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quinta-feira, 17 de março de 2011

O IMPERADOR CHIN



O Primeiro Imperador que se tornou rei do estado chinês ocidental de Chin no ano 247 a.C. Sob o nome de Ying Jien, este novo monarca contava com apenas 13 anos de idade.  
Naquele tempo, a China antiga era formada por sete estados guerreiros. Durante o reinado de Ying Jien, Chin fortaleceu-se à custa de batalhas sangrentas com os outros seis estados. Um momento que definiu o temperamento do rei; 10.000 prisioneiros do estado de Zhao foram executados, quebrando  assim uma tradicional regra de guerra que defendia a protecção dos presos.

  
Num prazo de sete anos, Chin estava a ponto de dominar a maioria de seus estados vizinhos. Enquanto ele se encarregava de eliminar os inimigos estrangeiros, membros da sua família que sonhavam derrubá-lo. A sua própria mãe e o seu novo companheiro, um homem que lhe deu dois filhos, em segredo, não conseguiram derrubar Ying Jien. Depois de uma nova tentativa de assassinato brutal no ano de 227 a.C., o rei decidiu instituir um controlo impiedoso para todos, independentemente do nível hierárquico ou do vínculo familiar.

  
Depois de uma grande batalha com o estado de Chu no ano de 223 a.C., Ying Jien conseguiu realizar o seu sonho: a unificação de toda a China. Com a idade de 34 anos, Ying Jien tornou-se o Primeiro Imperador da China, e chamou a si mesmo de Chin Shi Huang Di, que em chinês significa literalmente: “o primeiro Deus divino de Chin”.



Pelo seu nome o país ficou a ter o nome de China. Para surpresa da sua corte, o novo imperador dissolveu as normas feudais e no seu lugar instaurou um novo sistema de governo, una filosofia totalitária que criou novas leis para todos os aspectos da vida diária. Estas leis eram supervisionadas por uma série de governadores, que as aplicavam com brutal eficiência.


No ano 220 a.C., Chin começou a construir a Grande Muralha da China, o projecto de engenharia, até hoje, mais grandioso da Antiguidade, concebida como uma barreira para isolar o Império dos ataques nómadas. Até o ano 215 a.C., a enorme tumba que ele mesmo idealizou para se proteger depois da morte também ficou pronta.



Foi precisamente nesta época, quando o imperador, estimulado pela desconfiança e pela paranóia, começou a tomar repetidas doses de mercúrio para prolongar a sua vida (naquela época, acreditava-se que o mercúrio favorecia a longevidade).


Para controlar o livre pensamento, o seu primeiro-ministro, Li Si, expandiu o totalitarismo, queimando bibliotecas inteiras de escrituras em bambu. A história completa da China e de todos os seus pensamentos filosóficos foram eliminados no ano de 213 a.C., permitindo unicamente a conservação de textos legais médicos e de agricultura.

Sete anos depois, o imperador da China começou a sua cruzada em busca da imortalidade. O mercúrio envenenou o seu corpo e a sua mente. Os seus rins começaram a falhar, e no sétimo mês do ano 210 a.C., o Primeiro Imperador da China deixou de existir. Um golpe para mudar o seu regime que triunfou e pouco depois da sua morte, e a sua dinastia desapareceu para sempre. A China, no entanto, permaneceu como ele a havia maginado. Um exército em terracota acompanhou o seu túmulo no além.