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quarta-feira, 28 de abril de 2010

TO BE OR NOT TO BE, THAT IS THE QUESTION


WILLIAM SHAKESPEARE

IN HAMLET

Ser ou não ser eis a questão.

Será mais nobre sofrer na alma

Pedradas e flechadas do destino feroz

Ou pegar em armas contra um mar de angústias

E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir;

Só isso. E com o sono – dizem – extinguir

Dores do coração e as mil mazelas naturais

A que a carne é sujeita; eis uma consumação

Ardentemente desejável. Morrer – dormir –

Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!

Os sonhos que hão-de vir no sono da morte

Quando tivermos escapado ao tumulto vital

Obrigam-nos a hesitar: é essa reflexão

Que dá à desventura uma vida tão longa.

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,

A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,

As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,

A prepotência do mando, e o achincalho

Que o mérito paciente recebe dos inúteis,

Podendo, ele próprio, encontrar o seu repouso

Com um simples punhal? Quem aguentaria fardos,

Gemendo e suando numa vida servil,

Senão porque o terror de alguma coisa após a morte

O país não descoberto, de cujos confins

Jamais voltou nenhum viajante – nos confunde a vontade,

Nos faz preferir e suportar os males que já temos,

A fugirmos para outros que desconhecemos?

E assim a reflexão faz de todos nós covardes.

E assim a matiz natural da decisão

Se transforma no doentio pálido do pensamento.

E empreitadas de vigor e coragem,

Reflectidas demais, saem do seu caminho

Perdem o nome de acção.

La ricchezza del mio cuore è infinita come il mare, così profondo il mio amore: più te ne do, più ne ho, perché entrambi sono infiniti.

William Shakespeare

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hamlet

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