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domingo, 19 de setembro de 2010

ROBESPIERRE


Maximilien François Marie Isidore de Robespierre, nasceu a 6 de Maio de 1758 em Arras e faleceu a 28 de Julho de 1794 em Paris, executado na guilhotina. O motivo da sua prisão foram os boatos de endurecimento da Lei do Terror. A sua morte marcou o começo da última fase da Revolução Francesa.
O jovem advogado Robespierre pretendia mudar o destino da França. Desde o início da sua carreira política, destacou-se pela firmeza e pela forma radical de defender as suas ideias. Influenciado por Jean-Jacques Rousseau (filosofo, 1712-1778), defendia um Estado voltado para o bem comum e da vontade geral, estabelecido em bases democráticas. "O indivíduo é nada; a colectividade é tudo", afirmava, lembrando o famoso Contrato Social de Rousseau.

A filosofia política de Rousseau é inserida na perspectiva dita contratualista de filósofos britânicos dos séculos XVII e XVIII e o seu famoso discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens pode ser facilmente entendido como um diálogo com a obra de Thomas Hobbes.
Os amigos de Robespierre chamavam-lhe "O Incorruptível". Principal membro dos "Montanha" durante a Convenção, ele encarnou a tendência mais radical da Revolução, transformando-se numa das personagens mais controversas deste período. Os seus inimigos chamavam-lhe o “Candeia de Arras”, “Tirano” e “Ditador sanguinário” durante o Terror.

Em 1791 Robespierre foi um dos principais líderes da insurreição popular do Campo de Marte. A sua fama de defensor do povo valeu-lhe o apelido de "Incorruptível". Depois da deposição da família real, em 1792, Robespierre aderiu à Comuna de Paris e tornou-se um dos chefes do governo revolucionário. Combateu então a facção dos girondinos, menos radicais; compreendia junto com os “Jacobins” liderados por Robespierre e os “Cordeliers” por Danton o Terceiro Estado, ocupavam o lado direito da Assembleia, ficando o direito para o Clero (Primeiro Estado) e Aristocracia (Segundo Estado). Defendiam uma Monarquia Constitucional mas enfraqueceram-se politicamente com a tentativa de fuga de Louis XVI. A conotação política dos termos Esquerda e Direita provém desta divisão inicial da Assembleia Nacional Francesa, remonta à Revolução Francesa, onde os membros do Terceiro Estado se sentavam à esquerda do rei enquanto os do clero e da nobreza se sentavam à direita. Os mais radicais que normalmente eram contra as decisões ficaram conhecidos como a esquerda enquanto os favoráveis às decisões eram os de direita.

Os “Girondins” tinham nos seus quadros representantes da alta, média e baixa burguesia, facção política maioritariamente burguesa, que se posicionou contra a monarquia absoluta e o antigo regime em geral, surgiu durante o início da República francesa, tendo sido dinamizada por personagens como Condorcet, Gaudet, Roland, Brissot e Buzot. Derivaram do nome dos três últimos, as demais cognominações dos Girondinos: "Buzotins", "Rolandistes" e "Brissotins". O nome de Girondinos proveio do facto dos membros deste grupo serem deputados da Gironda e integrarem a Assembleia Legislativa.

Os Girondinos tiveram um grande poder, outorgado por Luís XVI ao formar um governo constituído por membros desta facção em 1792, e levaram ao despoletar da luta contra o Império Austríaco, entre outras medidas que tiveram consequências nefastas e provocaram motins populares. A partir da Convenção, em Setembro de 1792, e sobretudo após o início do processo contra o rei (1792/1793), que os Girondinos defenderam, a luta contra o partido dos Montanheses de Robespierre, torna-se acesa. Os Girondinos acabam por ser presos em 1793 (tendo-se alguns suicidado – Buzot, Roland –, outros fugido e outros ainda sido executados – Brissot, Gensonné), por decreto da Convenção e na sequência da vontade manifestada pelo Povo.

Robespierre foi um dos que pediram a condenação do rei Luís XVI e de Maria Antonieta, guilhotinados, respectivamente em 21 de Janeiro e 16 de Outubro de 1793. Em Julho do mesmo ano, Robespierre criou um Comité de Salvação Pública para perseguir os inimigos da revolução. Foi instaurado o regime do "Grande Terror" - o auge da ditadura de Robespierre.

Em 1794, Robespierre mandou executar Georges Jacques Danton, o revolucionário que propunha um rumo mais moderado para a revolução. Neste mesmo ano, tornou-se Presidente da Convenção Nacional.

Na véspera da sua prisão, Robespierre proferiu o que pode ser considerado o seu epitáfio: "A morte não é o sono eterno. Mandai antes gravar: a morte é o início da imortalidade!".
No dia 27 de Julho, numa sessão tumultuada, Robespierre foi ferido e teve que sair da sala à pressa; detido imediatamente pelos seus inimigos, dois dias depois, foi mandado para a guilhotina.
  

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