O Brasil existiria hoje com toda a sua dimensão, como o quinto país maior do mundo se Portugal não tivesse obtido do Papa, no Tratado de Tordesilhas o alargamento do meridiano em 370 léguas para Oeste das ilhas de Cabo Verde?; se a língua Portuguesa não tivesse sido imposta pelo Marques de Pombal?; se o D. Pedro I no seu “Grito de Ipiranga” não tivesse declarado a sua independência, “no dia do fico”?; e se Napoleão não tivesse sido vencido no mar e em terra?.
O Brasil teria hoje toda a sua dimensão ou teria o seu território dividido por vários países como foi todo o território de expressão castelhana?
RECORDANDO A HISTÓRIA:
Em Maio, a cisão entre D. Pedro e as Cortes aprofundou-se: o Regente determinou que qualquer decreto das Cortes só poderia ser executado mediante o "Cumpra-se" assinado por ele, o que equivalia a conferir plena soberania ao Brasil. A medida teve imediato apoio: quando dos festejos pelo aniversário de João VI de Portugal, a 13 de Maio, o Senado da Câmara do Rio de Janeiro pediu ao Príncipe Regente que aceitasse para si e para seus descendentes o título de "Defensor Perpétuo do Brasil".
Neste contexto, houve uma investida militar da Divisão Auxiliadora, estacionada no Rio de Janeiro, sob o comando do Tenente-general Jorge de Avilez, que acabou sendo expulso do Brasil com as suas tropas.
Os liberais radicais mantinham-se activos: por iniciativa de Gonçalves Ledo, uma representação foi dirigida a D. Pedro para expor a conveniência de se convocar uma Assembleia Constituinte. O Príncipe decretou a convocação em 13 de Junho de 1822. A pressão popular levaria a convocação adiante, dando continuidade ao processo.
José Bonifácio resistiu à ideia de convocar a Constituinte, mas foi obrigado a aceitá-la. Procurou descaracterizá-la, propondo a eleição indirecta, que acabou prevalecendo contra a vontade dos liberais radicais, que defendiam a eleição directa. Embora os conservadores tenham obtido o controlo da situação e o texto da convocação da “Constituinte” apresentasse declarações favoráveis à permanência da união entre Brasil e Portugal, as Cortes de Lisboa insistiam: o Príncipe Regente deveria retornar imediatamente. Em resposta, o Príncipe Regente decidiu desobedecer às ordens das Cortes e permanecer no Brasil, pronunciando a célebre frase "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico!". O episódio tornou-se conhecido como "Dia do Fico". Foi este “Fico” que deu ao Brasil o sentimento de união que venceu os sentimentos separatistas de então.
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