D. Afonso Henriques, aos 16 anos arma-se a ele próprio cavaleiro em Zamora. Tenta impor-se perante a mãe. Ela resiste, ele não cede e Afonso VII, rei de Leão, veio cercá-lo a Guimarães para lhe abrandar o carácter. Egas Moniz, que tinha sido aio de D. Afonso Henriques, e era seu Alferes-mor, perante a situação difícil do seu pupilo, vai ao rei de Leão e promete-lhe que o jovem Afonso lhe prestaria vassalagem. Ele não prestou. Egas Moniz e a família foram, de corda ao pescoço, junto do rei para pagarem com a vida a promessa não cumprida.
Afonso VII não aceitou o sacrifício do honrado homem. O príncipe prosseguiu, sem pruridos de consciência, a tarefa iniciada pelos pais.
Como D. Teresa, depois da morte do marido, se tivesse ligado ao fidalgo galego Fernão Peres de Trava e muitos fidalgos galegos fizessem parte do seu séquito, o que era contrário à ideia da separação da Galiza, D. Afonso resolveu combatê-los.
Em 24 de Julho de 1128 deu-se a BATALHA DE S. MAMEDE, junto ao castelo de Guimarães.
D. Teresa e os seus companheiros de armas foram derrotados. D. Teresa saiu de Portugal. Faleceu dois anos depois em Leão. Repousa na Sé de Braga onde se encontra ao lado do marido.
Portugal tinha-se libertado da Galiza mas continuava sujeito ao rei de Leão. O jovem Afonso não se conforma só com a autonomia. Quer ser independente.
Afonso VII era seu suserano. Suserano era o senhor de quem dependiam outros chefes de menor importância:
Portugal era um feudo (propriedade) do rei e Afonso Henriques seu súbdito. Tinha de lhe prestar vassalagem. Isso estava fora dos seus projectos. Em vez de obediência e vassalagem, o jovem Afonso atacava terras de Leão e Castela.
Em 1131 muda a capital de Guimarães para Coimbra. Em 1137 vence os Leoneses na batalha de Cerneja. Mas, tal como o pai, sabe que só a Igreja lhe pode valer.
Afonso Henriques vai buscar o francês Bernardo para bispo de Coimbra. Edifica ao mesmo tempo o Mosteiro de Santa Cruz e coloca-o sob a protecção da Santa Sé. Mais tarde funda e protege a construção do Mosteiro de Alcobaça.
Dota-o de um couto enorme onde os monges podiam arrotear a terra, ensinar a ler e organizar populações.
Os lugares ficavam defendidos e beneficiados pelo saber que os monges divulgavam. Os abades cistercienses de Alcobaça eram tidos em grande conta pela Santa Sé.
D. Afonso bem precisava que assim fosse. Os desentendimentos com o rei de Leão continuavam.
Os mouros conheciam estas quezílias e aproveitavam-nas.
Afonso Henriques convence o rei de Leão a fazer as pazes, em Tui. A seguir lança-se sobre os mouros e vence-os na batalha de Ourique em 25 de Julho de 1139.
Batalha de Ourique foi travada em 25 de Julho de 1139, dia de Santiago, entre as forças do nosso primeiro rei e as de um chefe islâmico denominado Esmar.
A Batalha de Ourique associa-se à história da aclamação de Afonso Henriques como rei pela nobreza guerreira, em que se descreve o seu regresso triunfal a Coimbra, com a possível indicação de ter sido a partir desse momento que o infante passou a intitular-se rei.
Associada a esta batalha existe uma lenda que a descreve como uma batalha travada contra cinco reis mouros e ganha, ou pela força da protecção divina (versão clerical)
ou pela valentia dos cavaleiros (versão nobiliárquica), num caso e noutro dispensadora de terras e riqueza, de reino e realeza.
No entanto sobre a batalha real pouca informação existe, o que leva a crer que o confronto de Ourique se teria traduzido, na realidade, numa refrega militar de modestas proporções, quando confrontada com as grandes batalhas da Reconquista.
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