei de Portugal, filho do príncipe D. João a de D. Joana de Áustria, nasceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1554, a morreu em Alcácer-Quibir, a 4 de Agosto de 1578. Sucedeu a seu avô D. João III sendo o seu nascimento esperado com ansiedade, enchendo de júbilo o povo, pois a coroa corria o perigo de vir a ser herdada por outro neto de D. João III, o príncipe D. Carlos, filho de Filipe II de Espanha.

De saúde precária, D. Sebastião mostrou desde muito cedo duas grandes paixões: a guerra e o zelo religioso. Cresceu na convicção de que Deus o criara para grandes feitos, e, educado entre dois partidos palacianos de interesses opostos - o de sua avó que pendia para a Espanha, e o do seu tio-avô o cardeal D. Henrique favorável a uma orientação nacional.

D. Sebastião, desde a sua maioridade, afastou-se abertamente dum e doutro, aderindo ao partido dos validos, homens da sua idade, temerários a exaltados, que estavam sempre prontos a seguir as suas determinações.

Nunca ouviu conselhos de ninguém, e entregue ao sonho anacrónico de sujeitar a si toda a Berbéria a trazer à sua soberania a veneranda Palestina, nunca se interessou pelo povo, nunca reuniu cortes nem visitou o País, só pensando em recrutar um exército a armá-lo, pedindo auxílio a Estados estrangeiros, contraindo empréstimos a arruinando os cofres do reino, tendo o único fito de ir a África combater os mouros.

Chefe de um numeroso exército, na sua maioria aventureiros a miseráveis, parte para a África em Junho de 1578; chega perto de Alcácer-Quibir a 3 de Agosto e a 4, o exército português esfomeado a estafado pela marcha e pelo calor, a dirigido por um rei incapaz, foi completamente destroçado, figurando o próprio rei entre os mortos.

Ficha genealógica:

D. Sebastião, nasceu em Lisboa, a 20 de Janeiro de1554; faleceu em Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578; sepultado em 1582 no Mosteiro dos Jerónimos. Morreu solteiro e sem descendência.

Sebastião de Portugal:

As raízes do Sebastianismo: