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sexta-feira, 24 de junho de 2011

SALADINO - Salah al-Din Yusuf ibn Ayyub



Saladino, em árabe: صلاح الدين يوسف بن أيوب, transliteração: alā ad-Dīn Yūsuf ibn Ayyūb; em curdo: سه‌لاحه‌دین ئه‌یوبی, transl. Selah'edînê Eyubî; nasceu em Tikrit,  no actual território do Iraque em 1138, e morreu em Damasco, hoje capital da Síria, em 1193. Foi o responsável por restaurar o sunismo no Egipto. Foi um chefe militar curdo muçulmano que se tornou sultão do Egipto e da Síria e liderou a oposição islâmica aos cruzados europeus no Levante.

No auge de seu poder, o seu domínio estendia-se pelo Egipto, Síria, Iraque, Iémen e pelo Hijaz, em árabe الحجاز‎ al-iǧāz, literalmente, "a barreira", uma região no oeste da Arábia Saudita, banhada pelo mar Vermelho, que se estende desde Haql, no golfo de Acaba, até Jizan. Saladino foi responsável por reconquistar Jerusalém das mãos do Reino de Jerusalém, após a sua vitória na Batalha de Hattin e, como tal, tornou-se uma figura emblemática na cultura curda, árabe, persa, turca e islâmica em geral.


Saladino, adepto do islamismo sunita, tornou-se célebre entre os cronistas cristãos da época pela sua conduta cavalheiresca, especialmente nos relatos sobre o sítio a Kerak em Moab  cidade na Jordânia onde fica um famoso castelo cruzado; é a capital do Distrito de Al Karak. Saladino apesar de ser a Némesis - figurava mitológica da vingança divina – dos cruzados, conquistou o respeito de muitos deles, incluindo Ricardo Coração de Leão; longe de se tornar uma figura odiada na Europa, Saladino tornou-se um exemplo célebre dos princípios da cavalaria medieval e, para alguns precursor dos ideais que lhe eram associados, notadamente a coragem, a lealdade e a generosidade, bem como a noção de amor cortês.


Enquanto Saladino consolidava o seu poder na Síria, geralmente deixava em paz o reino Cruzado, embora fosse frequentemente vitorioso nas ocasiões em que batalhava contra os cruzados. Uma excepção foi a batalha de Montgisard no dia 25 de Novembro de 1177. Nela ele foi derrotado pelas forças combinadas de Balduíno IV de Jerusalém com Reinaldo de Chatillon (figura controversa) 


e os Cavaleiros Templários.


Apenas um décimo de seu exército conseguiu retornar ao Egipto.
Considerado o campeão da guerra santa, Saladino tornou-se o herói de um ciclo de lendas, que percorreram todo o Médio Oriente e a Europa, e os seus feitos são lembrados e admirados até os dias de hoje, pela literatura histórica, pelos povos muçulmanos e respeitado no ocidente pela sua grandiosidade e estratégia militar.


Forte protector da cultura islâmica, não era apenas um líder militar, mas também um excelente administrador dos seus domínios. Mandou reconstruir a mesquita de Al-Aqsa na cidade de Jerusalém, e ordenou também a construção da cidadela do Cairo e outros monumentos de interesse.


CRONOLOGIA DA VIDA DE SALADINO:
1138 - Nasce em Tikrit, Mesopotâmia.
1169 - É designado ministro do Egipto , sob a dinastia dos abássidas.
1172 - Morre o pai de Saladino, Nadm ad-Din.
1179 - Na França, Filipe Augusto é coroado rei.
1183 - Toma Aleppo dos cruzados.
1186 - Conquista a Mesopotâmia e torna-se único governador do Egipto.
1186 - Guy de Lusignan torna-se rei de Jerusalém.
1187 - 4 de Julho - Batalha de Hattin, Saladino derrota os cruzados comandados por Guy de Lusignan.
1187 - 2 de Outubro - Saladino reconquista Jerusalém, o que motiva a Terceira Cruzada.
1188 - Na Inglaterra, morre o rei Henrique II.
1189 - Na Inglaterra, Ricardo Coração de Leão é coroado rei.
1190 - A Terceira Cruzada, comandada por Ricardo Coração de Leão e Filipe Augusto e Frederico I, parte com a missão de reconquistar Jerusalém.
1191 - 12 de Julho - Os cruzados tomam Acre, na Palestina.
1191 - 22 de Agosto - Ricardo Coração de Leão manda matar 2700 prisioneiros muçulmanos.
1192 - A Terceira Cruzada abandona sua missão e retorna para a Europa.
1193 - Morre no dia 4 de Março em Damasco - Síria.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

