ANÍBAL NA IBÉRIA
(247 - 183 a.C.)
As Guerras Púnicas foram as três guerras que ocorreram entre os Romanos e os Cartagineses (Fenícios - Poeni), por causa da ambição dos Romanos em relação à Sicília e à conquista da bacia ocidental do Mediterrâneo.
Os Poeni, nome dado pelos Romanos aos povos que habitavam a região onde hoje fica a Tunísia, deram origem à civilização púnica que, centralizada na cidade de Cartago, alcançaria grande desenvolvimento comercial no Norte de África, no Sul da península ibérica e nas ilhas mediterrâneas de Ibiza, Córsega, Sardenha e Sicília. A expressão fenícia Qart Hadasht, "cidade nova", gerou, ao latinizar-se, a denominação de Cartago, colónia fundada por comerciantes fenícios, no século IX a.C., numa região ao Norte de África, de fundamental importância estratégica. A florescente civilização cartaginesa chegou a desafiar o poder de Roma, o que, inevitavelmente, causou o seu desaparecimento.
As técnicas de combate inventadas por Aníbal nas batalhas que travou contra os exércitos romanos foram consagradas pela história dos conflitos bélicos. O emprego de armamento pesado móvel e de movimentos envolventes no campo das operações de batalha faz parte do legado transmitido por aquele que foi talvez o maior génio militar da antiguidade. Filho de Amílcar Barca, fundador do império cartaginês na Espanha e comandante da primeira guerra púnica contra os romanos, cujo conflito foi travado entre 264 e 241 a.C..
Aníbal nasceu em Cartago no ano 247 a.C., Aníbal Barca (em fenício Hanni-baal חניבעל, que significa "recebi a graça de “Baal" e Barca, "raio"), conhecido geralmente como Aníbal ou Hanibal, aos 26 anos, depois do assassinato do pai, Amílcar Barca e do cunhado Asdrúbal, assumiu o comando do exército. Dedicou-se inicialmente à consolidação do domínio cartaginês na península ibérica e para esse fim fez várias viagens pelo império, no decorrer das quais arregimentou Tribos Celtas e Iberas que viriam a constituir a base de seu exército.
A segunda guerra púnica sob o comando de Aníbal, começou em 219 a.C., quando os cartagineses cercaram Sagunto, aliada de Roma. Em resposta, os romanos declararam guerra a Cartago. Aníbal reagiu organizando uma expedição à Itália, composta de aproximadamente, quarenta mil homens e grande número de elefantes.
Após a travessia dos Pirenéus e dos Alpes, o cartaginês infligiu aos romanos a primeira derrota em Trébia, no vale do rio Pó, onde incorporou nas suas tropas os gauleses cisalpinos. Na batalha de Trasimeno esmagou as forças de Flamínio, estimadas em 15.000 homens, e conquistou o domínio da Itália central. Em Canas obteve outra retumbante vitória contra um contingente romano duas vezes mais numeroso que as tropas cartaginesas.
Durante quatro anos procurou consolidar o domínio cartaginês no Sul da Itália e em 212 a.C. ocupou ainda Cápua e Taranto.
Sem reforços e abastecimento, foi obrigado a adiar o projecto de tomar Roma e refugiar-se no extremo Sul da Itália. Esperou em vão a adesão dos povos itálicos ou a chegada do exército comandado pelo seu irmão Asdrúbal Barca, dizimado pelos romanos na batalha do rio Metauro, em 217 a.C.
O inimigo passou à contra-ofensiva e recuperou progressivamente as suas posições. Durante as campanhas de Aníbal na Itália, o cônsul Publius Cornelius Cipião, o Africano, conquistou todos os territórios espanhóis que estavam sob controlo cartaginês. Em 203 a.C. levou a guerra até Cartago, forçando Aníbal a atravessar o oceano para defender a sua cidade. Na batalha de Zama, Aníbal foi definitivamente derrotado, mas ainda tentou, durante alguns anos, restaurar Cartago.
Em 195 a.C. Roma exigiu a sua rendição, e ele procurou refúgio na corte de Antiocus, na Síria. Três anos mais tarde o seu protector foi derrotado pelos romanos e Aníbal asilou-se na Bitínia. Quando Roma, em 183 a.C., pediu sua extradição, preferiu suicidar-se com veneno.
A Terceira Guerra Púnica foi a última das guerras a opor Roma a Cartago (149 a.C. - 146 a.C.) tendo acabado com a derrota e destruição desta última às mãos dos romanos comandados por Cipião Emiliano Públio Cornélio, Cipião Emiliano Africano, dito o Jovem (em latim Publius Cornelius Scipio Aemilianus Africanus; diz a lenda ter sido provocada pela repetida afirmação no Senado, por parte Catão, o Velho, de um dito que se tornou proverbial: delenda est Carthago (Cartago precisa ser destruída).
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