Manuel de Sousa Coutinho, conhecido pelo nome eclesiástico de Frei Luís de Sousa, nasceu em Santarém no ano 1555 e faleceu em São Domingos de Benfica (Lisboa) no ano de 1632. Foi um sacerdote católico e escritor português, filho de Lopo de Sousa Coutinho, militar no tempo de D. João III e de D. Maria de Noronha, filha de D. Fernando de Noronha, Capitão de Azanor. Viajou pelas Índias Ocidentais e Orientais, onde foi feito prisioneiro de piratas, que o encarceraram em Argel, vindo a conhecer na prisão Miguel de Cervantes. Libertado em 1577, regressa a Portugal, tendo sido nomeado capitão-mor de Almada em 1579. Por entender que os regentes do Reino deveriam ficar junto das populações de Lisboa, assoladas pela peste, queimou a sua própria casa, que tinha sido requisitada para sede do Governo. Por forma a evitar dissabores, refugia-se em Espanha, onde continuou a prestar diversos serviços ao rei Filipe II de Espanha (I de Portugal), vivendo dois anos em Valência. Regressa a Portugal em 1583 e casa-se com Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal. Em 17 de Março de 1594 é feito fidalgo cavaleiro. Em 1600 é nomeado Capitão-Mor de Almada e seu Guarda-Mor da Saúde.
Ao tornar-se frade, adopta o nome de Frei Luís de Sousa, dedicando-se inteiramente à escrita, nomeadamente à hagiografia e à monografia. Foi cronista-mor da sua ordem em Portugal, tendo viajado por diversos conventos, recolhendo materiais para completar a monumental obra «História de São Domingos» cujo esboço tinha sido iniciado por Frei Luís de Cácegas anos antes. É hoje considerado um dos mais brilhantes autores de língua portuguesa.
Outras obras da sua autoria:
Navigatio Antartica ad Doctorem Franciscum Guidum, civem Panamensem;
Vida de Don Frei Bartolomeu dos Mártires (1619);
Primeira Parte da História de S. Domingos (1623);
Segunda Parte da História de S. Domingos (1626);
Terceira Parte da História de S. Domingos (publicada em 1678 e tendo sido terminada por Fr. Luís de SoutoMayor);
Anais de el-Rei D. João III (escrito em 1628, apenas publicado em 1844);
Vida de Sóror Margarida do Sacramento:
Considerações das Lágrimas Que a Virgem N. Senhora Derramou na Sagrada Paixão(1643)
Vida do Beato Henrique Suso da Ordem dos Pregadores traduzida de latim em português (1642;
Sem comentários:
Enviar um comentário
A HISTÓRIA É A IDENTIDADE DE UM POVO. QUANDO SE ESQUECE, SE DESTRÓI OU SE OCULTA ALGO, PERDE-SE A ANALOGIA.