OS NAVEGADORES FENÍCIOS



A Fenícia, em fenício:Kna’n; em hebraico: כנען, Kna'an; em grego antigo: Φοινίκη, Phoiníkē; em latim: Phœnicia; em árabe: فينيقيا. Foi uma antiga civilização cujo epicentro se localizava no norte da antiga Canaã, ao longo das regiões litorais dos actuais Líbano, Síria e norte de Israel. A civilização fenícia foi uma cultura comercial marítima empreendedora que se espalhou por todo o mar do Mediterrâneo durante o período de 1500 a.C. a 300 a.C. Os fenícios realizavam o comércio através das galés, um barco movido a velas e remos e são creditados como os inventores dos birremes que seriam a origem dos trirremes gregos.


Não se conhece com exactidão a que ponto os fenícios se viam a si próprios como uma única etnia; a sua civilização estava organizada em cidades-estado, semelhante ao que viria a ser a Grécia Antiga, cidade independente, com governo próprio e autónomo; cada uma dessas constituía uma unidade política independente, que frequentemente se confrontavam em conflitos armados e, cuja vencedora, podia dominar as outras, embora também colaborassem através de ligas e alianças. 


Embora as fronteiras antigas destas culturas fossem incertas e inconstantes, a cidade de Tiro parece ter marcado o seu ponto mais meridional,  Sarepta, actual Al-Sarafand, entre Sídon e Tiro, é a cidade mais extensivamente escavada pelos arqueólogos no antigo território fenício.
Os fenícios foram a primeira sociedade a fazer uso extenso, a nível estatal, do alfabeto. O alfabeto fonético fenício é tido como o ancestral de todos os alfabetos modernos, embora não representasse as vogais, que foram adicionadas mais tarde pelos gregos. Os fenícios falavam o idioma fenício, que pertence ao grupo canaanita da família linguística semita. Através do comércio marítimo, os fenícios espalharam o uso do alfabeto até ao Norte da África e da Europa, onde foi adoptado pelos antigos gregos, que o passaram aos etruscos, que por sua vez o repassaram aos romanos.
  

Além das suas diversas inscrições, os fenícios deixaram diversos tipos de fontes escritas, porém poucas sobreviveram até os dias de hoje.
Ciro, o Grande, rei da Pérsia, conquistou a Fenícia em 539 a.C. Os persas dividiram a Fenícia em quatro reinos vassalos: Sídon, Tiro, Arwad, Arruad ou Ruad que é a única ilha da Síria situada no Mar Mediterrâneo, e Biblos.


Estes reinos prosperaram, e forneceram inúmeras frotas navais para os reis persas. A influência fenícia, no entanto, passou a diminuir depois da conquista; é provável que boa parte da população fenícia tenha emigrado para Cartago e outras colónias depois do domínio persa. Em 350 e 345 a.C. uma rebelião em Sídon liderada por Tennes foi esmagada por Artaxerxes III;


a sua destruição foi descrita por Diodoro Sículo, historiador grego, que viveu no século I a.C..
Alexandre o Grande conquistou Tiro em 332 a.C. após o cerco. Alexandre foi excepcionalmente cruel com a cidade, executando 2000 de seus principais cidadãos, embora tenha mantido o rei no poder. Em seguida tomou posse das outras cidades de maneira pacífica; o soberano de Árados submeteu, e o rei de Sídon foi deposto.


A ascensão da Grécia helenística gradualmente tomou o lugar dos resquícios do antigo domínio fenício sobre as rotas comerciais do leste do Mediterrâneo. A cultura fenícia acabou por desaparecer totalmente da sua pátria de origem, embora Cartago tenham continuado a florescer no Norte da África, controlando a mineração de ferro e metais preciosos na Ibéria, e utilizando seu poder naval considerável com os seus exércitos de mercenários para proteger os seus interesses comerciais, até à eventual destruição pelas tropas romanas em 146 a.C., no fim das Guerras Púnicas.


Em 197 a.C. a Fenícia, juntamente com a Síria, voltou para a mão dos Selêucidas. A região ficou cada vez mais helenizada, embora Tiro tenha-se tornado autónoma em 126 a.C., seguida por Sídon em 111 a.C. Toda a Síria, incluindo a Fenícia, foi capturada pelo rei Tigranes, o Grande, da Arménia, de 82 a 69 a.C., quando o monarca foi derrotado pelo general romano Lúculo. Em 65 a.C. Pompeu o Grande finalmente incorporou todo o território à província romana da Síria.