Páginas

sábado, 20 de fevereiro de 2010

MERGULHANDO EM PORTO SANTO

SUBMAR
Entrei pelo mar adentro.
Desci ao leito do mar profundo,
Ao reino de Neptuno, desse mundo:
Na enseada d’Arrábida me iniciei,
Até ao Espichel pelo fundo mergulhei,
nas pedras negras, daquele mar.
De Sagres à Madeira, pelas Desertas,
Selvagens ao Indico, pelo Mar Vermelho.
Açores, Formigas a Porto Santo,
Berlengas, Estelas e Farilhões.
Pelas Flores e Corvo, naveguei
e em todas elas com azul mar.
Vi mar e mar sem terra à vista,
ondas cavas e mar sereno;
ventos fortes de meter medo;
gigantes raios a rasgar o céu,
a iluminar o firmamento.
Com trovões de barlavento.
Pelo mar fui navegando,
pelo fundo fui mergulhando:
Vi caravelas naufragadas,
das almas nobres lusitanas,
da gente antiga, daquele mar.
Das lendas épicas já cantadas,
vi sereias belas e mundanas.
Vi cores vivas de encantar,
Ninfas de corais e coisas mais...
José Douradinha
Porto Santo, Junho/1998

Ver: Na Senda do Mergulho (Porto Santo)

1 comentário:

  1. Belo poema de um mareante errante, nesse mar profundo, desvendado pelas partes deste mundo.

    ResponderEliminar

A HISTÓRIA É A IDENTIDADE DE UM POVO. QUANDO SE ESQUECE, SE DESTRÓI OU SE OCULTA ALGO, PERDE-SE A ANALOGIA.